Capítulo 1.

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Primeiramente, nem sei se alguém vai ler isso, mas esse final delas alugou um triplex na minha cabeça e eu realmente acredito que elas mereciam muito mais do foi dado pra elas. Então, eu tive que escrever algo.

2 - Não esperem muito da minha escrita, pq faz tempo que eu não escrevo. Espero que esteja melhor que o Walcyr

3 - Segue aqui um apelo pra Camila devolver a teta da Agatha que ela praticamente despeitou a coitada KKKKKK

Enfim, boa leitura pros meus 0 leitores. Espero que gostem! 🙏🙏

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Narrador Pov’s

“Eu ainda não sei controlar meu ódio mas já sei que meu ódio é um amor irrealizado, meu ódio é uma vida ainda nunca vivida. Pois vivi tudo - menos a vida. E é isso o que não perdoo em mim, e como não suporto não me perdoar, então não perdoo aos outros. A este ponto cheguei: como não consegui a vida, quero matá-la.” – Clarice Lispector.

Amor e ódio. Sentimentos tão intensos e divergentes, mas que, impressionantemente caminham lado a lado em uma linha tênue, dividindo sensações e emoções imensas, inexplicáveis.

O toque, o cheiro, as respirações descompassadas e os olhares profundos que demostravam tantos sentimentos distintos; raiva, tristeza, paixão, luxuria, medo, ódio... amor. Ela não entendia como havia acabado naquele exato momento, era como se, de repente, uma lâmpada estivesse acendendo-se em sua cabeça, como se seu cérebro e coração finalmente tivessem lhe dado uma pista do porquê aqueles sentimentos tão conflitantes se apossavam dela dia após dia, noite após noite.

Era muito mais fácil descontar toda aquela carga de rancor do que realmente admitir o que estava escancarado entre elas. Giovanna usou a morte do pai como uma válvula de escape, uma forma de justificar cada pequena ação, Angel respondeu a cada pequena micro agressão com a mesma intensidade, elas se desafiavam, e isso parecia ser combustível, até então, suficiente.

Mas aquela mascara, aquela pose fria, com sede de vingança, não conseguiu se sustentar por muito tempo e, naquela noite, enquanto a via se ajoelhar em sua frente e perguntar o motivo de tudo aquilo, as paredes finalmente foram derrubadas.

No início, a tensão parecia tomar cada centímetro do quarto, e a loira claramente percebeu quando a mais alta engoliu em seco, observando enquanto Giovanna removia suas botas. Mas, apesar de seus conflitos internos, o que veio a seguir foi como uma dança coreografada, perfeitamente executada e ritmada, como se ambas estivessem conectadas por seus anseios mais profundos.

E, quase adormecendo, enquanto compartilhava das melhores sensações que seu corpo havia experimentado, se recuperando de um orgasmo fantástico nos braços daquela que deveria ser sua inimiga, a responsável pela morte do seu pai, Giovanna se deu conta de que seria capaz de absolutamente tudo por aquela mulher.

Quando Angel a olhou no dia seguinte, um olhar que expressava tantas promessas, um mundo inteiro esperando por elas.

“Também...também acho que posso te amar.” Ela disse e, naquele momento, parecia sincero e genuíno. “...que a gente pode construir uma vida juntas.”

E apenas aquelas palavras foram o suficiente para que a loira tomasse as decisões que se sucederam naquela noite. E quer saber? Ela não sentia o mínimo de arrependimento, há muito ela já havia perdido o juízo. E mesmo quando Cristiano apareceu em seu apartamento (Uma grande surpresa, inclusive, porque Giovanna tinha quase certeza de que ele estava morto) e lhe disse aquelas coisas que haviam alugado um triplex em sua cabeça, - “Só vim te avisar que a Angel tá te engando [...]” ele falou, veneno escorrendo a cada palavra proferida “Quando a Angel colocar as mãos naquele dinheiro, ela vai dar um ponta pé na tua bunda, ela faz isso com as pessoas. Ela usa todo mundo. Olha todo esse rastro de sangue que a Angel deixou!” e quando ele sussurrou um ‘você vai ser a próxima’, ele parecia sentir um prazer imenso em assisti-la engolir em seco - ela ainda assim seguiu seus instintos.

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Seu coração disparava em uma frequência frenética, as mãos que puxavam as malas estavam suadas e todas as suas inseguranças pareciam estar se tornando realidade, o medo de ser enganada e deixada pela morena alta. Mas nada a preparou para o barulho de disparo de arma que vinha de dentro do avião, entorpecendo todo seu corpo, absolutamente nada a preparou para a cena em que ela se deparou ao adentrar à aeronave, o corpo da mulher que ela amava estirado no chão e sem vida, o sangue escorrendo de seu corpo e Alex, o seu pai, parado ali, em sua frente, segurando uma arma.

— Giovanna...— ele a chamava, mas tudo parecia distante. Talvez fosse o choque, ou o barulho do tiro, que havia a ensurdecido naquele momento.— Giovanna, acorda!

As cores mudavam, o ambiente se transformava, a voz que, antes era de seu pai, parecia ganhar um tom muito mais doce e firme, e quando ela finalmente abriu os olhos e a encarou, o suspiro de alivio que saiu de sua boca não apagaram as sensações cruas e angustiantes das quais ela estava sentindo há alguns segundos atras.

— Ei, linda, o que aconteceu?— Angel parecia preocupada, passando a mão pelo rosto da loira e secando as lagrimas que, até então, não haviam sido notadas pela mais baixa.— Você começou a se mexer muito e, quando verifiquei, você ‘tava chorando.— explicou, deixando um singelo beijo nos lábios da mulher e se ajeitando melhor na poltrona do jatinho.

— Eu tive um pesadelo, mas está tudo bem agora, meu amor.— dedicou seu melhor sorriso à modelo, aquele em que ela praticamente fechava os olhos.

Pesadelo. Foi só um pesadelo.

Angel sorriu e se aproximou mais uma vez, deixando que seus lábios falassem o que ela ainda não conseguia verbalizar, mas que Giovanna sabia e esperaria com paciência para ser dito.

— Ainda falta algumas horas pra gente pousar. Você pode dormir mais um pouco, se quiser.— Falou após o beijo findar-se. A loira a olhou com certa incerteza, com medo de voltar e se deparar com mais um cenário terrível em seus sonhos.— Olha, deita sua cabeça aqui no meu ombro.— Pediu, abrindo os braços para abrigar a namorada, que rapidamente se aconchegou ali, sentindo o cheiro que ela emanava. Era reconfortante. — O que quer que você tenha sonhado, não vai acontecer. Então fica tranquila e descansa.— disse por fim, deixando mais um beijo naquela boca que lhe arrancava sensações diversas.

Cristiano estava errado. Angel não havia a engando e a deixado, como ele teve o prazer de dizer, aquela mulher a esperou até o ultimo segundo, oferecendo tudo o que tinha prometido. Uma vida juntas. E, por mais improvável que parecesse, elas se amavam, elas se entendiam, e agora eram cumplices de tudo que viesse a seguir. As consequências seriam deixadas para serem preocupantes em um futuro distante, o agora era o que importava, e elas viveriam o agora da melhor forma possível.

Verdades Secretas ĪĪ - Um terceiro finalOnde histórias criam vida. Descubra agora