Tesoura

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Lauren POV

 Quando fechamos a clínica, seguimos direto para a casa da Dinah. Devido ao cansaço do dia, eu acabei dormindo em um dos quartos de hóspedes, acordei por volta das 18h, tomei um banho rápido e fui pra sala esperar  o pessoal chegar. Dinah querendo ou não, sua casa virou o novo point do grupo, sendo assim, logo o pessoal topou vir pra cá, os primeiros a chegarem foram Mani, Alex, Tay e Elise, que trouxe a namorada junto, eu ainda não conversei sobre ela com minha amiga, afinal, não posso chegar e falar: "Hey, amiga, não gostei da sua namorada, ela tem um olhar suspeito, a química não bateu." certo? Certo. E até o momento ela não fez nada que eu possa usar como argumento, ela pode ser apenas inconveniente mesmo, e não podemos discriminar uma pessoa por isso, infelizmente. 

— Vou colocar essas cervejinhas no freezer. - Alex disse passando direto pra cozinha. 

— O combinado era não beber e ele trouxe bebida? - Dinah perguntou.

— Eu ouvi isso. - Ele disse do corredor. — Eu não tenho mais idade para beber líquidos não alcoólicos.

— Tô no time dele. - Falei, porque estou afim de beber também.

— Só os vagabundos. - Taylor disse me empurrando. — Eu vou de suco porque tenho um seminário pra concluir amanhã. 

 Todos se acomodaram na sala, mas a voz do Apollo tagarelando na cozinha, me deu curiosidade de ir ver o que ele está fazendo. 

— Mamãe, assim não pode. - Ouvi a voz dele aparentemente irritado. — Você é maior do que eu, isso é trapaça.

 Ouvi a risada de Camila e sorri sem nem saber do que se trata.

— Ué, a gente usa as vantagens que tem. 

 Apareci no cômodo, Apollo está apenas de cueca e todo sujo, do que eu julgo ser farinha, já Camila está de pé perto do balcão, ajeitando uma massa dentro da forma, foi impossível não apreciar ela que está vestida de uma uma forma tão despojada, um short branco curto e justo ao corpo, um cropped também branco mas com as cores da bandeira LGBT estampada na frente, descalça e com o cabelo levemente bagunçado, mas de uma forma surpreendentemente sexy.

— Não sei o que estão fazendo, mas eu quero um pedaço. - Falei.

 Camila se assustou, o que fez Apollo soltar uma gargalhada.

— Tem jeito não, vou comprar um sino pra colocar no seu pescoço, pra eu te ouvir chegando, toda vez me assusta. - Camila disse com a mão no peito.

— UM SINO? - Apollo perguntou com os olhos arregalados. — Mamãe, quando o vovô me levou na fazenda, quem usava sino no pescoço eram as vacas!

 Camila me olhou, depois olhou para o filho.

— Ela me chamou de vaca então? - Perguntei cruzando os braços, fingindo estar brava.

— Não. - Camila falou.

— Sim. - Apollo contrapôs. — Eu acho que como vingança você deve roubar um chocolate dela. - Apontou para a mãe.

— Ela tem chocolate? - Perguntei atenta me aproximando mais dele.

— Sim, e está comendo sozinha, sem mim. - Fez um bico triste. 

 Quase apertei ele em meus braços, mas não quero me sujar de farinha. 

— Você não tá dividindo com ele, Camila? - Perguntei me virando pra ela que soltou uma risada.

— É porque é pra colocar no bolo. - Apontou a massa na forma.

— Mas você comeu, mamãe. - Apollo disse em um tom choroso. 

Inalcançável Você - Segunda TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora