ep:04

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Bárbara narrando:

  Que porra, sai do meu escritório correndo, apenas pus o capacete e dei partida na moto sem rumo algum. Não podia ser...aquele menino era meu filho. Isso aconteceu no mesmo ano que fundei a gang, Carolina achou que eu estava brincando, há 3 anos atrás pus em mente que iria derrubar a death hunters, coloquei uma espiã entre eles, a Suellen. Ela me passava vários tipos de informações, uma delas foi a que deu origem ao meu plano, a esposa de Tim não queria ter filhos para não estragar sua lipo, então resolveram contratar uma barriga de aluguel, fui até uma clínica e conversei um pouco com as enfermeiras, elas me explicaram como funcionava, subornei um dos médicos para que ele trocasse os óvulos de Helena pelos meus e contratei uma barriga de aluguel pra que eu pudesse acompanhar a gravidez do meu filho. Suellen indicou a clínica, o médico indicou a barriga de aluguel e pronto, o meu plano foi feito. Acompanhei a gravidez toda e dei um jeito de pegar o pequeno no colo logo depois do parto, alí foi a última vez que o vi, depois disso eles sumiram do mapa...tentei de todos os jeitos encontrar eles, aquela angustia me acompanhava todas as noites. E agora meu plano estava em ação,  eu não queria mais aquilo, só queria ter meu filho comigo. Meus pensamentos foram interrompidos quando perdi o controle da moto, fui arremessada na estrada de terra, sentia minha perna doer e pude ver o pneu da moto ainda girar. Me levantei aos poucos, meu corpo estava dolorido, um carro parou e dele saio um moreno com alguns músculos definidos, o cabelo bagunçado e uma roupa casual, ele levantou a moto e veio até mim

- está tudo bem moça? vi o acidente, você parece meio desorientada - ele segurou meus braços me ajudando a caminhar, minha cabeça estava girando, respirei fundo e senti o cheiro agradável do seu perfume, o que me fez relaxar um pouco

- só estava com pensamentos longes, obrigada - sorrio e fui andando com certa dificuldade até a moto, ouvi leves ridadas e me virei novamente - qual foi em?

- Dúvido que vai conseguir pilotar a moto com a perna ferrada assim, e nem iria deixar - ele encosta no capô do seu carro com os braços cruzados e uma expressão séria, até que ele fica bonito assim...

- E quem você pensa que é pra me impedir? o guarda da rainha Elizabeth? - tiro o capacete balançando meus fios de cabelo, logo o encaro e rio sacastica

- Deveria ter mais respeito, eu poderia lhe prender apenas por não portar os documentos dessa moto, agora larga esse capacete e entra no carro - ele sorrio sem mostrar os dentes, enquanto jogava a chave do seu carro pro ar e a psgava na mão, reviro os olhos e coloco novamente o capacete, ninguem manda eu fazer algo. Fui até ele e em um rápido reflexo consegui pegar a chave de seu carro, ri e dei um chute no meio de suas pernas, fui o mais rápido que pude até a moto e subi nela já ligando e dando partida, olho no retrovisor e vejo o moreno tentando correr atrás de mim com a mão no meio das pernas, apenas fiquei dando voltas ao redor dele

- já cansei de brincar de bobinho, para a porra dessa moto - ele parou no meio da estrada enquanto me fuzilava com os olhos

- ainda tenho bastante gasolina aqui, se quer a chave que venha pegar - rio e vejo ele entrar no carro, logo os faróis se acendem e o carro se move. Mas como? ae, ligação direta, óbvio! volto a pilotar e acelero, ele vinha o mais rápido com sua range rouver preta, olho pro visor da moto e já tava em 170, acelero cada vez mais rápido. Paro em uma praia deserta, esse era meu refúgio, o moreno para atrás e vem me seguindo

- já deu disso, devolve logo ou vou ser obrigado a te prender - olho uma última vez pra trás e me sento na areia da praia, que por suas ondas serem fortes se tornava deserta

- você foi um bom perseguidor, aqui sua chave - apenas deixo a chave na areia e fico olhando o mar, me perdendo outra vez em meus pensamentos

- me chamo Victor, e você pilota de fuga? - rio sacastico e sentou ao meu lado

- bom, pode me chamar de...jade - eu não seria tão burra de revelar meu nome pra um tira, ainda mais depois de ter roubado a chave do carro dele

- você não tem cara de jade, é um nome forte pra uma menina tão "delicada" - ele deu ênfase na última palavra, apenas deu um riso nasal e o encarei

- Victor é um nome muito bonito pra um tira corrompido - olho em seus lindos olhos castanhos, ele parecia ser uma boa pessoa

- ou eu apenas não quero lhe prender por estar de folga, e por ter me trazido nesse lugar. É realmente lindo e me acalmou um pouco, me fez esquecer por um estante que meu irmão desapareceu - vejo um sorriso fraco se formar em seu rosto e uma lágrima solitária cair em seu rosto

- e qual era o nome dele? como ele sumiu? - eu estava angustiada, pedia a Deus que não fosse João Victor pois eu não iria devolvê-lo, e a tristeza de Victor por algum motivo me comoveu

- João Victor, um nome meigo pra um garotinho incrível, ele tem dois anos e sumiu no passeio da escola -  ele desvia o olhar, encarando as ondas fortes que se formavam

- é uma pena, se prescisar de ajuda tô aqui - suspiro e o olho, será que essa era a mesma tristeza que causei no pai dele? eu estava me sentindo um lixo

- acho que não vou prescisar, já tô mais tranquilo - vejo victor se levantar e estender sua mão pra mim, a seguro me levantando e o encaro- acho melhor você ir pra casa, devem estar preocupados com você

- Quem? meus pais que estão sempre viajando? ou minha babá que fica dando pro porteiro do prédio? - ri irônica e caminhei até a moto

- sei que alguém deve estar, inclusive eu por você estar com a perna fudida - ele aponta pra uma ferida no meu joelho e me ajuda a subir na moto - nos vemos por aí

- valeu, bye bye - coloco o capacete e acelero a moto, ouço seu carro dar partida só que na direção contrária, eu estava nervosa, agora eu iria voltar pra toca e encontrar meu filho...

Meninas de papelOnde histórias criam vida. Descubra agora