~Brittney Hans~
Acordo me sentindo estranha. O que aconteceu? Sinto minha cabeça latejar e a minha visão levemente turva. Sento na cama olhando ao redor, parecia um quarto de hospital, era todo branco e tinha um cheiro forte de álcool. Olho para o meu braço esquerdo e o vejo conectado com soro.
— Mas que porra é essa? — digo confusa. Sem mais nem menos Bryan entra no quarto preocupado.
— Graças a Deus você acordou. — veio até mim apressadamente. — Como se sente?
— Ah... — por alguns segundos me senti tonta.
— Deite-se. — Bryan me ajudou a deitar novamente na cama.
— O que aconteceu? — pergunto quando o mesmo me ajuda a deitar e fica segurando a minha mão.
— Você teve um ataque. — diz.
— Um ata... — não termino minha frase e logo a ficha cai. — Merda! O sorvete... — digo já sentindo a culpa me consumir.
— O sorvete? O que tinha? — Bryan me olha confuso.
— Nada, deixa pra lá. — digo olhando para o teto.
— Que bom que acordou. — levo meu olhar até a porta e vejo um senhor vestido de bata branca e uma prancheta entrando no quarto, médico. — Como se sente senhorita Brittney?
— Um pouco tonta e minha cabeça está doendo. — digo quando o mesmo se aproxima.
— É normal, a senhorita só precisa de descanso por agora. — diz mexendo algo no soro.
— O que eu tenho? — perguntei, eu já tive esses desmaios algumas vezes, Diego me dissera para ir ao médico mas sempre recusei. E sempre acontecia quando eu comia algo fora da dieta... Meu Deus o que eu tenho?
— Bom, tenho uma questão antes. — aceno a cabeça para que prossiga. — A senhorita faz dietas pesadas? — engulo em seco acenando a cabeça positivamente. — Hum... — diz escrevendo algo em uma prancheta.
— O que ela tem? — diz Bryan aflito.
— A senhorita Brittney tem Distúrbio Do Coração.
— Distúrbio do coração? — eu e Bryan perguntamos surpresos.
— Sim, pelos exames que e por ter afirmado fazer dietas pesadas, esse foi o diagnóstico. O distúrbio do coração é quando o sangue é bombeado muito rápido pelo coração e por esta tem que sair por algum lugar, sendo assim, saiu pelas suas narinas. Esse ataque foi causado por excesso de calorias que o seu corpo já não está acostumado e o clima quente também influenciou. O que comeu hoje que não é habitual?
Suas palavras estavam quase que inaudíveis para mim. Como assim distúrbio do coração? Excesso de calorias... O pequeno almoço, o sorvete! Droga!
— No pequeno almoço eu pedi brownies, uma fatia de tarte de limão, suco, coisas assim, e depois eu pedi um sorvete para ela. — diz Bryan.
— Entendo. — continua anotando algo em sua prancheta. — E o que a senhorita costuma comer como café da manhã ou todo dia geralmente?
— B-Bom... — engulo em seco. — As vezes tomo algum suco natural, alguma fruta, papa de aveia ou as vezes nem como. — sinto o olhar de Bryan me queimar mas evito olhá-lo. — E pelas dietas só tenho uma refeição por dia as vezes, ou não como nada além de pouca fruta. — digo cabisbaixa.
— Bom, recomendo que não siga mais essas dietas, vou deixar alguma medicação para ajudar com o apetite e para que não tenha mais desmaios, o distúrbio do coração é uma doença cardíaca que deve ser controlada. — diz a Bryan. — Tente comer outras comidas aos poucos, não force senão terá outro ataque. A medicação ajudará muito para que tenha apetite e dar-lhe vitaminas. A senhorita já pode ir para casa, mas precisarão voltar para controle da sua condição. — diz a mim. — Olha... Muitas garotas estão sofrendo por várias doenças por tentarem emagrecer com dietas loucas, cuide-se. — logo o mesmo sai da companhia de Bryan.
— Distúrbio do coração... — sussurro para mim mesma.
Isso é culpa minha... Eu me forço a seguir essas dietas malucas, eu estou dando cabo de mim, e olha só no que deu... Agora posso morrer por causa de uma merda de sorvete! Caralho! Sinto lágrimas descerem pelo meu rosto.
— Se não fossem seus comentários, seu olhares eu não teria fodido com a minha saúde... — sussurro em meio ao choro.
— Ei! — Bryan entra e vindo para o lado direito da cama e logo me abraçar, não recuso. — Não é sua culpa.
— É sim! Eu que quis continuar com isso, eu sabia o que estava fazendo! — digo me aconchegando nos seus braços.
— Não, não se culpe...
— Não Bryan. — me afasto. — Eu que não quis parar com isso sabe porquê? Em toda minha vida fui chamada de feia, gorda, rechonchuda, grandona e coisas bem piores! — sinto minha garganta doer. — Eu quis emagrecer e olha! Eu sou magra! Mas aos vossos olhos porque cada vez que eu olho para uma merda de espelho eu ainda vejo aquela gorda e feia que todos julgavam! — sinto meu peito apertar enquanto soluço.
Bryan não diz nem mais uma palavra e me puxa para um abraço. Não sei por quanto tempo fiquei em seus braços mas foi um suficiente para eu acabar com todas as lágrimas e os soluços cessarem. Ele não proferiu nem mais uma palavra e apenas ficou ali comigo, me mantendo segura. Até que peguei no sono.
~Alice Da Silva~
— Fica calmo tá, ela vai voltar. Se depois de uma semana ela não estiver de volta a gente volta para polícia mas com um advogado, ok? — digo a Diego segurando sua mão enquanto caminhávamos até ao bar.
— Sei lá Alice... Eu só acho essa história muito estranha. — engulo em seco.
— P-Porquê? — pergunto enquanto paramos de andar.
— As coisas andaram... Estranhas. — diz pensativo. — Faz umas semanas Brittney me disse ter recebido algumas mensagens anónimas estranhas, ela me falou que talvez era um desses malucos do bar mas eu sinceramente não engoli bem essa história. — disse voltando seu olhar para mim.
— Tudo vai se resolver, agora vamos. — dei um beijo nele e entrei no bar indo direto ao meu escritório. — Porra! — derrubei a primeira coisa que me apareceu pela frente.
Vou até minha mesa e pego um celular específico na gaveta, meio incerta ligo para o único contacto salvo. Eu sei que ele sabe dela, eu conheço bem ele, eu sei que foi ele. Depois de alguns toques o idiota finalmente atende.
— Alô? — diz do outro lado da linha.
— Alô o caralho! Cadê ela? — digo.
— Do que se refere Alice?
— Você ainda se faz de cínico? Cadê a Brittney? Eu sei que você pegou ela de algum jeito, agora seu pedaço de inferno, me diz aonde ela está, porque a levou e traga-à de volta! — digo sentido raiva.
Continua...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Obsession
RomanceVocê já se viu cheio de desejo e obsessão? Como se algo te possuísse e você não podesse respirar? Como se fosse uma droga e a única cura fosse ela(e)? Essa é a obsessão que ocupa o coração dele Bryan Delyon. Sua paixão obsessora por Brittney Hans, u...