conversations, regrets and choices

1.6K 154 32
                                    

Era noite e metade de um turno longo da Carina. Mesmo que fosse cansativo ficar horas no hospital, principalmente acompanhando um parto complicado, era bom estar ocupada e não estar pensando demais sobre os fatos ocorridos, ou melhor, não ficar pensando em certa pessoa.

Carina sabia muito bem que ela e Maya nunca tiveram algo real, sempre se tratava de um plano bobo e foi errada em confundir demais as coisas. Ter focado naquele sorriso bonito, nos olhos tão azuis que chega brilhavam, na personalidade intrigante e naquele maldito - incrivelmente viciante - beijo, não passava de um erro.

E a última coisa que deveria fazer era pensar na sua vida amorosa enquanto atendia uma paciente.

— Então, Martha, o intervalo das suas contrações estão menores e elas estão durando menos tempo, tudo indica que logo você terá sua nenê em seus braços. - Carina sorriu tocando o ombro da mulher grávida, Martha estava com a expressão cansada, mas nitidamente grata. - Como você optou por não usar medicações para dor, já sabe meu conselho caso fique complicado, sim? - Deu uma piscadela, em seguida se despediu e saiu do quarto, dando privacidade para a sua paciente e o noivo prosseguirem com as próximas horas de parto. 

Carina parou um segundo no corredor, se apoiando na parede e checando, inconscientemente, o celular. Nada ali lhe agradou. A mensagem da única pessoa que interessava no momento nunca chegou.

Era frustrante, Carina dificilmente lia as pessoas errado. Sabia que havia demorado para chamar Maya para sair por pura insegurança, mas por dentro tinha alguma certeza que ela iria aceitar. Não era possível que toda vez que a bombeira lhe correspondeu foi puro fruto da sua imaginação.

Maledetta immaginazione fertile!

— Carina? - Assim que ouviu seu nome virou em direção a pessoa, sorrindo e acenando assim que viu Teddy. - Não sabia que iria ficar aqui até tarde hoje.

— Uma mãe entrou em trabalho de parto antes do esperado, ela teve algumas complicações durante a gravidez, então estou acompanhando o parto já que ela optou pelo normal, não uma cesárea como seria mais indicado neste caso.

— Entendi, espero que dê tudo certo. - Teddy sorriu docemente, se juntando a Carina, apoiando seu corpo na parede. - E você? Está bem? Parece estar frustrada, bem como estava antes do natal.

— Bem, não é nada demais...

— Olha, não parece ser nada demais, mas se você não se sente confortável em falar não precisa. Mas saiba que eu estou aqui para ouvir.

— Certo. - suspirou baixo, decidindo falar sobre com Teddy. No final das contas, não deveria ficar guardando este tipo de frustração apenas para si. - Bem, depois de toda aquela história de encontro falso que a Amelia me arrumou, eu realmente me atrai, na verdade eu realmente gostei dela... Da Maya. Tudo naquela noite de natal parecia mágico. Então, eu pensava que era recíproco, mas na verdade era tudo fruto da minha imaginação. Ela não fez nem questão de responder a mensagem que eu mandei, convidando ela para um encontro.

Teddy apenas contornou o ombro da amiga, apertando de leve o local, como uma forma de consolo.

— Na minha opinião, pelo menos do que eu ouvi a Amelia falando, ela também tinha bastante certeza que a tal bombeira estava completamente na sua. Mas se não foi esse o caso, quem perdeu foi ela, porque olha para você! A mulher dos sonhos de qualquer pessoa. E sinceramente, ela poderia ter feito o mínimo de te responder. Talvez ela não mereça sua tristeza.

As duas tiveram que se despedir assim que Teddy precisou sair para atender um paciente, mas, certamente, a noite de Carina melhorou depois daquela conversa. Talvez devesse esquecer Maya e toda aquela história, por mais incrível que ela tenha sido, mesmo que curta.

The Fake Christmas Date (Vers. Português)Onde histórias criam vida. Descubra agora