Capítulo 4

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Vermelho é uma cor que nunca foi do meu agrado, na verdade minha cor favorita é azul

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Vermelho é uma cor que nunca foi do meu agrado, na verdade minha cor favorita é azul. Então por que eu gostei tanto de ver Clara vestida com um vestido vermelho?

O vestido ficou incrivelmente sexy nela, a forma que moldou suas curvas, e deixou um decote que por Deus! É o decote mais tentador que já vi. Fiquei sem reação quando a vi e todos perceberam a mudança da minha expressão e talvez, o franzir da testa, mas merda eu fui pego de surpresa! Clara tem um rosto pálido, quando está natural, e avermelhado. Mas hoje, a maquiagem a deixou com a pele mais viva, bronzeada, a boca vermelha da mesma cor do maldito vestido. Os olhos pintados de preto estão destacando suas írises marrons. Seus cabelos estão ondulados nas pontas, a franja esconde sua testa.

Ela é realmente linda, mas não é só isto, ela tem o poder de mexer com a minha libido. Depois de já ter viajado para várias partes do mundo, conhecido várias mulheres lindas, Clara não deveria me impressionar assim.

Quase rio quando vejo meu nome escrito na mesa, a minha cadeira que fica ao lado dela. Porra, que destino cruel!

— Só podem estar de brincadeira com a minha cara! — Eu a ouço praguejar e eu abaixo a cabeça, escondendo o sorriso. Clara olha na minha direção e solta um suspiro irritado, antes de se sentar na cadeira. — Inferno de noite!

Sento-me ao seu lado, ergo as costas e rodo o anel, antes de me inclinar um pouco para o lado.

— Pelo visto a noite da senhorita não está sendo muito agradável — sussurro para Clara sem olhá-la. Sinto seu olhar em mim e me empertigo.

— Não, senhor. Ela não está sendo nenhum pouco agradável — murmura de volta, a voz grossa e rude. O cheiro de seu perfume, o aroma de seus cabelos adentra meu nariz e eu reprimo um gemido. — Principalmente por ter que aturar sua presença esta noite.

Quase me engasgo com minha própria saliva, surpreso com a sinceridade e petulância da mulher.

— Que pena, não é mesmo! — resmungo virando meu rosto na sua direção, sorrio sarcástico. — Será difícil para nós dois, senhorita. Já que também terei que aturar a sua presença.

Devolvo na mesma moeda e seu olhar pega fogo. Se ela pudesse me matar com ele, certamente ela o faria.

— Por que o senhor sempre é tão rude? — questiona aparentando decepcionada. — O que eu fiz que o desagradasse?

— A senhorita não fez nada, sequer reparo em você — respondo. Acabo me arrependendo de ter dito isto, da boca para fora, mais para irritá-la, quando vejo seu olhar magoado. — Peço desculpas, sequer te conheço bem, deveríamos parar de implicar um com o outro.

— Eu paro de implicar com você, se parar de me tratar de forma esnobe! — exclama. Fico mudo e então sua mão toca minha coxa e ela crava as unhas nela, me fazendo gemer de dor e a olhar chocado. — Pare de me tratar como se eu não existisse, me responda quando eu falar, senhor Fonseca. Está sendo deselegante!

Afasto sua mão sutilmente e ignoro o fato de ter gostado novamente de sentir o calor dela, quando a toquei.

— Deselegante está sendo a senhorita, me tocando sem meu consentimento — murmuro com raiva e ela morde a boca e revira os olhos.

— Você é gay, por acaso? Não gosta que uma mulher o toque? — rebate ela petulante e eu gemo furioso e ao mesmo tempo excitado pela sua voz modulada e sensual. Então abaixo a mão e toco sua coxa, antes confiro se ninguém está nos olhando. Aliso a pele macia e quente, meu pau se torna rígido ao mesmo instante, e Clara arregala os olhos surpresa.

— O que foi? Por acaso, você não gosta de homem para não querer que eu a toque? — retruco de volta, com um sorriso amargo no rosto e o rosto da Clara fica mais vermelho que um pimentão enquanto me encara incrédula.

Retiro a mão de sua perna rapidamente e a uso para pegar a taça com água, bebo um gole, desejando que a água gelada amenize o calor que estou sentindo.

— Não ouse fazer isto outra vez, o senhor não pode...

— Nem a senhorita pode, mas nem por isto deixou de fazer — Eu a corto estressado. Esta mulher tem o poder de me tirar do sério. — Fique tranquila, não a tocarei novamente, desde que a senhorita também não me toque, pois não tenho lhe dado espaço para este tipo de liberdade.

— Caramba, você parece meu avô falando! — Clara me provoca, abrindo um sorriso irônico. — Tudo bem, "senhor intocável". — Ela faz aspas com os dedos. — Não farei novamente.

Eu poderia ter ficado ainda mais irritado com esta mulher, se eu não tivesse passado o minuto em que ela falava, tentando desesperadamente sentir o cheiro do seu perfume novamente. É uma fragrância embriagante. Fico em silêncio, até que Matteo se levanta após ser chamado ao palco. Todos passam a prestar atenção nele.

Ele começa seu discurso, mas muda totalmente o rumo e começa o que parece ser uma declaração. Finalmente meu amigo irá pedir Atena em casamento?

Por Deus! Durante anos tive que aturar Matteo se lamuriando por ter perdido Atena. Ele é, sem dúvidas, completamente apaixonado por ela, mas por um erro acabou perdendo-a. Sempre torci pela felicidade dele, espero que agora finalmente os dois criem juízo e percebam que a felicidade deles é estarem juntos.

Sempre que vejo o brilho nos olhos de Matteo ao falar de Atena percebo o quanto desejo sentir isto um dia. A paixão e amor se misturando, adentrando minhas entranhas. Apesar de que hoje eu sei que isto nunca vai acontecer comigo, talvez eu não tenha sido feito para o amor.
Olho para o lado, espiando Clara, que está com a atenção focada em Matteo no palco, seus olhos estão cheios de lágrimas e a boca entreaberta. Ela parece feliz pelo irmão e a cunhada. Desvio o olhar e vejo Matteo vindo à direção de Atena, ele se ajoelha e a pede em casamento. Então, por fim, ela aceita seu pedido e todos nós aplaudimos.

— Que lindos! — ouço Clara sussurrar emocionada.

O evento segue normalmente e após o leilão começa a festa. Vários casais se reúnem na pista de dança e começam a dançar lentamente. Fico parado no canto, sozinho. Dançar para mim não é uma opção esta noite, ainda mais uma música tão lenta e romântica.

Olho na direção onde Matteo e Atena estão junto a Clara. Eles estão conversando. Fico surpreso por Clara não estar dançando, já que o que não falta são homens querendo sua companhia esta noite. Noto vários a olhando, babando por ela, o que é compreensível, desde que é a mulher mais linda do evento. Não tem outra igual à Clara, não só por sua presença, mas também por sua beleza marcante.

Ela tem um jeito peculiar de ser, isto eu já percebo, pois tem uma língua afiada, sincera e petulante. Ela é uma mulher atraente e sabe disto, então não é do tipo que fica acanhada com flerte ou tem vergonha de galanteios. Clara é o tipo de mulher que devo me manter bem longe, disto eu tenho certeza. Ela toda cheira a encrenca e eu detesto me meter em problemas.
Apesar de ela ser um problema bem tentador.

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