Reconhecimento

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Teresa? - o homem se espantou a notar de quem se tratava – Que alegria a reencontrar, a quanto tempo – ele se vira o corpo em direção a mulher.

Teresa nota seu perfume, um cheiro leve de cravos com um toque amadeirado. - Si, muito tempo... por onde andou? - cerrou os olhos e se manteve ansiosa aguardando a resposta. - Não o vejo na corte a anos.

Estive na Europa. Encerrei meus estudos no exterior; publiquei um livro que chegou a fazer no continente europeu. Passei anos apenas concentrado em meu trabalho – o homem se sente mais relaxado, coloca a taça sobre a mesa e começa a articular fazendo movimentos rápidos, contando empolgado sobre os anos passados fora. Teresa estava encantada, prestava atenção em cada fala, cada gesto, sorria ao notar a empolgação de Felipe ao falar de sua carreira, do que havia conquistado. Passou alguns segundos apenas admirando a forma como ele era empolgado e simpático, havia se esquecido que sua companhia era tão agradável.

Pedro de longe observava a conversa entre eles, mas não se moveu, notou a felicidade de Teresa, talvez a ver se divertir e animada na companhia de outro homem fosse mais doloroso do que ele pudesse imaginar. Sem notar bebia taças de vinho seguidamente e mantinha os olhos fixos na esposa. Notou seu sangue ferver ao ver o rapaz tocar o braço de Teresa enquanto conversavam, foi um toque suave apenas como uma maneira de manter a atenção da imperatriz para ele. 

- Devo dizer com todo respeito que o tempo foi extremamente generoso com você Teresa, está ainda mais linda do que a última vez que a vi - Após o elogio nota as bochechas da mulher corarem – Desculpe, não quis ser inconveniente.

- No, está tudo bem, apenas não costumo receber este tipo de elogio com frequência... eu agradeço, é gentil de sua parte. - Finalizando com um sorriso de canto, um tanto envergonhada.

Pedro aproximou-se com cautela – Teresa? -  Ao notar a voz do marido a mulher se vira rapidamente, sente uma sensação nova, mas ainda estava extremamente magoada.

- Pedro, deixe eu te apresentar, este é Felipe, um amigo que conheci em Napoli. Os dois se encaram por alguns segundo, a repulsa de Pedro é evidente. Teresa nota a tensão e tenta apaziguar – Felipe estava me contando sobre sua vida na Europa, você precisa escutar Pedro, Felipe está arrasando o coração de toda a Europa. - Diz a mulher que se encontrava em frente ao marido sorrindo se recordando de tudo que o amigo a havia contado, ainda entretida pelo seu entusiasmo.

-Imagino que deva ter sido realmente uma experiencia maravilha meu rapaz. - Ele estende a mão para o amigo de Teresa em forma de cumprimento, o rapaz retribui o gesto. - Se nos der licença, preciso ter uma conversa com minha imperatriz – o tom de propriedade havia sido notado por todos, sem se pronunciar ao comando do imperador Felipe se retira.

- Porque está sendo tão rude Pedro? - os braços se cruzam em frente ao peitoral do marido quase o tocando. - che bisogno de tratar o rapaz assim?

Eu precisava falar com a minha esposa, isto é errado?  -Impõe o imperador.

- Me parece que você lembra que sou sua esposa em momentos convenientes, no? - o público começou a notar a tensão entre o casal imperial e os observavam. - bene, acredito que agora não seja o melhor momento para conversarmos, e também acredito que tenha pessoas esperando por sua atenção, majestade, com sua licença - rebate ela já se retirando. Pedro não podia iniciar uma discussão em público e então aceitou a retirada de Teresa.





Passado uns 15 minutos Felipe aborda a imperatriz novamente - a senhora me daria a honra de uma dança, majestade?

- yo no danço Felipe, a muitos anos não faço isso - coloca uma das mechas atrás do cabelo devagar um tanto envergonhada. 

- Vamos Teresa, será divertido e vejo que você precisa de uma diversão - ele estende a mão novamente em direção a mulher.

-va bene! - Teresa estica a mão de forma delicada, o homem a segura e deposita um beijo, a mulher sorri retribuindo o ato e eles se dirigem ao centro do salão, frente a frente Teresa sente a pressão do homem ao segura sua cintura, não era um ato brutal, apenas para que ela mesma se mantivesse naquela posição, com a proximidade era possível sentir a respiração incessante. Dançaram, riram e conversaram. Se posicionaram para o que seria a última dança.

Os cochichos estavam por toda parte, olhavam. de canto a imperatriz dançando com outro homem e o olhar enciumado do imperador que nem chegava a disfarçar. Celestina se aproximou de Pedro - me parece que a imperatriz está radiante hoje, nunca á vi se divertir tanto, me parece que esse homem lhe faz bem, melhor do que certas pessoas- encara o homem de cima a baixo e se retira deixando Pedro intrigado com seus argumentos.

Durante a última dança as mãos do homem desceram um pouco mais as cinturas da imperatriz, ele a puxou mais para si, Teresa se sentiu um tanto desconfortável com o nível de proximidade entre eles, mas não se pronunciou, afinal era apenas uma dança. Ao notar o último toque dos instrumentos eles se separaram e involuntariamente seus olhos caíram sobre Pedro, notou seu desconforto com a presença de Felipe tão próximo e por um segundo conteve o riso.  Era interessante ver Pedro naquele estado. A noite se prolongou por mais algumas horas, as poucos os convidados foram se retirando, para o desagrado do imperador ,Felipe foi o último a ir embora, na saída se despediu de Teresa com um beijo no rosto.



Vejo que você estava bem acompanhada está noite – As palavras caem como pedras da boca do homem. - Achei que ele te levaria embora junto com ele – Os braços se cruzam em frente ao corpo. 

- Talvez eu devesse ter ido, não acha? Quem sabe assim você se sentiria mais livre! - as mãos da mulher se apoiam próximas a mesa e seu olhar se mantem cabisbaixo- Foi realmente uma noite divertida, como eu não me divertia á tempos – Seu olhar sobe lentamente e seu olhar se encontra ao de Pedro – mi ricorda de nosso casamento, estávamos tão nervosos..., mas me lembro de Lurdes nos levando para o meio do salão ,c'erano così tante persone, não sabíamos quem era metade delas, você segurou minha mão e nós dançamos uma valsa – um sorriso surge em seus lábios - Estávamos com vergogna , os passos saíram todos errados – Seu olhar cai novamente sobre Pedro que sorria ao escutar.

- Eu me lembro, logo depois serviram o jantar e demos graças a Deus que não éramos mais o centro das atenções, me lembro que todos queriam nos parabenizar, abraçar e eu estava super irritado... então... então você se aproximou e sussurrou " va bene, você consegue" - os sorrisos desapareceram e deram lugar a ao sentimento de carinho, seus olhares se encontraram novamente e por um momento não existia mais mundo, apenas os dois, Pedro se aproximou em passos calmos e leves, Teresa se manteve imóvel sentindo apenas o arrepiou de seu corpo a cada centímetro mais perto que o marido chegava. - Sabe Teresa - Começou Pedro, a voz saia suave – Desde de sempre você foi o que me manteve de pé, acredito que sem você ao meu lado, como mulher, como esposa, como imperatriz, eu não conseguiria ter me mantido como o Imperador deste país, eu não teria me tornado o Pedro que todos conhecem... acredito que sempre foi você que não me deixou jogar tudo para o alto, desde aquele " va bene, você consegue" do começo de tudo – Ao terminar as palavras seus corpos estavam a milímetros de distância podendo-se sentir a vibração. 

- E... e mesmo assim, você foi a pessoa que mais me magoou neste mundo, eu sinto por termos perdido tudo. - Leva as mãos até o peito do homem – Espero que você não a machuque como fez comigo Pedro, seria crueldade – Seu olhar se mantém fixos no dele por mais alguns segundos, logo depois ela se afasta já se direcionando a saída do salão, mas não chega a dar nenhum passo, Pedro a segura pelo braço.

- Não faça isso Teresa. Eu imploro a você! Eu sei que não perdemos tudo, você também sabe.

Dell'amore stesso - pedresaOnde histórias criam vida. Descubra agora