Capítulo 20

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Música do capítulo: "Flares" de The Script

Você perdeu algo que nunca vai recuperar?
Você amou mas nunca aprendeu?
O fogo se apagou mas ainda queima
E ninguém se importa, não há ninguém lá

HÁ SEIS ANOS

Quando Stiles acorda pela primeira vez é para se encontrar flutuando em nuvens fofas e cheirosas, como algodão doce. Ele se sente drogado, mas também estranhamente alerta, sua cabeça dói e seus pensamentos giram como um carrossel.

Ele obviamente não está bem.

Alguém segura sua mão e acaricia o torso com o polegar calejado, os dedos são grossos e fortes, mas também cuidadosos, é reconfortante e faz Stiles querer se aninhar neste conforto para sempre, ou pelo menos pelo maior tempo possível.

Apesar disso o mundo real não parece bom o suficiente para permanecer nele e por isso Stiles decide navegar novamente na inconsciência, na sombria porém convidativa inconsciência.

O lugar onde seus pesadelos ganham vida, onde ele é assombrado por tudo o que ele tenta escapar.

A culpa é sua, Stiles! É sua culpa que ela esteja morta!!

Eu me sacrifiquei para mantê-lo seguro e por isso me perdi! Perdi tudo por sua causa! Você não passa de um bastardo ingrato, Stiles!! — O rosto furioso de seu pai surge diante de seus olhos, uma garrafa de cerveja em sua mão, várias outras largadas ao redor do Stilinski mais velho Porque ela teve que ir embora? Porque foi ela e não você?!!

Stiles se encolhe ao ouvir as palavras duras do próprio pai, palavras dolorosas e horríveis. É um pesadelo cruel, Stiles sabe disso, seu pai o amava.

Não diga isso, pai... por favor Stiles implora, ele não pode manchar a memória de seu pai por causa de suas próprias inseguranças, ele está ciente disso Eu também sinto falta dela... eu também a perdi.

Seu pai chora, ele soluça e sua dor é sentida pelo próprio Stiles.

Eu a amava — O xerife sussurra, largando a garrafa, os olhos raivosos nunca deixando Stiles — E ela se foi. Você a matou!

— Isso não é verdade — Stiles estremece, lágrimas lentamente manchando suas bochechas — Não é verdade... não diga isso, pai... você não. Isso não é real. Não pode ser real.

Seu pai nunca diria isso.

— Eu odeio você! — Seu pai grita — Odeio você, Stiles!

Acordar é automático, seu coração bate acelerado em seu peito e um som constante e irritante soa em acordo com seu próprio pulso. Stiles respira furo e enruga o rosto com a dor em sua cabeça.

Sem que ele peça todas as suas memórias voltam como um baque, ele lembra de Theo, da expressão estranha dele, do peso de sua mão empurrando a cabeça de Stiles na parede... e então nada.

Theo realmente o machucou? Ele simplesmente não pode acreditar que isso é real, o verdadeiro Theo, aquele que cuidou de Stiles várias vezes quando ele mais precisou jamais faria isso.

Aquele não é o Theo de Stiles.

Aquele é um homem funcionando em base as drogas, um homem que perdeu o caminho e agora... agora é um monstro. Stiles funga e olha em volta, desorientado.

𝐌𝐄𝐔 𝐃𝐎𝐂𝐄 𝐀𝐋𝐈𝐁𝐈 - 𝐒𝐓𝐄𝐑𝐄𝐊Onde histórias criam vida. Descubra agora