Talvez seja apenas um talvez

143 13 0
                                    

A biblioteca estava silenciosa e eu com um medo de ser descoberta e a respiração do Derek, estava me causando calafrios, parecia que não tinha apenas eu e ele neste lugar, mais tinha que acreditar que sim.
Eram fileiras e mais fileiras de livros e a imagem da lua não saia da minha cabeça, era como uma certeza que era sobre ela que tinha que descobrir.
Eram muitas incertezas e muitos "ses" na minha mente. Não tinha algo concreto, os fatos eram : meu pai me mandou para ca; minha Mãe ,nunca soube quem era e sempre sonhei com fadas e a lua; como se fizesse parte do meu passado. Esses sonhos me deixavam em pé, porque era muitas perguntas e poucas respostas e todas direcionadas que meu pai quis. O pai que agora não atendia meus telefonemas e que não parava em casa de acordo com Cíntia. Sim, isso tudo estava me dando medo e sem contar que Catarina estava me olhando sempre com um olhar amedrontador e o Derek sempre atencioso. Estava perdida.
E dentro dessa biblioteca tinha a esperança de me achar. De achar o começo de um caminho.

E num dado instante, um livro me chamou a atenção e quando o peguei na mão, foi como algo me queimando. Uma chama acesa. A capa era dura e preta . suas primeiras pagínas , tinha um brilho azul e comecei a folhear e como um relâmpago algo acendeu em mim, tinha o retrato de uma mulher igual a mim, só que mais velha e um olhar triste. Escutei movimentos e senti um calafrio. Joguei o livro dentro da bolsa e sai correndo , chamando pelo Derek. Estava assustada. Cadê ele?

Uma mão tapou minha boca e me abaxou no chão e fez chiiu, logo senti que era o Derek , ele me abraçou e ficamos agachados em silêncio , escutando o som da sicronia da nossa respiração. Meu coração e o dele, estavam acelerados.

Logo avistei uma sombra andando a nossa frente e em seguida outra com silhueta de menina, estava tudo escuro nesse momento. Tinhamos apagado a lanterna. As sombras poderia algum soldado ou a rainha, certo? Podia, mais estava me esforçando para acreditar nisso, algo me dizia que seria algo tenebroso, para mim tremer tanto. Até que as sombras sumiram e as portas da biblioteca foram fechadas.

Derek me pegou pela mão e saimos andando de volta pela escuridão. Deixei que ele me guiasse. A bolsa estava pesando na minha costa, engraçado o livro não me parecia pesado. Quem era aquela mulher no retrato?

Logo estavamos no jardim e Derek parou, virou e disse :
- Moll, podemos sentar naquele banco?

Era o banco do jardim. A lua estava prateada.
Eu assenti.
- Essa aventura foi esplendida. - ele disse com um fogo no olhar.
- Derek me diga o que era aquelas sombras ? - fui direta e clara.
Ele apenas me abraçou e disse :
- Flor, o livro te dira não cabe a mim te contar.
- Estou perdida.
- Calma, ira se resolver no seu tempo.
- Você é meu soldado ?
- sempre!
E olhei para ele. E tive a certeza que esse sempre, seria para sempre.
- onde você estava na biblioteca ? - perguntei
- Andando entre as fileiras, na verdade procurando por você. Aquele lugar de noite , é repleto de magia.
Dei uma risadinha.
- Também senti isso, que loucura. Magia não existe. Portanto esse jardim me faz sentir especial.
- Flor, você me faz sentir especial.
Encostei a cabeça no seu ombro e olhei pro céu. Adormeci, olhando para a lua e lembrando da mulher. E talvez seja apenas um talvez. Que loucura magia.

Além do jardimOnde histórias criam vida. Descubra agora