Um match de Natal - Wandanat

Capítulo 1

Notas: Fanfic clichê de natal. Já está pronta, vou postando durante os próximos dias. O último capítulo será postado em no natal.

30 de novembro de 2020

A pista de patinação era altamente escorregadia, como não haveria de ser? O fato é que Natasha só estava ali após muita insistência da pequena Laura.

A criança de cabelos loiros e bochechas rosadas era louca pelo natal, pelas luzes, pelos momentos e por tudo o que vinha junto com isso. Os presentes vinham por último nessa escala de importância.

— Eu sei que você não tem medo, mas eu tenho. Tome cuidado, filha. - Natasha pedia apoiada a divisória que separava os bancos da pista de patinação. Seu olhar sempre tão atento e cauteloso, ligado a cada movimento de sua filha.

Não gostava que nada saísse de seu controle.

A garota parecia ter ouvido com atenção quando diminuiu o ritmo em que deslizava pelo gelo. Chegaram ali sozinhas, mas aos poucos as crianças interagiam entre si e ninguém ficava de fora das brincadeiras.

— Vamos apostar corrida. Ir até aquela placa e voltar. - O garoto sugeriu animado para os outros colegas e Laura que não era de se intimidar aceitou sem discutir, torcendo para que a mãe estivesse distraída o suficiente com o próprio celular para não ver.

Laura, o garoto de cabelos ruivos e mais dois meninos correram ao mesmo tempo em direção a placa de sinalização que seria a linha de chegada. Antes que um deles vencesse a corrida o garoto se desequilibrou, caindo fortemente contra o gelo. Os óculos voaram de seu rosto e as lentes se partiram em vários pequenos pedaços.

Antes que pudessem assimilar o que havia acontecido, Natasha já estava ajoelhada em frente ao grupo de crianças, pegando-o em seu colo e levando para fora da pista.

Ele não chorava, não falava, não piscava. Parecia atordoado pela queda e quando já estava quase matando a mulher de preocupação ele piscou algumas vezes. A feição de dor estava ali, mas junto com ela havia uma risada incessante que logo levou as outras crianças consigo. Estava agora sentado sobre o banco, com o olhar avaliativo de Natasha sobre si, buscando machucados mais graves, mas não encontrando nada além de alguns arranhões na lateral de seu rosto.

Era inexplicável como uma queda tão feia tinha resultado apenas em alguns arranhões no rosto.

— Você quase quebra o gelo com essa sua cabeça dura. - Um dos garotos provocou quando percebeu que tinha sido apenas um grande susto.

— Foi só por isso que eu não te venci. Na próxima vez não vai ter uma queda dessas que vai te impedir de perder. - O garoto ruivo retrucou, sentando-se com um pouco de dificuldade ainda se recuperando do susto.

— Oi, meu nome é Natasha. Você está sentindo alguma dor? Qual o seu nome? - Os questionamentos vieram acelerados, a mulher possuía um vinco de preocupação em sua testa. Olhou em volta, esperando que a qualquer momento os pais daquela criança aparecessem angustiados, mas isso não aconteceu.

— Meu pé tá doendo um pouco. Meu nome é Billy e eu tenho nove anos. - O garoto tentou tirar as botas de patinação sozinho, mas Natasha interviu facilitando o processo.

— Certo, Billy de nove anos. Onde estão os seus pais? Quem te trouxe até aqui? - A pergunta pareceu tê-lo pegado de jeito, pois apenas coçou a cabeça, tentando pensar em uma boa desculpa, que com absoluta certa não colaria. A mulher tinha uma peça daquela em casa, sabia que esses pequenos anjinhos são bem espertos para se safar de algo indesejado. - Fale a verdade, anda.

— Eu meio que aproveitei que a babá dormiu para vir até aqui, mas eu moro pertinho. Vou chegar rápido. - O garoto afobado tentou levantar, desvencilhando-se das mãos preocupadas que ainda estavam sobre si. Queria sair dali o mais rápido possível para chegar em casa e entrar antes que a babá, que já era uma senhora de idade, acordasse fazendo um escândalo. A última vez em que foi pego, o castigo durou mais de duas semanas.