gatos²

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Gal chegou no orfanato com as duas bolas de pelos nos braços.

Ele sabia que se o padre Ronaldo ou a freira Thelma os vissem eles iriam surtar. Mas ele não se importava.

Ele então subiu para os quartos. Quando seus companheiros de quarto (Anthony, Henri e Leo) viram os gatos foi quando começou a gritaria.

Levou um tempo até que todos se acalmassem.

"Ok, ok, agora que vocês pararam, nós precisamos dar um banho neles, eles estão imundos, mas temos que secar bem."

"A gente não tem secador, e agora? Secar com a toalha não é o suficiente."

Leo disse preocupado.

"Não se preocupem, eu já volto."

Gal disse saindo do quarto.

"É pra gente dar banho neles agora?"

Henri perguntou.

"Não tem "a gente", só eu, o Gal e o Leo, você vai matar os gatos afogados."

Henri mostrou a língua e deitou emburrado.

Anthony e Leo se direcionaram ao banheiro para limpar os gatinhos.

Enquanto isso:

Gal encarava a porta como se encarasse a morte. Estava juntando coragem para bater.

Levou algum tempo até que um "toc toc" pudesse ser ouvido do lado de dentro.

Dante abre a porta, seu rosto escureceu quando viu Gal.

"Oi, Gaspar."

"O que você quer?"

Gaspar perguntou um tanto agressivo.

Gal não demonstrou, mas ficou hesitante com a agressividade.

"Eu preciso de um secador de cabelos."

"O que? Porque você preciso disso? É pra outra pegadinha?"

"Não, claro que não, você acha que eu pediria pra você, ou melhor, pra Lillian, se fosse pra isso?"

"Então pra que você quer isso?"

"Eu não posso te dizer."

Gaspar sequer hesitou em começar a fechar a porta.

"Espera."

Gal disse, segurando a porta. Gaspar não conseguiria fechar nem se quisesse, Gal era muito forte.

"Eu encontrei dois gatos na rua e trouxe pra cá. Eu preciso de um secador pra depois do banho deles."

Gaspar bufou e fechou a porta.

Gal já havia se virado para ir embora, frustrado, quando ouve a porta ranger.

"Pega logo."

Gaspar diz estendendo o secador de Beatrice para Gal.

Ele levanta a cabeça para olhar para Gal e seus olhos se encontram por um momento.

"Obrigado."

Gal diz baixinho.

Gaspar não demonstra, mas estava surpreso. Gal estava diferente. Como se algo tivesse acontecido, algo que fez ele parar com as pegadinhas e tratar melhor as pessoas.

Gaspar não sabia se ficava preocupado ou feliz.

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