Capítulo 7

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24 de dezembro de 2020

Natasha POV

O som das batidas na janela me arrancaram do momento de completa entrega em que eu estava inserida.

Em questão de segundos estava completamente de volta ao banco do motorista, com uma grande distância entre meu corpo e o de Wanda.

Ela não se virou, seus olhos amedrontados estavam em mim, como se esperasse que eu disse alguma coisa, qualquer coisa.

— Fica aqui. Não sai daqui, Wanda. É sério. - Ordenei esperando que pelo menos uma vez ela fosse obediente o suficiente para sequer espiar a figura parada atrás de seu corpo.

Ela não se virou, continuou com a cabeça encostada na porta, na janela de vidro atrás de si.

Sai do carro sem conseguir conter a raiva que crescia dentro de mim tão rapidamente.

— O que caralho você está fazendo aqui? Está me seguindo?! - Falei puxando o maldito pelo braço, tentando fazer com que ele se afastasse do meu carro, mas principalmente que se afastasse da loja onde Wanda trabalha. Não queria chamar uma atenção desnecessária em nossa direção.

— Você está muito nervosa, minha querida. Acho que está realmente precisando gastar um pouco dessa energia. - Seu sorriso irônico e prepotente me fez querer socar aquela boca cheia de dentes, mas eu não transformaria aquilo em um show.

— O que você faz aqui, Christian? Você não pode me perseguir desse jeito. Nós já passamos dessa maldita fase doentia. - Bufei pensando em tudo que ele já me fez passar até aquele momento. - Se isso é sobre levar Laura com você, esquece. Isso não vai acontecer.

— Não, minha querida ex esposa. Acho que já desisti dessa ideia. Não há com o que se preocupar, Laura vai passar o natal com você. - Ele disse me virando as costas e caminhando em direção ao próprio carro, estacionado do outro lado da rua. - Queria ver com os meus próprios olhos, a sua nova escolha de diversão. Não a vi de perto, mas ela parece bem bonita.

Ele abriu a porta do carro, mas a empurrei impedindo que ele entrasse.

— O que você quer? O que está armando? - Apontei o dedo em frente ao seu rosto, usando do pouco controle que me restava. - Não ouse se aproximar de mim de novo. Não se atreva a insinuar algo assim sobre Wanda. Ela não é uma diversão.

Como ele poderia dizer algo assim, ele não a conhecia, não sabia nada sobre a nossa relação até ali.

— Wanda, então esse é o nome dela. Você continua com bom gosto, eu claro, faço parte dessa lista. - Seu olhar permaneceu sustentado sobre o meu, ele não se intimidava, na verdade parecia fazer pouco da minha evidente irritação. Como se esperasse que eu surtasse para depois ele fazer uma cena de inocência.

— Christian, eu não estou brincando. Suma daqui e não se aproxime de novo. A nossa única ligação é Laura, se limite a ser um bom pai. Você tem feito um péssimo trabalho.

— Claro, boa mesmo é você que deixa a filha em casa para vir se esfregar com uma coitada no meio da rua. Você costumava ser mais discreta do que isso. - Eu conhecia todo aquele desprezo em sua voz, que tantas vezes me foi direcionado, quando eu ainda acreditava que deveríamos ser um casal melhor, pela minha filha.

Fechei os punhos com força, os braços caídos nas laterais do meu corpo. Eu queria socar a cara dele, queria quebrar aquela maldita face arrogante. Queria descontar toda a raiva que ele me causava, mas não faria o que ele quer. Não entraria naquele jogo outra vez.

— Laura está dormindo há muito tempo, mas você não deve saber nem o horário que ela dorme. E você tem toda a razão, pro inferno qualquer necessidade de discrição. Não tenho que me esconder de ninguém.

Um match de Natal - WandanatOnde histórias criam vida. Descubra agora