Cap. 6 Pode me dar uma Resposta?

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Agora, neste exato momento. Estou de costas com a única garota que.. nem vou dizer, eu ainda estou surpreso com oque eu acabei de pensar, então nem vou comentar. Estou parado, com a mão no bolço da calça, o cachecol balançando contra o vento e minhas orelhas geladas. Me virei de lado, mais oque estava atrás de mim não era a Chapéu, era uma garota olhando para mim. Seus cabelos ruivos e seus olhos azuis iguais aos meus . Usando meu uniforme. Ela estava séria, só revirei os olhos e continuei andando. Aquela garota me parecia familiar..

Mas alguém pegou no meu ombro.

- Licença, você é John Walkman? - Perguntou ela, como sabia meu nome.

- Sim, quem é você?

- Meu nome é Sara, e meu irmão conversou com você hoje, estou certa?.

- Você é a irmã de Bryan? - Perguntei, ela assentiu, sorrindo ainda. Como se isso fosse uma coisa boa.

- Acho que você deve ter achado a conversa estranha, não? - Achado? A conversa foi estranha.

- Sim mas, oque isso tem haver com isso?

- Tem tudo haver, se você descobrir a verdade.. - Sara falou rápido, mais deu uma pausa com um suspiro.

- Que verdade? Até agora não estou entendendo nada, vocês ficam colocando pressão em minha cabeça, já basta oque Josh fez comigo hoje, apenas me diga.. que verdade é? - Eu parecia mais.. um cara de um drama. Pelo menos desabafei.

- Não sou a pessoa adequada pra te contar - Pessoa adequada? oque ela está falando? - Mas.. só espere e verá - Você, com essa frase, me deixa inquieto.

- Já estou farto disto... - Sussurrei.

- Calma, você-

- Você ainda não entendeu não é? Calma não está em meu vocabulário. Sara começou a rir.

- Você é engraçado.. gostei de você - Ela sorriu ainda mais. Como se isso fosse engraçado pra mim - Então, eu já vou indo, te vejo amanhã! - Disse ela.. indo embora.

Eu não entendi nada aqui.

Fui caminhando até a minha casa, de novo tentando encaixar esse quebra-cabeça. Suspirei e de repente alguém me empurrou para um beco sem saída, fiquei assustado, aquilo me surpreendeu, ele estava na minha frente, escondendo seu rosto. Ele não, ela.

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Haly estava arfando, meu coração começou a bater. Não acredito que ainda tenho que suportar isso. Esse, sentimento.

- Não se mexa - Sussurrou ela, soltando sua mão gelada e macia de minha boca.

- Haly? Por que fez isso?

- Shhhhhhhh - Ela observou e de repente correu até mim, pegou meu braço e me lançou atrás de uma lata de lixo grande , nós ficamos cara a cara. Não disse nenhuma palavra até que ouvi passos.

- Droga ele fugiu - Falou um homem.

- Pra onde aquele pirralho foi? - Falou um outro.

- Não sei, mais vamos continuar até encontrarmos ele - E foram embora. Haly olhava pra mim preocupada. Haly me ajudou a levantar, não deveria ser ao contrário?

- Quem são eles? - Perguntei olhando para ela.

...

Ela ficou calada. Deu pra ver que não queria me dizer.

- Posso te fazer uma pergunta? - Disse ela, assenti.

- Você, falou com alguém chamado Bryan? Ou Sara? - Como não.

- Sim, falei hoje. Por que? - Perguntei.

- Deu pra ver que você não entendeu nada que eles falaram.

- Tá tão na cara assim? - Desviei o olhar - Eles me falaram algumas coisas bem estranhas, você sabe de alguma coisa? Ela ficou calado mais assentiu.

- Eles.. estão na mesma história que a minha, e praticamente da sua.

- Como assim da minha? oq-

- Então, vou te acompanhar até a sua casa.. - Ela interrompeu. Por que ela não me conta?

- Quem são aqueles homens? Oque eles querem comigo? - Tenho tanta perguntas.

- Olha, logo você saberá ok? - Disse ela. Apertei as mãos.

- Estou cansado dessa palavra.. - De repente ela parou no meio do beco, vi suas mãos sendo apertadas, e seu pescoço, seus cabelos negros presos em um coque. Por ela?

- Eu também... eu também..

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Caminhava até minha casa, junto com Haly, ela não estava a meu lado e sim na minha frente a cm de distância. E lembrei de nossa conversa, olhava para baixo. Desconfiado.

Chegamos a minha casa, parou e olhou para o lado e depois pra mim.

- Bom, a parada é aqui - deu aquele sorriso torto como sempre. Aquele sorriso que eu sempre gostei - Até amanhã talvez - Deu um sorriso completo pra mim e retribui.

- Até.

Entrei em casa e vi meu pai no escritório, e minha mãe na cozinha.

- Cheguei - Disse eu sentando em um banco ao lado do balcão.

- Boa noite filho, você demorou dessa vez - Eu falo oque aconteceu?

- É... eu quis dar uma volta na praça hoje - Essa é primeira vez que minto pro meu pais na vida

- Você tem que tomar cuidado a noite, o prefeito pode ter colocado cerca em volta da cidade mais ainda é perigoso. Só falta os lobos pularem - Bom, isso pode acontecer.

- Bom, eu vou para meu quarto.

- Não está com fome?

- Não obrigado - E subi as escadas em direção do meu quarto.

Quando entrei me joguei na cama e fiquei olhando para o teto de madeira e a luz acesa que fazia meus olhos ficarem ardendo e piscando toda vez por isso me virei de lado. A janela, que tinha a vista da floresta. Aquela floresta obscura que todo mundo tem medo. Menos eu..



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