"don't go" | único

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Olha essa onezinha é resultado de muitas lágrimas viu akkkdd não que seja necessariamente triste, eu só fiquei soft emocionada escrevendo e chorei algumas vezes digitando 🤡 (a autora é uma boiolinha quem amou?)

Enfim, boa leitura! 🥰

Músicas sugeridas:
• To Build a Home — The Cinematic Orchestra;
• She — Dodie;
• Frozen — Sabrina Claudio;
• Meet Me In Amsterdam — RINI

🌧️

Ninguém estava esperando por aquela chuva, principalmente levando em consideração o sol que fazia anteriormente em todo o caminho até Piltover. Caitlyn já estava há mais de vinte minutos sentada no mesmo local da estação, aguardando a intensidade das gotas diminuir, porque ela tinha apenas um guarda-chuva pequeno de reserva e duas malas consigo. O uniforme estava úmido nas botas e na calça, por causa dos respingos que lhe alcançavam devido ao vento. Os cabelos azuis sempre cortados na altura dos ombros estavam parcialmente guardados sob o chapéu de xerife, mas ela não via a hora de tirar tudo aquilo e tomar um banho. 

Já passava das cinco da tarde, mal acreditava naquele contratempo. Não tinha como enviar um recado aos pais ou ao chefe, apenas lhe restava permanecer no aguardo até que estivesse fraco o suficiente para que ela não ficasse ensopada nos primeiros cinco minutos de caminhada. 

Depois de uma semana em outra cidade, ela estava de volta. E foram tantas reuniões e formalidades, tanta burocracia - o que ela odiava - e um excesso esmagador de etiqueta. Quer dizer, ela recebeu aulas daquele tipo na infância e com certeza sabia como teria de se portar no ambiente de trabalho, mas era diferente de quando todos numa sala são superiores, ou com o mesmo cargo que o seu. As orbes daquelas pessoas pareciam abrir buracos em sua pele, e tinha certeza de que, mesmo sendo de um Clã renomado, muitos ainda a viam como uma garota. Bem, ela foi lá e fez o próprio trabalho, não lhe interessava de verdade as opiniões de um bando de estranhos caso não fossem lhe agregar. 

Mas, de qualquer forma, estava mentalmente cansada. Seus pés doíam, mesmo que aquelas botas não fossem muito desconfortáveis geralmente, e a umidade fazia os fios escuros grudarem em sua testa conforme os segundos passavam. Só queria poder ir para casa e, com sorte, encontrar Vi.

A zaunita não estava morando consigo, e aquilo era o suficiente para lhe deixar desanimada. Porque não sabia se ficariam juntas quando chegasse, não sabia se ela decidiria lhe visitar ou se mais dias de distância seriam necessários. Ela dizia que era perigoso demais, e a Kiramman via nos olhos claros como a necessidade de proximidade e contato eram recíprocas. Queria poder estar com a mulher de cabelos rosa ao acordar, queria poder passar dias ao seu lado, mas a resposta era sempre a mesma: 

一 Eu não quero que você se machuque 一 a voz geralmente vinha carregada de insegurança e medo. 

Vi tinha medo de toda a situação com a irmã. Não sabiam todas as possibilidades, não havia padrão, e a de cabelos rosa sentia o estômago revirar apenas de imaginar um cenário em que precisasse, novamente, estar entre Jinx e a Kiramman. Aquela noite ainda passeava por sua mente em lembranças indesejadas e desesperadoras, mesmo que Cait tentasse reforçar que poderiam se proteger, que poderiam trabalhar melhor se ficassem juntas. Mas também compreendia a necessidade alheia de um tempo para pensar, não queria forçar nada e gerar desconforto - pelo contrário, se desejava a zaunita ao seu lado era para que tivessem momentos bons juntas, fosse por gestos simples e cotidianos ou qualquer ocasião especial. Queria vê-la sorrir e relaxar, pensar alto, ter liberdade para dizer ou não o que sentisse. 

Naquele ponto elas já estavam quase habituadas ao silêncio de suas respectivas moradas. Caitlyn não gostava, entretanto seu quarto escuro e vazio apenas ficava mais e mais comum daquela maneira, mesmo que só fizesse sentido para si estar com Vi. Já a zaunita só via como corriqueiro observar o céu e se perguntar se a outra também via a lua tão bela, sem nunca estar ao seu lado para que pudessem admirar juntas. A Kiramman adormecia e acordava entre os lençóis frios, e a cama parecia espaçosa demais. Vi comia todos os dias ansiando pelo rosto e pelo sorriso sonolento alheio. 

Still With You | CaitVi OneshotOnde histórias criam vida. Descubra agora