Capítulo 1

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Fito a minha bolsa da Gucci em cima da cama, pensando se é estranho uma advogada recém-contratada, usar algo assim no seu primeiro dia no trabalho

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Fito a minha bolsa da Gucci em cima da cama, pensando se é estranho uma advogada recém-contratada, usar algo assim no seu primeiro dia no trabalho. Acabo rindo sozinha, eu e esta minha mania de querer ser patricinha nos momentos errados. Vou até meu closet e escolho uma saia preta justa, que marca bem minhas curvas e me faz parecer como uma daquelas secretárias sedutoras de livros de CEO. Só faltam os óculos e a blusa com decote para combinar ainda mais.

Olho a hora no relógio e solto um grunhido percebendo que estou muito, mas muito atrasada. Então, visto a blusa com pressa e calço os meus saltos em tempo recorde e aí me lembro de que ainda não passei maquiagem. Merda! É melhor deixar para fazer isto no banheiro do escritório. Pego minha bolsa de couro, que uso para guardar documentos de trabalho e algumas pastas que vou precisar certamente, e a chave do carro.

Depois de pegar o elevador e passar pela recepção do prédio, chego ao estacionamento e vejo minha linda Mercedes vermelha, brilhante e perfeita, esperando por mim. Entro no meu carro e ligo o GPS, ar-condicionado, por fim coloco um rap para tocar. Saio do estacionamento quase trombando em outro carro, o motorista desce o vidro e solta uma grosseria. Que cara estúpido! Eu o respondo da mesma forma, certamente minha mãe ficaria horrorizada se me visse trocando grosserias com um estranho. Ela perguntaria cadê a educação que me dera, mas é aquele ditado: o que olhos não veem o coração não sente. E assim se inicia mais um dia comum e normal da rotina da vida de Clara Marques.

***

— Diabos, você está atrasada, Clara! — Arthur me repreende assim que me vê saindo do elevador do escritório. — O que aconteceu? Foi dormir tarde ontem?

— Desculpe-me, ainda tenho que me acostumar com o horário deste meu novo emprego. No antigo escritório em que eu trabalhava, costumava ir somente depois do almoço — explico fingindo estar envergonhada. Mas não sou uma boa atriz, muito menos uma boa mentirosa, e Arthur balança a cabeça parecendo irritado comigo.

— Somente não se atrase mais, ok? Quase perdeu uma reunião importante!

— Está bem, prometo que não irei mais me atrasar! — garanto. Mas ele não parece acreditar em mim, não o culpo, nem eu mesma acredito. Arthur suspira, passando a mão pelo rosto estressado. — O que foi? Está com dor de cabeça? Tenho remédio aqui se precisar.

— Não estou com dor, somente um pouco estressado, mas obrigado por sua preocupação! — exclama, antes de ajeitar os ombros e sorrir para mim.

Não posso deixar de notar o quanto ele é bonito. Alto, não tão forte, mas ainda assim viril. Tem cabelos bem aparados pretos e não tem barba. Seus olhos são da cor castanho- escuro.

— Disponha, senhor Fonseca!

Conheci Arthur quando ainda cursava Direito, e desde então mantivemos contato, mas só depois de alguns anos, quando deixei o meu emprego no antigo escritório de advocacia que tralhava, voltamos a nos falar com frequência. Ele me chamou para trabalhar aqui, no escritório da sua família, e eu aceitei. Quem comanda tudo isto aqui é Leonel Fonseca, seu irmão mais velho, que ainda não pude conhecer, mas sua fama de rígido e discreto o persegue.

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