Amante da Realeza

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O Duque da casa dos Park apareceu na cerimônia de comemoração pela nova conquista galáctica da União no seu uniforme militar: não podia estar mais formal e elegante, nos coturnos de couro pretos, calça justa também preta e o casaco de camurça de mesma cor, abotoado até o pescoço com botões dourados pela lateral; no colarinho o broche de jade branco no qual foi cirurgicamente entalhado a imagem de um arminho, animal símbolo da família Park por gerações, e no ombro direito três cordas douradas seguras pela ombreira reta, indicando sua alta patente. De fato, se não fosse pelo traje, poucos ali na festa que o viam pela primeira vez poderiam julgar tal posição de poder ao ver o rosto jovem de Jimin, liso em cada reta da mandíbula e curva das bochechas; a testa cingida de cada lado pelos fios dourados dos cabelos volumosos partidos no centro, cortados à altura das orelhas sem adornos.

Ah, sim!... Seu rosto belo inspirava uma candura infantil, talvez por causa da pele branca tão leitosa quanto o broche no seu pescoço, apesar de que seus lábios grossos e intensamente vermelhos lembrassem imediatamente quem os visse do sangue que o jovem rapaz teve de ver derramado desde cedo: preço pelas conquistas planetárias das casas da União: mas uma beleza inocente, ainda assim, principalmente quando sorria; era um sorriso de erguer as maçãs do rosto e transformar os olhos puxados em duas meias luas finas, detalhe este que deixava seu rosto já simpático mais afável ainda.

Era como se a figura do Park estivesse em contraste: suas roupas formais, austeras e de corte reto, trazendo a pressão de um oficial militar, contra seu rosto iluminado de juventude e de um belo puro, da velha renascença. No entanto, o que realmente estava contrastando com a figura de Jimin era a pessoa ao seu lado esquerdo. Tamancos de salto alto, brancos, mostrando pés nús através de treliças finas; as pernas magras e longas marcadas numa apertada calça de tecido aderente, dourada: ela subia até acima da cintura fina, fechada por um cós largo e ornado com botões negros, e então o torso era coberto por uma camisa social fina, branca, tranparente a revelar as silhuetas contra a luz, sugestiva e sensual mesmo que as mangas longas fechassem depois dos pulsos, bem pertos das mãos de dedos compridos. Os botões no peito, aliás, estavam abertos, apesar do colarinho chegar no pescoço à mostra, ostentando uma gargantilha de fio de camurça branco, de onde caía um pingente de pérola negra, autêntica, bem como as dos brincos nos lóbulos das suas orelhas: nos demais furos ao longo da cartilagem pendiam outros tipos de piercings, desde argolas douradas a correntes finas.

Todo o traço do seu corpo estaria à mostra não fosse por um casaco de pele, vestido só até os cotovelos, a parte caída às costas curvas cobrindo as nádegas certamente muito bem desenhadas na calça justa: era o perfil clássico de um acompanhante de luxo, sensual no vestir, sensual nos modos, sensual no andar. A casa Kim tinha toda uma casta só de rapazes e moças a serem presenteados pra duques e barões das demais casas da União como amantes: era de bom tom que todo senhor ou senhora de alguma casa de importante cargo político ou militar tivesse ao menos uma pessoa para lhe satisfazer as vontades, ao passo que um homem ou mulher insatisfeito no que diz respeito a carne é certamente intragável e duro de fazer negócios; ou seja, a forma mais efetiva de adular vinda da casa mais rica.

Era normal também que se acabasse desenvolvendo certo afeto exagerado por seu amante, mas o jovem Park tratava seu cortesão Kim Taehyung com especial carinho e respeito, tanto que era visível no rosto levemente maquiado do rapaz mais alto. Ele tinha os lábios bonitos brilhando num sorriso fechado, ornados por um piercing no mesmo canto de uma pinta sugestiva abaixo; o nariz muito levemente angulado pra fora, os olhos em forma de amêndoas, as sobrancelhas arqueadas por baixo da franja da volumosa e brilhante cabeleira castanha, em mechas que caíam até pouco além da nuca. Todos aqueles traços bonitos à perfeição perfeitamente enquadrados numa mandíbula fortemente marcada e pintados ao suave tom canelado da sua pele: e o que mais transparecia neles era, de longe, o orgulho pela autoconsciência da sua beleza sui generis e incomparável, autoconsciência esta não por se olhar com cuidado no espelho, mas por ser avisado constantemente do fato pelo seu milorde, Park Jimin.

Loverboy - VminOnde histórias criam vida. Descubra agora