Capítulo 2 - Eu senti tanto sua falta.

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- Eu te amo muito, Maca. Eu sempre te amei, eu nunca te esqueci. Nem tem como. Você é como uma bruma de ar fresco, é como se eu tivesse me afogando e você me salvasse. Você é o amor da minha vida e eu sou apaixonada por você. - Zulema dizia parada em frente a minha porta.

No relógio marcavam 3h da madrugada, ventava muito lá fora e a chuva estava forte.

Eu a encarava confusa. O que estaria acontecendo?
Eu não entendia. E Helena? Onde ela estaria?

Eu não sabia explicar o que eu estava sentindo. Era uma mistura de emoções. Saudade, dúvida, certeza. Eu a amava, isso era um fato. E eu sempre escolheria ela, independente da situação

Eu a puxei para dentro do apartamento e a beijei. Eu estava com tanta saudade.
Os cabelos molhados e bagunçados pela chuva. O rosto molhado pela água da chuva e pelas lágrimas. Eu a tinha ali de novo. Ela está a ali comigo.

Em questão de segundos estávamos no quarto, Zulema me beijou com pressa, adentramos o banheiro e ela se despiu rapidamente vindo em minha direção e arrancando a finíssima camisola de seda que eu usava.

Me empurrou contra a parede do box e me beijou novamente. Finalizou o beijo com alguns selinhos e olhou nos meus olhos.

- Eu senti tanto sua falta. - ela disse sorrindo e eu sorri de volta.

[alarme tocando]

Acordo com o despertador tocando. Na tela marcavam 6h da manhã e eu apressadamente olhei para o lado da cama. Ela não estava lá.

- Droga! - praguejei.

Tudo não passava de um sonho.
Eu já deveria esperar por isso, não? Ela nunca apareceria aqui do nada.

Entenda, Macarena, ela está noiva. Ela encontrou uma pessoa que a ama e que ela ama também, e que aliás, não vai deixá-la em Madrid sozinha para ir pra outro País.

Mas a culpa não foi minha, não iria dar certo um relacionamento a distância. Ainda mais com a distância que teríamos.

Entro no banheiro na intenção de tomar um banho gelado para esquecer o que eu havia sonhado. Bom, não resolveu em nada.

Vesti uma roupa confortável e desci para o café. Na escola em que dou aula eu preciso ir só pela tarde, então não tinha o porque de eu acordar cedo. Mas naquele dia eu havia acordado tão cedo, que não sabia o que fazer.

Desci e tomei meu café, pude perceber a bagunça que estava meu apartamento.

Eu havia feito uma janta com os professores aqui há alguns dias, mas não lembro de como isso ficou tão desorganizado.

Terminei meu café e lavei minha xícara, logo começando a faxina. Prendi os cabelos em um coque alto, deixando alguns fios para fora por conta do meu cabelo curto.

Juntei alguns pares de meus calçados que estavam espalhados pela casa e os joguei dentro do meu quarto.

- Depois eu ajeito isso aqui. - encarei a bagunça que meu quarto se encontrava e fechei a porta.

Continuei organizando a cozinha e a sala, após organizar peguei a vassoura e varri, pegando logo em seguida o aspirador para passar na madeira e um pano para passar no piso da cozinha.

Na televisão a música "Bad blood" da Taylor Swift estourava a caixinha.

Quando me dei por mim já estava limpando o banheiro. Que visivelmente era o cômodo mais limpo daquele apartamento.

Terminei o que eu tinha pra fazer lá, tirando o lixo e o deixando perto do lixo da cozinha.

Adentrei meu quarto e suspirei. Como eu deixei chegar naquele nível?

Roupas e calçados pelo chão. Copos, garrafas de vodka, pratos, pacotes de salgadinhos e embalagens de chocolate nas mesinhas de cabeceira.

Organizei levando o pratos e copos e os deixando na pia da cozinha, com uma sacola juntei todos os pacotes, embalagens e papéis que eu achei.

Troquei lençol, fronha e edredom, pondo os sujos em um cesto.

Varri o chão, aspirei e passei pano.

O banheiro do meu quarto era o único lugar limpo, mas passei um pano e retirei o lixo.

Terminado a faxina juntei todos os sacos de lixo e desci para os pôr na lixeira do prédio.

- Bom dia, Senhor Castillo. - avistei e cumprimentei o zelador do prédio.

- Bom dia, Senhora Macarena. - ele acenou com a cabeça. Sorri e continuei meu caminho.

Voltei para o apartamento e tomei outro banho, esse para poder ir trabalhar.

Já eram 11:30 quando eu saí do banho, preparei o almoço e um suco natural.

Após terminar o almoço fui para o quarto terminar de arrumar. Coloquei uma roupa básica para ir pra escola. Nada muito formal.

Revisei os materiais e merda... cadê as provas corrigidas?

Procurei no armário: nada.
Procurei na pasta: nada.
Procurei nas gavetas: nada.

Mas eu achei uma coisa, a qual eu sentia tanta falta. Uma polaroid minha com Zule, da época que namorávamos. Uma viagem nossa de caravana, minha primeira vez saindo do país. Alisei-a com o polegar e contornei a foto com o indicador. Eu estava com tanta saudade. A guardei na gaveta e eu me lembrei:

- Eu entreguei as provas corrigidas ontem! Porra, Macarena. - reclamei.

Peguei a bolsa já arrumada e saí do apartamento, trancando o mesmo.

Me despedi do zelador entrando no carro e dando partida.

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Ainda da tempo? - ZURENAOnde histórias criam vida. Descubra agora