Capítulo 1

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INGLATERRA DO NORTE, 1273

"Meu senhor!"

O grito ansioso fez com que Louis fizesse uma pausa no que dizia ao cozinheiro e olhasse ao seu redor. Seu criado atravessava rapidamente a cozinha e vinha em sua direção, com uma expressão zangada e muito preocupada. Essa combinação usualmente era causada pelas ações da sua madrasta Edda. Perguntou-se qual seria a confusão que Edda teria aprontado agora, Louis rapidamente prometeu ao cozinheiro que terminariam a conversa sobre o cardápio mais tarde, e saiu apressada ao encontro de seu criado.

Niall pegou suas mãos no momento que se aproximaram. Sua boca se curvou para baixo quando anunciou.

"Sua madrasta lhe chama."

Louis fez uma careta e suspirou. Sua madrasta só mandava procurá-lo quando estava de péssimo humor, o que era normal para Edda, e queria animar-se maltratando um pouco seu desafortunado enteado, o que sempre fazia. Por um momento, Louis considerou ignorar o chamado e buscar uma tarefa fora da fortaleza pelo resto do dia. Mas isso só pioraria o mau humor da mulher e seus subsequentes abusos.

"Devo ir ver o que quer então" Louis disse e apertou as mãos de Niall recomfortando-o antes de passar ao lado dele.

"Ela está sorrindo"Niall advertiu, seguindo Louis.

Louis fez uma breve pausa com a sua mão apoiada no puxador da porta do grande salão, com um temor, invadindo-a. Uma Edda sorridente não era uma boa coisa. Usualmente isso queria dizer que Louis estava a ponto de sofrer. A verdade era que a mulher nunca se atrevera a bater-lhe, mas existiam coisas bem piores para sofrer, existiam tarefas tão desagradáveis que Louis às vezes quase preferiria uma bordoada. Mordendo o lábio inferior com preocupação, ele perguntou:

"Sabe o que a tirou do sério dessa vez?"

"Não" Niall disse desculpando-se "Estava gritando para Liam que escovasse bem a égua quando um mensageiro do rei chegou, ela leu a mensagem, sorriu, e mandou chamá-lo."

"Oh" Louis ofegou fracamente e endireitou seus ombros, levantou o queixo, e abriu a porta. Era a única coisa que podia fazer, se aprumar e rezar para que algum dia pudesse se livrar do controle férreo e dos abusos de sua madrasta.

"Oh,Louis!" Edda sorria com um sorriso muito amplo e radiante que realmente não era sinal de um bom presságio.

"Informaram-me que desejava falar comigo" Louis disse timidamente, consciente de que Niall se movia as suas costas. O criado sempre lhe oferecia o seu apoio moral durante os ataques de Edda.

"Sim" Edda continuou com seu largo sorriso dentuço, embora tivesse desdentada, banguela teria sido uma descrição mais exata. Na mulher faltava a metade dos dentes, e os que sobraram eram marrons e retorcidos. Edda raramente sorria, e certamente nunca o fazia largamente para não mostrar o estado de sua boca. Sua conduta atual aumentou a ansiedade de Louis.

"Desde a morte de seu pai, ocupei-me com seu bem-estar, e duramente algum tempo estive muito preocupada com seu futuro, meu querido." Edda começou a dizer.

Louis se conteve para não sorrir sarcasticamente antes a declaração dela. Seu pai, Mark Tomlinson, tinha sido um bom homem e um barão fiel ao seu rei. Quando rei Henry III lhe pedira para que se casasse com a problemática Lady Edda e que a tirasse da corte, onde ela incomodava a todos, seu pai aceitara a árdua tarefa dignamente. Mas Lady Edda não. Ela havia se ressentido do fato de ver-se unida ao um homem que possuía apenas um Baronato e também havia sido instantânea pelo filho dele,Louis, ao chegar a T'omlinson.

Não tinha sido tão ruim no início. Com a presença na casa do pai de Louis e de seu irmão, Calvin, Edda ao menos se comportava cordialmente com ele, Mas Calvin resolveu unir-se ás cruzadas com o Príncipe Edward I, e partira há três anos. Então o príncipe precisou retornar para ser coroado rei depois da morte do rei Henry III, mas Calvin ainda estava na Tunísia. E para piorar ainda mais, nem bem ele partiu e seu pai tinha morrido de uma afecção.

The Devil of the HighlandersOnde histórias criam vida. Descubra agora