Acordei na manhã seguinte decidida a colocar Dereck contra parede e descobrir o que estava acontecendo, pois eu tinha a sensação que por mais estranho que parecesse, ele sabia de tudo que vinha acontecendo comigo, desde as sensações estranhas até os sonhos que também não me pareciam normais, como eu poderia criar alguém no meu subconsciente e logo ela se materializar na minha vida, ainda por cima tendo um temperamento tão esquisito quanto o daquele garoto. Entretanto, só vi ele uma única vez aquele, muito distante, e quando seu olhar cruzou o meu faíscas surgiram, mas rapidamente ele desviou e fugiu como um covarde. Isso Dereck Roux, seja o completo babaca que você é, eu com certeza deixei me levar.
- Você tá bem? - falou uma amiga do Bryan que eu conheci semana passada.
- Ahn, oi Elicia! Claro, eu tô bem, muito bem - respondi mesmo sabendo que não estava.
- Não é o que parece, mas tudo bem, se quiser conversar, ou sair qualquer dia, vou ao shopping com outra amiga hoje, se tiver afim, me manda uma mensagem, esse é o meu número.
Antes que eu pudesse dizer algo ela colocou seu número nos meus contatos, sorriu e seguiu em frente. Apesar da rapidez do acontecimento, eu senti que deveria ir, talvez fosse bom pra mim me enturmar e conhecer pessoas novas, já que só fiz amizade com o Bryan e o traste do Dereck.
O dia no colégio não passou rápido. Quando cheguei em casa percebi que minha mãe não estava em casa, como de costume, almocei apenas uma salada e um suco de maracujá e fui em direção ao meu quarto, deitei na cama e lembrei do convite que recebi, sem pensar duas vezes aceitei e confirmei a hora. Fui fazer algumas lições enquanto não chegava as 17:30.
Perto do horário marcado me aprontei e fui encontrar Elicia, seu cabelo verde era marca registrada que dava pra ver de longe, quando me viu, sorriu e acenou gentilmente, o que fez seus olhos cor de mel se fecharem, ao seu lado uma garota com olhos puxados e negros assim como a cor de seu cabelo sorriu de canto parecendo estar tímida. Me aproximei e cumprimentei elas.
- Oi, tudo bem com vocês? - Falei tentando não parecer tímida.
- Oii, tudo sim, essa aqui é a Akemi, minha melhor amiga desde a infância, é um pouco tímida quando não conhece as pessoas, mas com certeza é uma ótima amiga.
- E você é a que fala demais né Elicia - Falou envergonhada.
- Ah e ela pode ser bem agressiva - todas nos demos um risinho.
- Então, o que vocês querem fazer? eu sei que falei pra gente ir no shopping, mas o parque de diversões do Mike abriu hoje, e eu ouvi dizer que vai ter brinquedos com surpresas, não falaram o que seria, mas conhecendo o Mike é provável que tenha coisas sombrias. - disse Elicia com tom de entusiasmo.
- Por mim tudo bem - eu disse e logo Akemi também assentiu.
Não tinha como dizer não, parecia mais legal que perambular pelo shopping. Chegamos por volta de 18:20 horas no parque. Elicia estava louca para ir no bate bate, então o primeiro brinquedo não tinha como ser outro, já que ela sempre toma frente de tudo, o que por parte é bom quando as outras duas pessoas presentes são mais reservadas.
O tempo passou rápido e eu pude ver que elas são boas pessoas, e boas companhias, me senti acolhida e tive a esperança de me sentir alguém normal de novo. Elicia sempre com sua animação impregnando o ar, já Akemi que mesmo sendo cautelosa, pude notar, que também é muito divertida. Conversamos bastante sobre tudo hoje, até consegui arrancar informações sobre o Bryan e quem mais eu queria, Dereck. Elicia mora aqui desde que nasceu e pude perceber que ela tem uma quedinha pelo Bryan, Akemi se mudou há 5 anos e deixou escapar que uma vez viu Dereck conversando com um desconhecido em uma língua que ela nunca conseguiu identificar qual era.
Por volta das 22:00 horas, me despedi das garotas e resolvi voltar andando pra casa, sempre gostei desse tipo de caminhada noturna, me fazia querer pensar em coisas banais, e era realmente o que eu precisava invés de me encher com pensamentos sobre o meu vizinho estranho. Entretanto, meu pensamentos foram interrompidos por um estrondo que fez meu coração saltar junto com minhas pernas, em minha direção vi uma pessoa que parecia ter caído de algum lugar rastejando até mim.
- Meu Deus! o que houve com você?? - falei desesperada percebendo sangue no homem de cabelos negros, pálido e com muitas tatuagens por todo corpo, muitas delas de caveira, que agora me encarava sem reação.
- Então você realmente está viva, eles não conseguiram acabar com isso. - ele cuspiu as palavras com nojo.
- O senhor deve ter batido a cabeça quando caiu, de onde você caiu? - falei com calma.
- Não se faça de tonta, a sua existência é uma vergonha para o nosso mundo, deveria ter sido exterminada como o seu pai! - com essas palavras eu paralisei, não tinha como um desconhecido saber que meu pai havia falecido, teria?
- Como você sabe que meu pai mo mo rreu? - falei gaguejando, não tinha me acostumado ainda a falar tais palavras em voz alta.
- Por que eu comandei a operação, mas fui traído e descobri que a escória continua viva, mas não por muito tempo, pois hoje vou completar a missão dada pelo meu Senhor, nenhum dispositivo de bomba implantado em mim vai fazer com que eu desista. - disse o homem se levantando e vindo em minha direção acabar com a pessoa errada, pois a pessoa que ele procura com certeza não sou eu.
Corri quanto pude, mas os passos do desconhecido pareciam de um tigre, demorou segundos pra ele me puxar pelo braço com força e me prender em um mata leão. Fui do céu ao inferno, perdendo os sentidos com as mãos dele apertando meu pescoço, quando pensei que não tinha esperanças pra mim, ouvi uma voz familiar.
- Solta ela agora Carvan! - o dono da voz parecia furioso.
- Agora eu entendi, as coisas estão ficando interessantes, o cachorrinho protege a escolhida. - disse apertando mais ainda meu pescoço.
- Se você não soltar, eu juro que não vou ter compaixão com você, vou estraçalhar seu pescoço sem piedade. - agora eu reconheci a voz, não poderia ser outro se não Dereck, mas o que ele estava fazendo ali e qual a razão desse tal Carvan me atacar e afrouxar as mãos como se sentisse medo com as palavras do Dereck, coloquei esses pensamentos em escanteio e aproveitei o momento, chutei o homem que tentava me matar e caí sem muitas forças do lado dele.
- SUA GAROTA INÚTIL, EU VOU TE MATAR DA PIOR FORMA QUE EXISTE. - gritou com dor nas partes onde eu havia batido, mas antes que eu tivesse alguma reação Dereck correu mais rápido que o homem que tentara me alcançar momentos antes e começou a socar ele no rosto.
- Eu não quero te ver rondando por aqui, nem atrás dela outra vez, ENTENDEU? - Dereck falor gritando a última palavra como se só assim o homem fosse dizer algo.
- Si sim, eu na naão vou maiss procurar por elala. - disse com muito medo em seu olhar enquanto seu nariz jorrava sangue
- Agora vaza! - não pensou nem duas vezes e sumiu, eu não consegui ver direito pois minha visão estava turva e minha respiração ofegante após ser vítima de estrangulamento.
Senti os braços de Dereck me envolverem e me levantarem em seu colo, já não conseguia respirar e antes que eu pudesse fechar os olhos por completo em um desmaio, ouvi sua voz abalada dizer " Isso não devia ter acontecido, me desculpe por falhar em cuidar de você".
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Vale dos girassóis
SonstigesApós a morte do seu pai, a jovem Minerva de 17 anos se muda da Flórida para Dixon na Califórnia com sua mãe, em busca de novos ares e para amenizar a dor da perda. O que ela não espera é encontrar mistérios, uma profecia, criaturas, um amor complica...