Capítulo 2 - Zbybel: A Princesa Cortadora de Cebolas.

34 5 0
                                    

A luz do amanhecer penetrava pela janelinha do sótão, às vezes ouvia-se o ronco das empregadas.

— Pai...

Maybell não conseguiu dormir nem um pouco a noite toda. Cada vez que rolava naquela velha cama, suas memórias voltavam, provocando um gemido de dor.

— Sou uma princesa! A rainha é uma bruxa! Por favor, chamem o papai!

Desde então, cinco dias se passaram desde que ela foi chicoteada pela rainha, cada vez que ela tentava dizer a verdade as chicotadas eram mais fortes e constantes.

Para Maybell, que nunca recebeu um único golpe foi um choque tremendo, mas o que mais a magoou é que a donzela que estava com ela há muito tempo foi quem desferiu os golpes por parte da rainha.

Lembrando-se daquele momento, suas lágrimas brotaram de suas maçãs do rosto rosadas. Não houve um único dia em que Maybell não chorou, seus olhos estavam muito inchados e doloridos.

Suas bochechas ainda estavam inchadas e seus olhos estavam tão cheios de lágrimas que, com um único toque, seu lacrimal escorreu por seu rosto sardento.

— Papai, sinto tanto a sua falta...

Tudo o que ela pensava era em escapar daquele sótão e se esconder no quarto de seu pai, mas isso foi apenas um sonho, já que seus tornozelos estavam presos por algemas e correntes.

Quando Maybell disse que continuaria a insistir em ver o pai, a empregada disse que ela não suportaria mais ficar com um escravo acorrentado. A princípio, pensou que não iria acreditar nela, devido à sua mudança de aparência, mas não foi assim.

— Eliza, por que não vendemos? Apesar de sua aparência, ela ainda é uma mulher, tenho certeza de que conseguiríamos uma boa quantia.

Anna, que foi ver a empregada maluca, gritou com ela. Maybell, que só havia pedido a sua empregada para confiar nela, estremeceu com o fato de que ela descobriu que eles iriam vendê-la.

— Oh não. Anna, Eliza por favor não me vendam.

— Com quem mais falaste sobre a suja empregada cortadora de cebolas?

*PUCK*

Maybell engasgou de dor ao sentir o chute forte de Anna em suas costelas.

— Por favor, não me venda ao conde, não faça isso. Eu prometo ouvir você e ser gentil. Tenha misericórdia, não me venda para fora do castelo.

Ela se pendurou na perna da donzela e implorou a ela entre soluços.

— Ser boa? Não seja graciosa.

— Dói... Por favor... Estou com fome.

Não importava o que Maybell dissesse, ninguém estava ouvindo.

— Grite o quanto quiser, ninguém vai acreditar em você.

— Isso é uma maldição... Tenho que achar um jeito de contar pro papai.

Maybell não parava de pensar nas coisas horríveis que a bruxa malvada poderia fazer com seu pai.

No momento em que ela tentou puxar as correntes novamente, algo voou no rosto de Maybell. A empregada que dormia do outro lado atirou-lhe um travesseiro.

— Idiota, vá dormir agora.

A luz do amanhecer ficou cada vez mais forte. As empregadas acordaram uma a uma bocejando.

— Estou farto dessa vadia chorando todas as noites.

— A partir de amanhã ela vai dormir no armário.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Oct 08, 2022 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Papai é Meu!Onde histórias criam vida. Descubra agora