E se...?

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Caitlyn ofegava baixinho enquanto pensamentos sobre Violet inundavam sua mente.

Elas são amigas, ou pelo menos é no que elas querem acreditar. Colegas de trabalho, formam uma dupla como ninguém na delegacia, mas nas entrelinhas, há mais coisas que se podem perceber. Os sentimentos nunca são diretos: começa com uma troca de olhares, um toque usual nas mãos, um esbarro quando vai explicar alguma coisa, sentir o perfume da pessoa e logo a procurar...depois vai crescendo, como a vontade de se ver, as longas conversas, até que chega no ponto em que se percebe que se gosta de alguém de outra forma.

Não que o primeiro contato delas tenha sido só de amizade. A atração era mútua de ambos os lados, mas nenhuma parecia estar disposta a ceder isso em nome do que tinham criado entre elas, que era importante demais para isso.

Até agora.

— Vi, vai fazer o que agora? – Caitlyn perguntava a Vi, que está entrando no carro dela, pegando a costumeira carona.

— Nada – ela faz uma cara pensativa – por quê?

— Está a fim de ir lá em casa? – Caitlyn tenta esconder o nervosismo da sua voz de forma séria – Tomar um vinho, passar o tempo.

— Claro – Violet sorriu, concordando. É claro que ela quer ficar um tempo a mais com Caitlyn, ou melhor, Cupcake, mesmo que esse não tenha segundas intenções.

O caminho é como o habitual. Não é a primeira vez que elas ficam sozinhas assim, mas é a primeira em que as coisas ficam mais latentes. Chegam, entram em casa e Violet tira os sapatos, logo se habituando ao local.

— Precisa de ajuda em alguma coisa? – Vi logo pergunta. Apesar do seu jeito bruto e grosseiro, por trás disso era uma pessoa gentil e atenciosa, e era isso um dos pontos fracos de Caitlyn. Seu rosto com marcas da vida difícil que levava iam contra ao coração doce que ela tinha, e sua força bruta era normalmente desmontada com um abraço – no qual Caitlyn já tinha dado algumas vezes.

— Não, fique à vontade – ela gesticula para que sua amiga se sentasse – vou só pegar a garrafa aqui.

Ela abriu a geladeira, duas taças, foi até a mesa de centro e as coloca, servindo meia taça para cada, que brindam. Caitlyn senta ao lado de Vi, que olha ao redor enquanto bebe, tentando esconder a tensão de estar sozinha com sua amiga. Elas conversam sobre o trabalho, sobre amigos em comum, riem de algumas coisas tentando mascarar o que tem por detrás disso.

Após meia garrafa, que se mostra o suficiente para se sentir mais à vontade depois da descontraída conversa, Caitlyn não consegue esconder a vontade que tem de tocar o rosto de Vi. Ela levanta a mão em direção a ela e, quando nota, a ponta dos seus dedos toca Violet, que em um primeiro momento recua, mas ao notar o que está acontecendo, volta, porque o menor dos toques de Cupcake fazia seu coração bater mais rápido – e pedia para que isso não fosse notado.

— Vi... – Caitlyn diz enquanto esta esfrega o rosto contra sua mão – eu...

— O quê?

Caitlyn pensa que é uma mulher adulta, e que pode fazer isso. Ela se aproxima de Vi, e fica a poucos centímetros do seu rosto. Vi ofega, sem acreditar no que está realmente acontecendo... é isso mesmo o que está pensando?

Só que esta recua no mesmo instante, pensando que é uma péssima ideia. Porém, Vi segura sua mão.

— O quê, Caitlyn?

Ela só quer ouvia aquilo, e desejava tanto que seu corpo se arrepiou ao pensar. Só que esta não fala nada. Será que ela está com medo da minha reação? Vi pensou, e concluiu uma coisa.

Burn it downOnde histórias criam vida. Descubra agora