apresentação

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10 de julho de 1978

Pov Amy

Deixe-me me apresentar.

Bem, me chamo Amy Williams, tenho 16 anos, moro em sunnyvale e sou lésbica. Neste exato momento estou preparando minha mochila, para que? Simples. Minha amada mãe me obrigou a ir para um acampamento pois o meu irmãozinho também vai e ela não quer que ele fique sozinho e também porque ela diz que será bom para mim conhecer mais pessoas da minha idade, e claro, da nossa cidade.

—Amy! O seu tio já está chegando para levar vocês pro acampamento, eu espero que você já esteja pronta! — Ela grita do andar de baixo.

Essa é a minha mãe, Madison. Ela é super rígida e acima de tudo uma religiosa fanática. Trabalha com medicina, ela é uma das médicas mais importantes de sunnyvale. Ela vive me dizendo que pessoas que se relacionam com o mesmo sexo serão lançadas no fogo do inferno, aliás, ela já sabe da minha sexualidade mas sempre evita tocar no assunto pois acha que é só uma fase ou que de algum jeito ela vai conseguir me mudar com as suas orações. Acredite, eu vivo um inferno nessa casa não só por este motivo mas também por vários outros.

Amy: Já estou indo mãe! — Grito de volta.

Termino de guardar mais algumas roupas na minha mochila, e pronto, já posso descer. Antes que eu pudesse sair do meu quarto vejo a silhueta de um garotinho na porta.

—O que tá esperando, o nosso tio já vai chegar pra levar a gente e você ainda não terminou de se arrumar. — Ele estava bastante animado.

Amy: Eu estou arrumada seu idiota, só que de um jeito diferente.

Esse é o meu irmãozinho Kevin de nove anos. Mesmo ele sendo chato pra caramba as vezes e me tirando o sério eu o amo muito, cuido dele desde o primeiro dia em que chegou nesta maldita casa. Sempre o protegia dos nossos pais quando eles, antes de se divorciarem, começavam a brigar e quebrar as coisas dentro de casa. Posso dizer que tenho uma boa relação com o meu irmão.

Amy: Tá, espera um pouco!

Vou até a cômoda que tem no meu quarto e tiro da gaveta uma corrente, era um crucifixo. Essa corrente tem um grande valor sentimental para mim e não saio de casa sem ele.

Amy: Mais um dia começa... Não sabe como eu sinto a sua falta vovó. — Aquela corrente tinha sido a minha vó que me deu antes de morrer, por isso tem um grande valor para mim.

Coloco a corrente no meu pescoço e volto a olhar pro meu irmão que estava batendo o pé impaciente.

Amy: Já estou pronta, satisfeito? — Digo pegando a mochila da cama e colocando nas costas.

Kevin: Muito, agora vamos! — Ele pega minha mão me puxando pra fora do quarto até as escadas, confesso que achei engraçado o seu entusiasmo.

E lá estava ela, minha querida e amada mãe nos esperando com os braços cruzado. Seu olhar estava sério totalmente voltado para mim, isso me dava arrepios.

Madison: Eu posso saber que por que demorou tanto? Seu tio vai chegar a qualquer momento. — Mais uma das suas relações da manhã, já estou acostumada.

Amy: Eu estava arrumando as minhas coisas, desculpa. — Respondo indo até ela.

Madison: E esse cabelo? Eu já disse que não gosto quando coloca seu cabelo desse jeito, fica parecendo um garoto. — A mulher a minha frente começa a passar as mãos no meu cabelo abaixando o topete.

Minha mãe odeia o fato de eu ter um jeito meio masculino tanto para roupas quando a minha aparência física. Desde de pequena gosto de usar roupas largas, e quando cortei meu cabelo curto a minha quase teve um infarto. Eu sempre gostei de usar meu cabelo em um topete não só porque ficava maneiro mas também pra tirar minha mãe do sério, digamos que eu também amo provocar a minha mãe com certas coisas que ela odeia e o meu cabelo é uma delas.

Você me faz tão bem ( Ziggy Berman )Onde histórias criam vida. Descubra agora