faz do seu jeito.

07. antes

Pov Marília Mendonça

Por que ele estava fazendo isso comigo, senhor? Senti meu corpo se arrepiar por inteiro quando Henrique cheira meu cangote e me elogia baixinho sentindo sua barba roçar no meu ponto fraco: pescoço.

Aquilo me deixou meio desnorteada, não sabia o que falar e muito menos pra onde olhar, era como se eu tivesse me desligado do mundo. Ele me ofereceu um sorriso sem vergonha o que só contribuía para o meu colapso.

Era errado pensar que aquilo foi muito sexy?

_

Wander e eu nos sentamos e eu lhe mostrei algumas composições, ele lia com atenção. Recebia de maneira respeitosa todas as suas críticas e elogios, ele havia queria que eu fosse oficialmente uma compositora do seu escritório. Meu Deus, eu não podia acreditar, senti minhas bochechas molharem em lágrimas de alegria

— Eu nem sei como te agradecer, de verdade! — enxugo uma última lágrima que havia ali — Você está me permitindo realizar um sonho, nunca vou me esquecer disso.

— Minha menina, eu que te agradeço. Você sabe como é querida por mim, não é? — Wander sorri orgulhoso já me fazendo chorar novamente  — Sabe que se está aqui não é por mim, é por você! Por que você é incrível e tem talento, então não me agradeça, agradeça a você mesma!

Nesse instante eu me levanto da cadeira e num impulso abraço Wander que mesmo pego de surpresa, retribuiu meu abraço e ficou ali comigo por um tempo.

— Não quero tomar mais o seu tempo. — fungo — Vou saindo já. Novamente, muito obrigada! Eu me sinto uma criança boba e feliz

— Imagina, Mendonça você sabe que pra você eu abro qualquer espaço na agenda, não sabe? — eu concordo sorrindo — Mal posso esperar pra que comecem a gravar suas músicas. Vai ser lindo.

Saio do escritório da mesma maneira que entrei pela primeira vez, emocionada e cheia de sonhos. Mas dessa tinha algo diferente, eu estava feliz

Muito feliz.

— Então vocês já sabiam? Por que não me falaram. — Reclamo

— A gente ia estragar a surpresa uai — Henrique diz rindo como se fosse óbvio — Tá feliz?

— Muitooo, até agora não consigo acreditar. Tô feliz por vocês também, fiquei sabendo que uma certa dupla vai gravar um dvd. — digo alegre vendo um sorriso largo se formando no rosto dos dois

— A nós! — Henrique levanta sua latinha de cerveja

— A nós! — Juliano repete seu movimento

— A nós! — digo por fim, brindando com os meninos

Juliano logo saiu da mesa alegando precisar atender o telefone. Eu, muito curiosa o observava com atenção, devia estar falando com alguém importante, só sabia sorrir e elogiar a pessoa atrás da linha

Certeza que era sua namorada, penso

Olho para Henrique, que ergueu seu olhar pra mim também, não gostava muito da sensação de ficar sozinha com ele, me sentia intimidada. Ele continuava a me observar e quando percebeu que fiquei com vergonha me puxou beijando minha testa.

— cê é tímida demais, moça — ri

— ocê que fica mi olhando eu — digo tentando fazer graça para descontrair o climão

— A culpa é sua por ter esse sorriso — diz tentando me deixar mais sem graça ainda

— para seu troxa — faço uma careta e ele ri

— O que eu perdi? — Juliano volta se sentando a mesa

— Tava paquerando a Marília, ela é difícil — Henrique me encara com um sorriso safado nos lábios

Podia ver o prazer que ele sentia em me deixar sem graça estampado em sua cara. E eu confesso que la no fundo, beeeem la no fundo eu adorava as bobagens que ele falava. Mesmo que de brincadeira

— Comigo só solteiros, maninho. — digo vendo Juliano gargalhar da cara de seu irmão, me levando junto

Não poderia deixar o Juliano pensar que eu estava dando brecha para o seu irmão. O que ele pensaria de mim? Eu preferia evitar essas coisas já Henrique era o contrário, amava fazer isso

— Falando nisso, era Mohana no telefone. — Juliano diz e eu sorri, ele gostava muito mesmo dessa menina. — Ela disse que Mayara e nossos pais estão la, queriam comemorar com a gente.

No mesmo instante vou desfazendo meu sorriso, essa era a parte ruim das brincadeiras idiotas do Henrique, duravam pouco. Pensar que ele voltaria pra casa e repetiria essas coisas para sua namorada me dava repulsa

Mas também, por que eu ligava tanto? Fala sério, Marília! Que idiotice.

— Bom, então eu já vou indo. — me levanto — Adorei o dia de hoje crianças, ocês alegra meu dia

— Como assim, você vai com a gente doida. — Henrique diz e Juliano logo compra a ideia

— Vamo comemorar la em casa, Lila — se anima

— Magina gente eu num posso, minha mãe briga se eu ficar muito tempo fora, esqueceram? — rio — E além disso, é um momento família de vocês, não quero atrapalhar não

— E quem disse que ocê não é da nossa família? — Juliano reclama — Agora cê virou a nossa irmãzinha, esqueceu? — eu dou uma risada gostosa

Amava a ideia dos meninos de ja me chamarem de irmã, eu amava o carinho que eles tinham comigo, me sentia leve e feliz ao lado deles ali, os meus irmãozinhos.

— Mas mesmo assim gente, eu num posso. Dias para comemorar com vocês não vão faltar, ok? Agora preciso ir pra casa, ta tarde ja

— Então eu te levo — Henrique se adianta em dizer

— Eu vou junto. — Juliano encara Henrique como se pudesse ler o que ele pensava

Ficamos um tempo discutindo ali por que Henrique dizia pro Juliano ir direto pra casa e eu insistia em ir sozinha.

— Oh meu Deus, vocês venceram!! Ô mais são teimosos. — Reclamo

Henrique sorri vitorioso e me abraça, ele não perdia uma oportunidade.