𝗦𝗜𝗡𝗚𝗟𝗘 𝗖𝗛𝗔𝗣𝗧𝗘𝗥

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ELE ME ENCAROU DURANTE TODA A NOITE. Os seus olhos me percorriam, famintos, analisando cada centímetro do meu corpo. Eu adorava me sentir desejada, principalmente por ele. E só de sentir que ele estava me olhando enquanto eu desfilava pelos corredores daquele lugar me deixava excitada.

Não era o primeiro homem com quem eu fazia isso, antes dele já tiveram outros. Afinal, era algo divertido para alguém da minha idade; ser desejada por um cara mais velho era o que eu mais gostava. A adrenalina de mexer com a cabeça de alguém tão experiente me deixava animada, como em um jogo de gato e rato - eu nunca me cansaria daquilo.

Hoje eu estava decidida a deixar com que isso realmente acontecesse, entre nós. Eu ansiava por isso, todas as noites quando ia dormir com a mão entre as pernas, massageando meu clitóris inchado de tanto tesão pelas conversas que tínhamos.

Nós estávamos em um jogo e isso já durava algum tempo. Nunca havíamos nos tocado e nem podíamos, as circunstâncias em que nos conhecemos não permitiam que isso acontecesse.

Mas ele sabia o meu número de telefone.

Sabia o quanto eu o desejava.

E sabia o jeito certo de me fazer delirar por ele apenas o olhando longe. Eu ficava imaginando como era sentir seus dedos dentro de mim, como era sentir sua língua no meu clitóris, como seria sentir seu pau investido em mim com toda a vontade que ele dizia sentir.

Entretanto, ele não sabia que nesse jogo eu sempre vencia.

Eu estava cansada de promessas.

Toda noite eu gozava sozinha com ele me dizendo palavras lascivas. Hoje era a vez dele me fazer gozar com suas mãos e eu não ligava para regra nenhuma que tivesse que seguir. Se ele quisesse me comer em um dos corredores, eu não iria negar.

Entrei no banheiro feminino e arrumei o vestido preto que colava em meu corpo. As curvas em mim eram bem generosas e eu amava isso. Passei a mão nos cachos dourados do meu cabelo e me olhei uma última vez no espelho. Eu podia ser só bonita e estava ótimo - o foda é que eu era bonita e inteligente pra caralho, estava na minha segunda pós-graduação e meu único escape entre aulas e mais aulas era me envolver com homens mais velhos.

Gostava do controle que eu tinha sobre eles.

Poderia ficar com qualquer um nessa festa formal maldita, mas o que eu desejava desesperadamente era realizar isso que já estávamos planejando há tempos. Caminhei entre as pessoas e conversei com alguns dos convidados, alguns bem mais interessados em falar com o meu decote. Recusei todos os convites; as cantadas e flertes eram entediantes.

Eu estava conversando com um cara alto e loiro que poderia muito bem ter saído de um filme teen de hollywood. A taça de vinho balançava na minha mão enquanto tentava não revirar os olhos a cada palavra dita por ele. James tentava me conquistar fazendo alguns comentários engraçados como se eu fosse burra o suficiente para sorrir.

As suas investidas, sim, eram engraçadas. James nunca teria chances comigo, pois eu odiava esse estilo de ataque rápido e emocionado de alguém que parecia nunca ter visto uma buceta.

Eu gostava de jogar, isso era óbvio.

Eu gostava de brincar com os desejos deles, porque sabia o que eles queriam. O amor-próprio faz isso e quanto mais segura de si, mais eles vão querer você ou correr atrás de você.

Eu escolhia quem eu estava afim e focava todos os meus encantos e artimanhas para fazer com que essa pessoa prestasse atenção em mim.

E eu sabia que ele continuava a me observar. Estar com outro homem da minha idade era um alerta para ele. Eu sabia que ele estava odiando aquilo e odiando mais ainda não poder fazer nada porque estávamos naquele lugar.

𝗧𝗘𝗡𝗧𝗔𝗖𝗔̃𝗢, 𝚑𝚎𝚢𝚘𝚜𝚑Onde histórias criam vida. Descubra agora