🎼 Notas iniciais 🎼
Começando! Por favor, votem no capítulo, comentem bastante, usem a hashtag. Vamos juntos nessa nova história!
Todas as músicas citadas e demais referências serão sinalizadas nas notas finais dos capítulos.
Prelúdio, do francês prélude, substantivo masculino. Significa passo inicial; ação preliminar que antecede a realização de algo; na música, obra musical inicial que se utiliza como introdução a outra, geralmente mais breve, que introduz a obra principal e mais completa.
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As portas principais do salão de entrada da Companhia de Artes Performáticas de Seul eram pesadas e sintuosas. Ficava localizada pelos arredores de Seul, em um prédio histórico num bairro fora da zona mais efervescente da cidade. Era tudo muito bonito e bem conservado: tinham estátuas de tigres na entrada, um jardim bem cuidado, um pátio amplo. A contradição era enorme para uma academia de arte contemporânea, uma vez que à primeira vista tudo remetia ao passado. E assim foi pretendido por aqueles que haviam fundado a hoje grande companhia, pois acreditavam que o tempo é contínuo, fluido e absoluto, como as danças que ganhavam vidas nas salas espelhadas. O presente seria nada além de que uma continuação direta do passado, sendo assim contemporâneo em todos os tempos.
Eram a maior companhia de arte contemporânea da Coréia do Sul, o que significava que ali dentro só estavam os melhores. Os programas eram divididos em Música, Dança Contemporânea e Performance, sendo as turmas de dança as mais procuradas e disputadas, uma vez que eram dali que saíam os melhores dançarinos. O acúmulo de produções era enorme, possibilitava intercâmbios na Europa e nos Estados Unidos e possuíam um bom patrocínio do governo. Os programas de Música e Performance eram igualmente conceituados e difíceis de entrar, mas acabavam perdendo um pouco de espaço, embora fossem igualmente importantes.
Por mais que a primeira vista fosse antiga e até antiquada, sumia quando se cruzavam as largas portas da entrada, onde se via um salão amplo e minimalista: era como uma tela em branco. Algumas esculturas aqui e ali cedidas por artistas parceiros, longas escadarias que levavam para todo e nenhum lugar, salas com portas de vidro, pois a arte ali dentro daquelas paredes deviam estar disponível a todo e qualquer passante, o tempo todo. Era convidativo e amendrontador caminhar por ali: todos os grandes dançarinos do momento lá estavam. Os maiores coreógrafos. Vez ou outra idols famosos eram vistos em algum canto, trabalhando em alguma nova coreografia com algum grande coreógrafo convidado. Os músicos também carregavam nomes em grandes orquestras pelo mundo. Vez ou outra desempenhavam papéis importantes para grandes artistas e trabalhavam em gravadoras. Muitos eram convidados para trabalhar em grandes eventos e até mesmo em trilhas sonoras cinematográficas. Os performers saíam dali para se apresentar nas maiores galerias, ter seus nomes estampados em capas de revistas de arte e em eventos ao redor do globo. Ali tinha de tudo, para todos. Mas quem entrava ali dentro eram alguns poucos escolhidos, provavelmente dotados de muito talento e determinação.
Em uma daquelas salas espelhadas e amplas, um jovem e promissor bailarino se alongava. Park Jimin, vinte e cinco anos. Ele alongava as pernas, abertas completamente, enquanto estendia as mãos pra cima, para também alongar os braços. Nas caixas de som, um rap agressivo explodia no volume máximo. Jimin usava suas tradicionais vestimentas largas de prática, uma calça larga com tecido claro e uma blusa branca quase transparente que deixava à mostra as tatuagens delicadas que tinha aqui e ali, ao longo do tronco. O caos da música alta escolhida por ele era quase um rito: precisava ser o mais barulhento possível durante o aquecimento. Jimin acreditava que para se conectar com o silêncio da dança, era preciso silenciar primeiro a sua cabeça. Para isso, ouvia rap, hip hop, rock e tudo mais que fosse gritantemente ruidoso. Não conseguia assim ouvir outros bailarinos ou os chamados dos coreógrafos, sequer ouvia a música que estourava nos altos falantes. Ele dava piruetas delicadas, executava o floorwork com devoção e relembrava passos clássicos de ballet ao som de letras nada convidativas, ruidosas e grotescas, que nada combinavam com a fineza das danças que executava. Era apenas o exercício do silêncio para alongar os músculos e prepará-los para o árduo trabalho que sempre executava com maestria. Aquele dia não era diferente, portanto. Assim que terminou o alongamento, retomou a coreografia que ensaiava do ponto que julgava necessário. No palco encenaria uma peça de Bach, mas ali tocava Kanye West, que com certeza não acompanhava os passos lentos e deslizados que executava. Era um dança triste, quase dolorida. O corpo se arrastava pesadamente pelo chão, mas ele fazia parecer como se não pesasse nada: era sempre assim e por isso ele era formidável. Os cabelos louros tingidos se esparramavam no chão claro de madeira enquanto ele se arrastava por ali, completamente inerte na coreografia que tinha sido passada. Inerte o suficiente para não perceber a presença naquela sala, costumeira àquela altura: Kim Taehyung, seu melhor amigo e vez ou outra companheiro de cama.
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Adagio • jjk + pjm •
FanfictionJeon Jungkook é um jovem pianista, que consegue uma vaga para tocar em uma das maiores academias de artes contemporâneas da Coréia do Sul, a Companhia de Artes Contemporâneas Performáticas de Seul. Park Jimin, um talentoso bailarino que está em asce...