Penúltimo

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“Não nessa idade,’ disse Adrian. “O que a maioria deles pode fazer é falar. Quando ficam mais
velhos, os membros da Mână as vezes fazem acordos uns pelos outros e ainda tem encontros
secretos.”
“Então é só isso? Eles só ficam juntos e conversam?”
Ele se tornou contemplativo. “Bem, sim, é claro que eles fazem muito isso. Mas eu quero dizer,
quando esses pequenos grupos se formam, tem normalmente algo especifico que eles querem
fazer em segredo. Cada grupo é meio diferente, então esse provavelmente tem um plano ou
um esquema ou algo assim.” Um plano ou um esquema. Eu não gostei do jeito disso.
Especialmente com Jesse e Ralf envolvidos.
“Você sabe bastante para alguém que não se envolveu.”
“Meu pai se envolveu. Ele nunca fala muito sobre isso – daí a parte do segredo – mas eu pego
certas coisas, e eu ouvi sobre isso quando estava na escola.”
Eu me inclinei contra a parede. O relógio do outro lado dizia que as aulas estavam quase no
fim. “Você ouviu algo sobre eles baterem nas pessoas? Tem pelo menos 4 Moroi que eu
conheço que foram atacados. E eles não falam sobre isso.”
“Quem? Plebeus?”
“Não. Outros da realeza.”
“Isso não faz sentido. Todo o sentido pra isso é para a elite da realeza se juntar pra se proteger
de mudanças. A não ser, talvez, que eles estejam indo atrás de quem se recusa ou que apóia
quem é plebeu.”
“Talvez. Mas um deles era o irmão de Jesse, e Jesse me parece ser um membro fundador.
Parece que ele teve que fazer um corte. E eles não fizeram nada quando Christian se recusou.”
Adrian jogou suas mãos no ar. “Até eu não sei tudo, e como eu disse, eles provavelmente tem
seus próprios planos que mantem escondidos.” Eu suspirei em frustração, e ele me deu um
olhar curioso.”Porque você se importa tanto?”
“Porque não é certo.As pessoas que eu vi estavam em um estado ruim. Se um grupo está
conspirando com as vitimas, eles precisam ser impedidos.”
Adrian riu e brincou com um tufo do meu cabelo “Você não pode salvar todos, embora Deus
saiba que você tenta.”
“Eu só quero fazer o que é certo.” Eu lembrei do comentário de Dimitri sobre o faroeste e não
consegui impedir um sorriso. “Eu preciso trazer a justiça pra onde ela se faz necessária.”
“A coisa louca, pequena dhampir, é que você fala sério. Eu posso ver pela sua aura.”
“O que, está dizendo que ela não está mais preta?”
“Não... ainda é negra, definitivamente. Mas tem um pouco de luz, fechos de dourado. Como
luz do sol.”“Talvez sua teoria sobre eu pegar a escuridão de Lissa esteja errada então. “ Eu estive
tentando não pensar sobre a noite passada, quando soube sobre Anna. Mencionando isso eu
agora enfrentava todos aqueles medos de novo. Insanidade. Suicídio.
“Depende,” ele disse. “Quando foi a ultima vez que você a viu?”
Eu dei nele um pequeno soco. “Você realmente não faz idéia não é? Você fica improvisando.”
Ele pegou meu pulso e me puxou para mais perto. “Não é assim que normalmente
operamos?”
Eu ri irritada comigo mesma. A essa proximidade com ele eu podia apreciar o quão verde eram
seus olhos. Na verdade, apesar de gozar dele repetidamente, eu não podia negar que o resto
dele também era bonito. Os dedos dele eram quentes no meu pulso, e tinha algo meio sexy
sobre o jeito que ele o segurava. Pensando nas palavras de Deirdre, eu tentei avaliar como
tudo me fazia sentir. Deixando o aviso da rainha de lado, Adrian era um cara que estava
tecnicamente disponível. Eu estava atraída por ele?Eu me animava com isso?
A resposta: não. Não do mesmo jeito que eu sentia com Dimitri. Adrian era sexy a sua maneira,
mas ele não me deixava maluca do jeito que Dimitri deixava. Era porque Adrian estava
disponível? Deirdre estava certa sobre eu propositalmente querer relações que eram
impossíveis?
“Você sabe,” ele disse, interrompendo meus pensamentos, “sob qualquer outra circunstancia,
isso seria quente. Ao invés disso, você está olhando para mim como se eu fosse algum tipo de
experiência cientifica.”
Era exatamente assim que eu estava tratando isso. “Porque você nunca usou compulsão em
mim?” eu perguntei. “E eu não me refiro só a me impedir de começar brigas.”
“Porque metade da diversão com você é que você é dificil.”
Uma nova idéia me ocorreu. “Faça.”
“Fazer o que?”
“Use compulsão em mim.”
“O que?” era um deles momentos em que Adrian ficava chocado.
“Use compulsão para me fazer querer te beijar – mas você tem que prometer não me beijar.”
“Isso é estranho – e quando eu digo que algo é estranho, você sabe que eu estou falando
sério.”
“Por favor.”
Ele suspirou e então focou seus olhos em mim. Era como estar se afogando, se afogando no
mar dos olhos verdes dele. Não tinha nada no mundo a não ser aqueles olhos.
“Eu quero beijar você, Rose,” ele disse suavemente. “E eu quero que você me queira
também.”Cada aspecto do corpo dele – seus lábios, suas mãos, seu cheiro – de repente se apoderaram
de mim. Eu sentia calor. Eu queria que ele me beijasse com todo o meu ser. Não tinha nada na
vida que eu queria mais que aquele beijo. Eu virei meu rosto em direção a ele, e ele se
inclinou. Eu podia praticamente sentir o gosto dos lábios dele.
“Você quer?” ele perguntou, voz ainda de veludo. “Você quer me beijar?”
Eu queria. Tudo ao meu redor era um borrão. Só os lábios dele estavam focados.
“Sim,” eu disse. O rosto dele se moveu para mais perto, a boca dele apenas um suspiro longe
de mim. Estávamos tão perto, tão perto, e então –
Ele parou. “Acabamos,” ele disse, se afastando.
Eu me libertei imediatamente. A sensação de sonho desapareceu, como o calor no meu corpo.
Mas eu percebi algo. Sob compulsão, eu definitivamente queria beijar ele. E sob compulsão,
não tinha sido aquele elétrico e apaixonado sentimento que eu tinha quando estava com
Dimitri, aquele sentimento de que éramos praticamente a mesma pessoa e éramos ligados por
forças maiores do que nós dois. Com Adrian, tinha sido simplesmente uma coisa mecânica.
Deirdre estava errada. Se minha atração por Dimitri fosse só uma reação do meu
subconsciente, então deveria ser tão superficial quando a atração forçada que eu tive por
Adrian. E ainda sim elas eram completamente diferentes. Com Dimitri, era amor – não apenas
um truque que a minha mente estava pregando.
Hmm,” eu disse.
Hmm,” perguntou Adrian, me olhando com divertimento.
Hmm.”
O terceiro “Hmm” não tinha vindo de nenhum de nós. Eu olhei pelo corredor e vi Christian nós
olhando. Eu me afastei de Adrian, justamente quando o sino tocou. O som dos estudantes
saindo das salas de aula começou no corredor.
“Agora eu posso ver Lissa,” disse Adrian feliz.
“Rose, você vem comigo até os alimentadores?” perguntou Chrisitan. Ele falou em um tom
igual, e a expressão dele era ilegível.
“Eu não estou trabalhando hoje.”
“Sim, bem, eu estou sentindo falta da sua charmosa companhia.”
Eu dei tchau para Adrian e cortei caminho para a cafeteria com Christian. “O que foi?” eu
perguntei.
“Me diga você,” ele disse. “Era você que estava pronta para se agarrar com Adrian.”
“Foi um experimento,” eu disse. “É parte da terapia.”“Que diabos de terapia você está indo?”
Nós chagamos na sala dos alimentadores. De algum jeito, apesar dele ter saído da aula cedo,
ainda tinham pessoas na fila.
“Porque você se importa?” eu perguntei a ele. “Você deveria estar feliz. Significa que ele não
está dando em cima de Lissa.”
“Ele poderia estar dando em cima das duas.”
“O que é você, meu irmão mais velho?”
“Irritado,” ele disse. “Isso é o que eu sou.”
Eu olhei para atrás dele e vi Jesse e Ralf entrarem. “Bem, mantenha isso para si, ou nossos
bons amigos vão ouvir.”
Jesse, no entanto, estava muito ocupado para ouvir, porque ele estava discutindo com a
coordenadora dos alimentadores. “Eu não tenho que esperar dessa vez,” ele disse a ela. “Eu
tenho que ir a um lugar.”
Ela apontou para nós e para os outros na fila. “Essas pessoas estão na sua frente.”
Jesse encontrou os olhos dela e sorriu. “Você pode fazer uma exceção para mim.”
“É, ele está com pressa, “ acrescentou Ralf em uma voz que eu nunca o vi usar antes. Era suave
e menos arranhada do que o usual. “Só escreva nossos nomes no topo da lista.”
A coordenadora parecia que ia dispensar eles, mas então um olhar engraçado e distraido
apareceu no rosto dela. Ela olhou para o quadro e escreveu algo. Alguns segundos depois ela
olhou para longe, a cabeça dela levantada de novo, seus olhos afiados de novo. Ela franziu.
“O que eu estava fazendo?”
“Você estava me escrevendo,” disse Jesse. Ele apontou para o quadro. “Vê?”
Ela olhou para baixo e encarou. “Porque o seu nome está em cima? Você não acabou de
chagar aqui?”
“Nós estivemos aqui mais cedo e nós inscrevemos. Você acabou de dizer que estava tudo
bem.”
“Ela olhou para baixo de novo, claramente confusa. Ela não lembrava deles terem vindo mais
cedo – porque eles não vieram – mas ela aparentemente não conseguia descobrir porque o
nome de Jesse estava no topo da lista. Um momento depois, ela deu nos ombros e deve ter
decidido que não valia a pena repensar. “Fique com os outros, e vou chamar você em
seguida.”
Assim que Jesse e Ralf vieram para perto de nós, eu me virei para eles. “Você acabou de usar
compulsão nela,” eu disse.Jesse parecia em pânico por uma fração de segundo; então o seu eu normal tomou conta.
“Tanto faz. Eu só convencia ela, só isso. O que, você vai tentar me dedurar ou algo assim?”
“Nada para contar,” se meteu Christian. “Essa foi a pior compulsão que eu já vi.”
“Como se você já tivesse visto compulsão,” disse Ralf.
“Bastante,” disse Christian. “De pessoas mais bonitas que você. É claro, talvez esse seja parte
do motivo de você não ser tão bom.”
Ralf parecia ofendido em não ser considerado bonito, mas Jesse apenas o empurrou e
começou a se virar. “Esqueça ele. Ele teve sua chance.”
“A chance dele em –“ Eu lembrei de como Brandon tinha tentado usar uma fraca compulsão
para me convencer que ele não estava machucado. Jill tinha dito que Brett Ozera na verdade
tinha convencido um professor que os dele não eram nada. O professor tinha deixado de lado
o assunto, para a surpresa de Jill. Brett deve ter usado compulsão. Lâmpadas acenderam no
meu cérebro. As conexões estavam todas ao meu redor. O problema era, eu não conseguia
ligar os fios juntos. “É sobre isso não é? Seu estúpido Mână e sua necessidade de bater nas
pessoas. Tem a algo a ver com compulsão...”
Eu não entendia como tudo se encaixava, mas a surpresa no rosto de Jesse me disse que eu
estava perto, em pensar que ele disse, “Você não sabe do que está falando.”
Eu insisti, esperando que alguma provocação o deixasse irritado e o fizesse me dizer algo que
ele não deveria. “Qual é o ponto? Dá a vocês algum tipo de poder sobre aqueles menos
habilidosos? Isso é tudo que eles são, você sabe. Você seriamente não sabe nada sobre
compulsão. Eu já vi compulsão que faria você se jogar pela janela.”
“Estamos aprendendo mais do que você imagina,” disse Jesse. “E quando eu descobrir quem
contou –“
Ele não teve a chance de terminar sua ameaça porque ele foi chamado na sala dos
alimentadores. Ele e Ralf se afastara, e Christian imediatamente virou para mim.
“O que está acontecendo? O que é Mână?"
Eu dei a ele uma breve explicação do que Adrian tinha dito. “É nisso que eles queriam que você
se juntasse. Eles devem estar praticando compulsão em segredo. Adrian disse que esses grupo
sempre são da realeza e tem planos de mudar e controlar as coisas em épocas perigosas. Eles
devem achar que compulsão é a resposta – foi o que eles quiseram dizer quando contaram a
você que tinham jeitos de te ajudar a conseguir o que você quer. Se eles soubessem o quão
ruim é a sua compulsão, eles provavelmente não teriam te convidado.”
Ele ficou com a cara feia, não gostando deu lembrar a ele a única tentativa que ele tinha dado
– e falhado – para compelir alguém no hotel de esqui. “E onde a parte de bater nas pessoas se
encaixa?”
“Esse é o mistério,” eu disse. Christian foi chamado para se alimentar logo depois, e eu pus
minhas teorias de lado até que eu conseguisse mais informações. Eu notei a que alimentador
ele estava sendo levado. “Alice de novo?Como você sempre pega ela? Você pede por ela?”“Não, mas eu acho que algumas pessoas especificamente não a querem.”
Alicie estava feliz em nos ver, como sempre. “Rose. Você ainda esta nos mantendo seguros?”
“Eu irei se eles me deixarem,” eu disse a ela.
“Não seja tão dura,” ela avisou. “Guarde suas forças. Se você ficar muito ansiosa para lutar
contra os mortos vivos, você pode se encontrar se juntando a eles. E então nunca te veremos
de novo, e vai ser muito triste.”
“Sim,” disse Christian. “Vou chorar no meu travesseiro toda noite.”
Eu resisti a vontade de chutar ele. “Bem, eu não poderia visitar se eu fosse uma Strigoi, é, mas
com sorte só vou ter uma morte normal. Então eu poderia vir ver você como um fantasma.”
Que triste, eu pensei, que agora eu estava fazendo piadas sobre a coisa que estava me
assustando ultimamente. Alice não achou engraçado. Ela balançou a cabeça.
“Não, você não viria. As wards manteriam você fora.”
“As wards só mantém os Strigoi fora,” eu a lembrei gentilmente.
Um olhar desafiante substituiu o olhar assustado. “As wards qualquer coisa que não está viva
fora. Morto ou morto vivo.”
“Agora você conseguiu,” disse Christian.
“As wards não mantem os fantasmas fora,” eu disse. “Eu os vejo.”
Considerando a instabilidade de Alice, eu não me importava de discutir sobre minha mente
com ela. Na verdade, era meio revigorante falar sobre isso com alguém que não me julgaria.
Na verdade, ela tratava isso como uma conversa perfeitamente normal. “Se você viu
fantasmas, então não estamos mais a salvo.”
“Eu te disse da ultima vez, a segurança é muito bom.”
“Talvez alguém fez algo errado,” ela discutiu, soando incrivelmente coerente. “Talvez alguém
esteja perdendo algo. Wards são feitas com mágica. Magica está viva. Fantasmas não podem
cruzar elas pelas mesmas razões que os Strigoi. Eles não estão vivos. Se você viu um
fantasmas, as wards estão falhando.” Ela fez uma pausa. “Ou você é louca.”
Christian riu alto. “Ai está, Rose. Direto da fonte.” Eu o encarei. Ele sorriu para Alice. “Na
defesa de Rose, eu acho que ela está certa sobre as wards. A escola as verifica todo o tempo. O
único lugar guardado melhor que aqui é a Corte Real, e os dois lugares estão lotados de
guardiões. Deixe de ser paranóica.” Ele se alimentou, e eu olhei para o outro lado. Eu deveria
saber mais do que ouvir Alice. Ela mal era uma fonte de informação, mesmo que ela estivesse
por aqui a algum tempo. E ainda sim...a lógica estranha dela fazia sentido. Se as wards
mantinham fora os Strigoi, porque não fantasmas? Verdade, Strigoi eram os mortos que
tinham voltado para andar na terra, mas o ponto dela estava feito: todos eles estão mortos.
Mas Christian e eu também estávamos certos: as wards ao redor da escola eram solidas. Era necessário muito poder para fazer as wards. Nem todos os Moroi podiam ter elas, mas lugares
como escolas e a Corte Real tinham várias. A Corte Real...
Eu não tive encontros fantasmagolicos enquanto estava lá, embora tivesse sido incrivelmente
estressante. Se minhas visões fossem induzidas por estresse, a Corte e o encontro com Victor e
a rainha não seriam grandes oportunidades para eles ocorrerem? O fato de que eu não os
tinha visto parecia negar a teoria da desordem induzida por estresse. Eu não tinha visto
fantasmas até pousarmos no aeroporto de Martinsville.
Que não tinha wards.
Eu quase me engasguei. A Corte tinha fortes wards. Eu não vi fantasmas. O aeroporto, que era
parte do mundo humano, não tinha wards. E eu fui bombardeada por fantasmas ali. Eu
também tinha visto flashes no avião – que começaram quando estávamos no ar.
Eu olhei para Alice e Christian. Eles já estavam terminando. Ela poderia estar certa? As wards
mantinham os fantasmas fora? E se fosse assim, o que estava acontecendo na escola? Se as
wards estavam intactas, eu não deveria ver nada – como na Corte. Se as wards estavam
quebradas, eu deveria estar vendo todos eles – como eu vi no aeroporto. Ao invés disso, a
Academia estava em algum lugar no meio. Eu via eles apenas ocasionalmente. Não fazia
sentido.
A única coisa que eu sabia com certeza era que se algo estava errado com as wards da escola,
então eu não era a única em perigo.

Academia de Vampiros-Tocada Pelas SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora