Capítulo 15

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Já fazia mais de três horas que estávamos aqui nesse hospital e nada de notícias do Bruno

Meu pai já tinha chegado a um tempo e o pai do Bruno também, o irmão dele ficou na casa dos avós

Nesse meio tempo os enfermeiros expulsaram os nossos amigos, eles falaram que era muita gente e só podia ficar a família, então todos foram embora, inclusive meu pai e meu irmão, eu fiquei com os pais de Bruno

O pai dele permaneceu calado, só perguntou como aconteceu, a mãe dele respondeu e depois disso ele não falou mais nada. A Rose mae do Bruno também não falou nada e eu fiquei na minha

Estávamos numa salinha pequena onde tinha um sofá e duas poltronas

Toda hora eu ia no balcão perguntar se tinha alguma notícia dele e a reposta era sempre a mesma "Ainda não temos notícias, assim que tivermos nós lhe informaremos", eu já estava de saco cheio

Olhei no relógio e já ia dar quatro horas da manhã, eu nem consegui pregar o olho. Conversei um pouco com meu pai e Michelle por mensagem, logo eles foram dormir e eu fingi que fui também

A Rose também toda hora perguntava a recepcionista, e ela as vezes chorava enquanto seu marido a acalmava

Quando era seis horas da manhã o médico aparece ao lado da minha mãe na salinha que estamos esperando, assim que vejo me levanto

— Bom dia

— Doutor como está meu filho? — Rose levanta correndo e pergunta ao médico

— Não vou mentir, o estado do seu filho é muito grave, ele teve diversas fraturas pelo corpo, quebrou as pernas, um braço e algumas costelas, perdeu muito sangue também. Mas o mais grave é que ele bateu a cabeça e teve um traumatismo craniano, ainda não sabemos ao certo o grau que está, só vamos saber quando ele acordar

— Aí meu Deus não — ela chorava e eu também

— Ele vai ficar bem não vai doutor? — perguntei

— Vamos ver como ele vai reagir aos medicamentos, ele está em coma agora, a senhora já assinou os papéis para a cirurgia de risco?

— Sim, assinei assim que cheguei

— Bom, pela manhã nós iremos fazer a cirurgia, vamos tentar fazer com que amenize o dano, pode ser que ele fique com sequelas e tem chances dele vir a óbito

— E se ele não fizer essa cirurgia? — o pai de Bruno fala pela primeira vez

— Se ele não fizer a cirurgia é capaz dele ficar em coma induzido e vir a óbito em alguns meses

— Acho melhor concordarem com a cirurgia, ele é forte e vai conseguir se salvar — minha mãe fala

— Pode fazer a cirurgia doutor — Rose fala

— Como quiser, vou deixar vocês entrarem para vê-lo, apenas por dez minutos e um de cada vez, lá pelas oito horas da manhã iremos começar a cirurgia. Irei fazer o possível pra salvar o garoto — ele fala e sai

— Quem vai ser o primeiro? — minha mãe pergunta e o pai dele levanta — me acompanhe

E eles saem, não sei se me aproximo ou não de Rose. Decido me sentar ao lado dela

— Ele vai ficar bem Rose, tenho certeza. Você pode ir depois, eu serei a última

— Tenho fé que sim — ela fala e segura minha mão — isso não será uma despedida e sim um até breve

Sorrio pra ela, levantei e fui tomar água. O pai de Bruno aparece com os olhos avermelhados, com certeza ele chorou, a Rose levanta e acompanha minha mãe, entro na salinha novamente e me sento na poltrona em que eu estava

Professor ObsessivoOnde histórias criam vida. Descubra agora