Parte Dois
-- É mesmo? - a voz de Ozan sai um tanto quanto embargada.
-- Atlas. Atlas, Atlas... - a voz de Menekşe surge gritando pelo neto. -- Ah, boa noite, filho - ri sem graça -- Quer dizer, Ozan. - Ozan sentiu o coração aquecer, ele ainda conseguia sentir o carinho que a Menekse tinha com ele.
-- Oi, vovó. - Atlas fala ganhando atenção.
-- Oi, meu cordeiro. Vamos jantar? Fiz Dolma, seu prato preferido. - Menekşe sorri estendendo a mão.
-- O Ozan pode ir também? - Atlas pergunta para a vovó com os olhos brilhando. O coração de Ozan se aquece, seus olhos ainda estão marejados. Ele sabe que sua razão deve dizer "que não pode", mas a verdade é que ele quer passar o máximo de tempo com o Atlas. O menino lhe faz bem, é como se ele tivesse um pedaço da Esra com ele de novo.
-- Meu pequeno, o Ozan veio ver a mãe dele. - Menekşe tenta argumentar. Entretanto, Atlas já está com o braço segurando em Ozan ainda ajoelhado.
-- Não tem problema, estou com saudades de comer sua comida, Tia Menekşe. - Ozan não dá tempo de ouvir outra resposta e levanta do chão com o Atlas no colo. -- Você sabia que Dolma também é minha comida preferida da sua vó?
-- De verdade? - Atlas o olha atentamente e com os olhos brilhando de admiração.
-- Sim, de verdade! - Ozan faz uma cosquinha na barriguinha do pequeno.
-- Boa noite, Zeyno. - Korfali diz assim que adentra o restaurante de Menekşe com Atlas ainda em seu colo. O sorriso que Zeyno tinha em seu rosto congela, ela fica pálida e não consegue parar de olhar Ozan com Atlas no colo. O que não passa despercebido por Ozan. -- Boa noite, Zeyno... - Ele repete, e Zeyno tenta formular uma resposta, porém sem sucesso.
-- O que aconteceu, Zeyno? - Musa intervém.
-- Tia Zeyno - Grita o pequeno com sua voz fofa.
-- É... é... é... - A voz de Zeyno saí tremula -- Boa noite! - Fala por fim, mas quase como um grito.
-- Ninguém é surdo, Zeyno! - Menekşe grita de volta. -- Eu vou servir o prato de vocês. Senta, Ozan.
-- E aí campeão? - Ozan coloca Atlas sentado ao seu lado na pequena mesa. -- Vamos lavar as mãos para comer? - É tão natural a maneira como o Ozan e Atlas se interagem que Menekşe, Zeyno e Musa não conseguem tirar os olhos deles.
Atlas assente com a cabeça chacoalhando para cima e para baixo. Levanta acompanhando Ozan até a pia atrás do balcão. Ozan o ergue e o ajuda a lavar as mãos. Depois lava suas próprias mãos e voltam para a mesa.
-- Prontinho, cordeirinho da vovó. Vamos comer? - Menekşe se senta ao lado de Atlas e ele chacoalha a cabeça dessa vez em negação. -- Você não está fome? - Atlas faz bico. -- Vamos comer, olha só Ozan está comendo.
-- Vamos campeão, você precisa comer. Olha aqui... - Ozan pega um pedaço de dolma de seu próprio prato e faz aviãozinho para Atlas que abocanha de uma vez.
-- A gente precisa ir, Musa. - Zeyno fala alto demais novamente. -- Agora!
-- Ok, mas para quê tanta urgência? - Musa diz já sendo arrastado por Zeyno.
Ozan balança a cabeça e continua focado em ajudar o pequeno se alimentar.
-- Atlas? Você não chamou o Ozan para jantar com você? - Atlas confirma para a vovó com um joinha enquanto mastiga outra garfada que o Ozan lhe deu. -- Então, deixa a vovó te dar e Ozan comer a dele? - Menekşe está dividia entre emoções. Nervosa e ao mesmo tempo olha a cena com carinho.
-- Não é nada demais, Tia Menekşe. Eu dou a janta dele enquanto a senhora arruma o restaurante para fechar, pode ser? - A mulher olha de um para o outro e sorri, ela sabe que Atlas vai parar de comer se não for do jeito dele.
-- Tudo bem. - Se levanta da mesa e vai para a pia. Ozan e Atlas comem em meio a risadas. Atlas ri toda vez que o Ozan imita um aviãozinho.
Menekşe está entretida na louça e arrumando os pratos do dia que sobrou para guardar, mas uma vez ou outra olha de esguio para eles. Seu coração se aperta, é como se Ozan realmente fosse o pai do Atlas.
-- Você sabia que meu pai nunca me deu comida? - Atlas diz enquanto coloca o copo de água de volta a mesa.
Continua...
YOU ARE READING
ASKMI CENAS
FanfictionCenas da novela turca Ask Mantik Intikam que recriarei de acordo de como gostaria que fossem os diálogos.