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VICTOR, point of view

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VICTOR, point of view

Apesar de ter marcado de ver Bárbara no dia seguinte depois da sua aula, no instante em que a vi fechando a porta do prédio e desaparecendo da minha vista, já queria voltar atrás na minha resposta de não acompanhá-la para dentro do apartamento

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Apesar de ter marcado de ver Bárbara no dia seguinte depois da sua aula, no instante em que a vi fechando a porta do prédio e desaparecendo da minha vista, já queria voltar atrás na minha resposta de não acompanhá-la para dentro do apartamento.

Aproveitei a tarde livre e fui de fato resolver algumas coisas pessoais que vinha adiando há semanas, como uma pequena reunião com meu contador e meu advogado sobre a compra de uma nova casa, no campo dessa vez, cansado de ir para a praia todas as férias ou feriado prolongado. Queria um lugar só meu, sem ter que ficar em hotel a cada vez que decidisse ir para algum ponto rural apenas para respirar ar puro e cavalgar.

Sem querer, me vi na minha nova casa ao lado de Bárbara, nós dois deitados no sofá em frente à lareira depois de passar a tarde caminhando ou nadando num lago.

Era tolice minha pensar naquelas coisas quando obviamente viajar com ela seria algo impossível de ser feito, mas pensar nela naquele dia foi algo mais forte do que eu. A cada momento em que minha mente se desocupava de alguma tarefa, eu me pegava pensando nela, naquela sua risada doce, nos seus olhos expressivos. E tentava a todo custo evitar que aqueles pensamentos desviassem para o quanto sua boca era deliciosa, ou o quanto seus gemidos pareciam música. Ou até mesmo no quão encharcada ela ficara com meus dedos lhe tocando.

Até Lucy percebeu que eu estava um pouco disperso aquele dia. E apenas para desviar sua atenção do real motivo da minha falta de atenção, anunciei durante o jantar a minha decisão de comprar uma casa no campo, dizendo apenas que não conseguia escolher entre as opções que tinha. Ela até ficou feliz com a notícia, para alguém que não gostava de ficar mais de dois dias longe da sociedade, e prometeu me ajudar com a escolha se eu lhe enviasse as fotos por e-mail.

Ao final da noite, quando Lucy subiu para dormir, eu não lhe acompanhei, ainda usando o pretexto de escolher logo a casa, dizendo que tinha prazo para apresentar a proposta de compra. Eu de fato queria ver as fotos com mais atenção, mas também não queria ir para a cama com ela aquela noite. Meu amor por ela não tinha diminuído, mas um pouco de peso na consciência me impediu de subir as escadas ao seu lado e seguir a rotina diária antes de dormir. Por isso, depois que ela foi para o quarto, me tranquei no meu escritório, começando a ver as fotos depois de me servir de uma dose de uísque.

𝐒𝐄𝐕𝐄𝐍 𝐌𝐈𝐍𝐔𝐓𝐄𝐒 𝐈𝐍 𝐏𝐀𝐑𝐀𝐃𝐈𝐒𝐄 - 𝖻𝖺𝖻𝗂𝖼𝗍𝗈𝗋Onde histórias criam vida. Descubra agora