Capítulo 5 - Claro, Zule

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Após eu sair do bar, apressada, logo percebi que eu não tinha como ir dirigindo. Aliás, que merda daria se eu fosse. Eu segui o caminho a pé. Não seria tão longe.

Cheguei em frente ao prédio. Avistei o outro síndico. Fiquei chocada, o que aconteceu com o senhor Castillo?

Eu bebi tanto whisky e tequila, que meu fígado tá pedindo socorro em forma de s.o.s riscado.

- Oi, tudo bem? B-boa Noite! - falei assim que cheguei mais perto da portaria.

- Oi. Posso te ajudar no que? - ele respondeu ríspido.

- Queria ver uma amiga... Macarena. Ela ainda mora aqui? - perguntei.

- Ela ainda mora aqui sim. Por enquanto. Eu precisaria avisá-la que você irá subir para... - eu o interrompo.

- Eu já avisei! - minto. - Ela já sabe. Temos uma amizade de décadas, sempre venho aqui. - explico.

- Ah, tá! - ele semicerra os olhos e abre o portão. - Meu nome é Fábio. Qualquer coisa só interfonar. - ele fala com um sorriso sem mostrar os dentes.

- Certo, obrigada. Respondo e entro.

Eu sigo até às escadarias, mas eu não subiria de escada, não mesmo. O primeiro pé trocado e eu cairia rolando por toda ela. A queda talvez nem seria tão alta, mas imagina além de chaga alcoolizada ainda chegar machucada.

Chamei o elevador.
Porra, ele tá no 3° andar.
Eu esperei. Que tédio.
QUE TÉDIO.
Ele chegou. E eu entrei, dando de cara com o Senhor Castillo. Graças a Abba!

- Zule! Que surpresa! O que faz aqui tão tarde, ou cedo? - ele pergunta curioso.

- Vim visitar a Maca. - respondo entre tropeços.

- Ah sim. Certo. Qualquer coisa só chamar. - sem mais perguntas. Gosto assim.

Finalmente, entro no elevador. Botão do 3° andar. Subir. Cheguei no andar. Apartamento 305.

Hesitei antes de bater na porta.
Ela me atenderia? Será? E se ela fechasse a porta na minha cara?
Não. Ela não faria isso.
Bati na porta e esperei. Nada.
Toquei a campainha.

- Tô indo! - ela deu um grito avisando e abriu a porta.

Sua expressão mudou, várias vezes. Confusão? talvez? E ela gelou.

Suas pernas travaram e antes que eu a pudesse segurar, ela se apoiou na bancada da cozinha.

Eu olhei para a blusa e sorri. Ela estava com a blusa que eu havia deixado aqui. A minha blusa. Ela ficava tão linda nela, aliás, ainda fica.

- Zulema?... - ela indagou a minha visita. Claro, são 3h da manhã.

- Eu posso ficar aqui? - eu perguntei, as lágrimas que eu estava segurando insistiam em descer.

- Claro, Zule. Entra. - ela respondeu e abriu espaço para que eu entrasse.

- Me desculpa o horário e por ter chego assim de surpresa, sem te avisar. - eu falei envergonhada.

- Não tem problema. - um sorriso amarelo. - Sabe que sempre que precisar estarei aqui. Eu prometi. - ela respondeu com os olhos brilhando.

Silêncio.

- Eu te acordei? - perguntei.

- Ah, não. Estou em uma maratona de crepúsculo e comendo besteira. - ela riu. - Quer beber algo? - ela perguntou.

- Qualquer coisa menos Whisky e Tequila, eu bebi muito disso pra chegar até aqui. - eu respondi.

- Claro. Vou pegar um suco pra você. - ela disse por fim e foi até a cozinha.

Eu admirei seu apartamento. Continua da mesma forma. As paredes pintadas em branco, os móveis coloridos. A poltrona extremamente confortável que eu amava ler, a minha cobertinha no lugar exato em que eu guardava. Nada havia mudado. Tudo estava em seu perfeito lugar, como se eu nunca tivesse saído daqui.

- Toma. - ela aparece me tirando de meus pensamentos e me entregou o copo com suco de laranja, meu favorito.

- Obrigada. - eu agradeci e ela sorriu.

- Eu quero muito saber o que aconteceu, mas você não está de um jeito muito legal pra contar. - ela disse e eu ri.

- Pra resumir um pouco, eu fui corna, a expulsei de casa e fugi pra cá. - eu sorri e sua expressão mudou.

- Eu sinto muito, Zule. - ela segurou minha mão.

- Não sinta. No fundo eu já sabia, só me negava a acreditar. A culpada foi eu não ter caído na real logo...

- Ei, não. A culpa não foi sua não. A culpa foi dela por ter feito essa baboseira. - ela apertou minha mão de leve e eu sorri. - Mas mudando de assunto, quer terminar a maratona comigo, Zahir? - ela sorriu de canto.

- Eu aceito, Ferreiro. - ela então me puxou até o sofá.

[...]

Os filmes estavam quase acabando e a loira ao meu lado já havia apagado. Agradeço por esse sofá ser tão confortável, por que eu não iria acordar ela. Ela está tão linda. A cobri com a coberta por conta do ar condicionado e deitei ao seu lado. Ela me abraçou em uma conchinha, eu logo lembrei do tempo em que namoramos.

Eu dormi, e dormi muito bem.

[...]

Acordei e já eram 10h da manhã. Virei pro lado e não a senti. Merda.

Levantei e fui até o banheiro, lavei meu rosto e voltei para a cozinha. A dor de cabeça insuportável.

Bebi um pouco de água e catei minha mochila para tomar um banho.

Entrei no banheiro e não demorei muito, ao sair do banheiro enrolada na toalha avistei algo em cima da mesinha perto do sofá. Curiosa me aproximei.

Em cima da mesinha tinha um comprimido pra dor de cabeça, um chocolate e um bilhete, no bilhete dizia:

"Bom dia Zule, como pode perceber eu não estou em casa, mas fica tranquila, eu não fugi de novo. Deixei o remédio pois nas suas circunstâncias achei que iria precisar. Estou na padaria do supermercado, fui comprar coisas para o café.

Me espere por favor, ótimo banho e melhoras.

ass: Maca"

Sorri com o bilhete e logo engoli o comprimido com água.

Parei um pouco checando as mensagens no celular, quando Macarena abre a porta rapidamente, fazendo com que eu me assustasse e largasse a toalha.

Ela me olhou com a cara envergonhada e logo caiu na gargalhada.

- AI. MEU. DEUS. - ela ria enquanto eu puxava a toalha de volta e corria para o banheiro. - BELA RECEPÇÃO, ZAHIR. - ela gritou da cozinha.

- VAI SE FODER, LOIRA. - eu gritei de volta e pude ouvir a risada exagerada da mesma.

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Boa tarde.
A princípio são só esses capítulos prontos. Não sei o que fazer agora KKKKKKK

Ainda da tempo? - ZURENAOnde histórias criam vida. Descubra agora