all too well | short fic

four

Não estava sendo um bom momento para nós.
De alguma forma nos distanciamos e não sabia o porquê.

— Como estou? - perguntei me olhando no espelho.

Você mau olhou para mim.

— Ótima. Temos que ir - falou e levantou do sofá, saindo de casa e indo para o carro, me deixando para trás.

Entramos no carro sem dizer uma palavra.
Estava tudo estranho.

Mas no meio do caminho começamos a conversar sobre coisas aleatórias e eu me senti especial de novo, por alguns segundos.
Até seu telefone tocar.

— Quer que eu atenda? - perguntei e você pareceu irritado.

— Não! - respondeu e pegou o celular para atender enquanto dirigia.

— Você está dirigindo e irritado não sei com o que. Acha mesmo que é uma boa atender agora? - Minhas palavras foram suficientes para fazer você parar o carro e sair dele desesperadamente me jogando as chaves assim que saí também.
[...]

Você ficou uma hora no telefone chingando a pessoa do outro lado da linha enquanto eu estava no carro esse tempo todo, esperando por você.
Me culpando por tudo.

Não tocamos mais no assunto e você continuou agindo como se nada tivesse acontecido.

[...]

— Chegaram - você entrou no quarto para me avisar e saiu logo em seguida para receber os seus convidados.

Estavamos naquele jantar estúpido que você fez para os seus amigos
Conversas sem sentido algum para mim.

Eu estava me sentindo excluída mas não queria arruinar sua noite então permaneci quieta e tentei pegar sua mão.

Mas você se afastou e largou minha mão de lado.

Deus, eu me segurei naquele momento para não desmoronar na frente de todos os SEUS amigos.
[...]

Quando todos foram embora, fui limpar a cozinha.
Você estava trazendo a louça mas ambos estavamos tensos.

— Porque você está tão brava? - perguntou

— Eu não estou brava, quem disse que estou? - Respondi negando com a cabeça baixa enquanto lavava a louça.

— Porque você está agindo como se estivesse. Isso é ridículo! - você disse - Aqueles eram os meus amigos e eles foram super legais com você!

— Eu gostei dos seus amigos, nunca disse que não gosto deles.

— Porque você está sendo...

— Eu não gostei do jeito que você agiu com eles - continuei.

— Você está estranha e quieta o tempo todo.

— Eu não estava sendo estranha - falei.

— Sim, você estava!

— Porque você não olhava para mim!

— Ah vamos lá..- você revirou os olhos.

— Você poderia ter me perguntando qualquer coisa durante a noite toda.

— Que besteira, isso é muita besteira - você reclamou.

— VOCÊ SOLTOU A MINHA MÃO, O QUE EU DEVERIA FAZER? - gritei.

— Eu nem sequer notei isso, do que você está falando? Eu soltei sua mão?

— Eu nem conhecia essas pessoas, eram todos estranhos, todos mais velhor que eu - disse.

— Mas do que você está falando? - perguntou.

— Eu me senti tão deslocada, você era o único que fazia as pessoas se sentirem confortáveis...

— Você ta tornando isso sobre você!

— Eles nem sequer me olharam!

— Eu estava me divertindo com meus amigos, você literalmente disse que eu soltei sua mão. Eu nem se quer lembro desse momento que você está falando. Como você pode me atacar sobre algo que eu nem sei?

Me virei e tentei continuar com a louça.

— NÃO, VOCÊ ESTAVA ME FAZENDO SENTIR UMA ESTÚPIDA - gritei.

— Ah meu deus. Eu não acho que eu fiz você se sentir dessa maneira. Acho que você está fazendo isso com você mesma - você continuou falando - Um momento que eu nem lembro...