- Precisamos conversar -

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Depois de percorrermos quase toda a cidade, ele decide parar, mas não em qualquer lugar e sim em um beco escuro, onde poucas pessoas habitavam e assim parando o carro me manda descer com o tom de autoridade máxima que percebi no seu tom de voz:

- Felipe, está tudo bem com você?

- Anda logo, não ouviu o que eu disse?

Estranhando essas certas palavras que saíram da boca do meu irmão, resolvi então obedecer e descer. Em poucos segundos ao descer do carro observo que o Felipe estava com um visual diferente, seus cabelos ficaram pretos, muito escuros, e um símbolo que parecia ser tatuado em seu braço apareceu grande e forte, como se já não bastasse, seus olhos ainda ficaram vermelhos:

- Q-qu-quem é-é você? - hesitei um pouco ao falar-

- Sou seu pior pesadelo, um ser que você nunca sonharia em conhecer, algo que você nem imaginaria que pudesse existir.

E em um piscar de olhos aquela coisa que não se parecia nem um pouco com o Felipe, que não era mais ele mesmo após ter se transformado deu um salto muito alto capaz de pular o carro, puxou uma espada de sua cintura e veio em minha direção, eu não sabia o que fazer, muito menos conseguia me mover, já sem forças pra levantar resolvi ficar ali mesmo, sentada no chão esperando aquela coisa chegar. E eu fiquei ali esperando, esperando... E sem saber o que poderia acontecer fiquei apenas encarando-o sem conseguir pronunciar nenhuma palavra.

Após alguns segundos um ser magnifico com asas deslumbrantes chega voando e entra em minha frente me protegendo do ataque daquele terrível pesadelo.

O Felipe, demônio, bem não sei o que era aquilo, recuou e não conseguiu se aproximar de mim, pois aquele ser estava impedindo sua chegada até mim.

'' só me faltava essa, agora é briga de anjos e demônios ? "

Pensei tentando ser irônica e diminuir a tensão do momento.

- quem é você?- perguntei com brilho no olhar e tremendo de medo-

Ela me encarou e disse com firmeza:

- da próxima vez, tome mais cuidado, seja ágil e rápida, ataque antes de ser atacada.

E em um piscar de olhos desaparece da minha frente.
E agora ? O que eu faço? Estou sozinha neste beco escuro e sem ninguém, já fui atacada por um demônio, defendida por um ser de asas, me senti inútil, pois não sabia o que fazer naquele momento.

Tento ligar para o Felipe, só dá caixa postal, para minha mãe, esqueci que ela teve que sair com meu pai hoje, quando menos espero um carro se aproxima de mim com faróis altos, sem conseguir ver quem estava no volante, esperei até se aproximar mais de perto para ver quem era, já estava assustada, confusa, e agora surpresa por ver que quem estava guiando o carro e a passageira eram a mulher e o cara de terno que eu havia visto mais cedo nesse dia, do outro lado da rua...

- Entre!- diz a mulher-
- Mas por que eu deveria ? Nem conheço vocês...
- E por acaso você reconheceu que aquele não era seu irmão de verdade? E sim um demônio? Então fique quieta e entre logo no carro - recebo essas palavras como resposta da mulher-
- Espera, posso saber pelo menos o nome de vocês?
- Me chamo Myrcella e esse é o Maycon e somos seus guardiões sagrados.
- Como assim "guardiões sagrados"?
- Entre e lhe explicaremos tudo pois precisamos conversar.

-Marcas-Onde histórias criam vida. Descubra agora