Dó, ré, mi

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Eu não ando bem
Mas tá tudo bem
Preencho-me com o vazio
E mostro meu belo sorriso

Mesmo cercado estou só
Martirizo-me sem dó
Volto ao mesmo com ré
Mi encolho e tomo um café

Cafeína alta minhas veias
Escorre negra pelo braço
Pinta o chão de preto
A poça toma meu espaço

Dó, ré, mi há meu violão
Componho outra canção
Sem banda, só solidão
Carreira solo, sem rumo ou direção

Clipe na chuva, congelado
As gotas encharcam meu corpo
Escorrem pelo meu rosto
Só eu e o meu desgosto

Os acordes me aprisionam
As cordas me enforcam
As notas criam a passagem
E a letra me transpassa

Despenco na lama
A faço de minha cama
Espero a turnê
Em busca de ter fama

Todos estarão presentes
Ou não irão ao grande show
De novo a chuva cai
Tordos se tornam preto

Me verão deitado
Apenas descansando
Aproveitando a idade
Finalmente aposentado

A escala vai até si
Mas ela é infinita
Quando se pensa que acabou
Volta-se a dó como começou

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⏰ Última atualização: Dec 19, 2021 ⏰

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