Capítulo 7 - ALERTA DE GATILHO!

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Yaguchi Kyousuke POV

Já havia um tempo que tenho evitado o Ren. Por que ainda me sinto desse jeito estranho perto dele? Já tem um tempo que o vi fazendo sexo com aquele cara e, mesmo assim, não consigo olhá-lo normalmente. Sempre que o faço, meu corpo fica todo estranho, minhas mãos suam e, por algum motivo, meus lábios incham um pouco. Falando da minha assombração, lá estava ele andando todo animado com o Tōno. Okay, é isso! Tenho que falar com ele pessoalmente e particularmente:

Ren: Viu, Nono-chan? Você consegue gravar as coisas da Literatura Japonesa! É só se esforçar um tiquinho!

Tōno: Ren, não sei nem como te agradecer! Essa musiquinha realmente funciona!

Yaguchi: Oshiro! – ambos olham para mim. Ah não, aquilo tá acontecendo, mas tenho que ser forte – Preciso falar com você a sós.

Ren: Ehm… Eu no momento não posso, Yacchan. Pode ser mais tarde?

Yaguchi: Eu… Eu não vou demorar, mas sim, pode ser mais tarde. Que tal… No telhado antes do almoço?

Ren: Pode ser! Até lá! 

Ele me abraçou rapidamente e saiu saltitante ao lado do Tōno, que me olhou um tanto confuso. Bom, eu e o Ren nos conhecemos desde pequenos, já que ele mora no mesmo bairro que eu. Ele era o único que me entendia e preferia, ainda prefere, minha personalidade original a minha falsa. Desde que me conheço por gente ele me apoiou em todas as minhas decisões e sempre esteve ao meu lado quando eu mais precisei, mas quando éramos mais novos, seus cabelos eram pretos e ele me chamava de um nome que, apesar de não demonstrar, eu gostava de ouvir:

Ren: Kyou-chan, tira essa bunda do balanço e vamos brincar! Daqui a pouco minha mamãe vai me chamar!

Yaguchi: Não quero brincar!

Ren: Kyou-chan, seu feio! – ele me jogou pra fora do balanço – Não deixe o que sua mamãe falou na sua cabeça! Sabe, você ainda tem a minha linda pessoa, sabia? Estou aqui para te encher o saco e de abraços e beijinhos!

Yaguchi: Por que você tem que ser tão meloso, Ren?! Nós estamos ficando grandinhos… As pessoas vão estranhar!

Ren: Eu não ligo! Eu tenho que demonstrar amor pro meu Kyou-chan – ele me abraçou fortemente – Você não quer?

Eu realmente não conseguia recusar nenhum pedido dele e acabei por abraçá-lo e começamos a brincar logo em seguida. Ahh… Tempo bom que não volta:

XxX: Ei! Pss! Ou! Tu aí! Ô ruivo! Ô, CARALHO!

Yaguchi: Uh?! Quê?! Que houve?! – saio rapidamente do meu transe e olho para frente, observando um rapaz de pele escura, olhos verde-água e madeixas bem claras; era lindo demais – Eh…?! Quem… Quem é você?

Kau: Ah, sou aluno novo. Me chame de Kau. Enfim! Um menino loiro tá te chamando a um tempão e tu não fala nada.

Yaguchi: A-Ah! Oshiro, tô indo!

Saí às pressas até o local prometido com muitos pensamentos na cabeça, principalmente da nossa infância e aquela "fatídica cena" do sexo… Quando cheguei, vi o loiro observando a paisagem com uma expressão tranquila, mas ao me olhar, se tornou algo mais sério e achei estranho:

Yaguchi: Tá tudo bem?

Ren: Você me diz, Yacchan. – ele saiu dali e se aproximou de mim. Oshiro realmente parecia muito zangado com alguma coisa – Vai ficar me evitando até quando?

Yaguchi: E-Eh?!

Ren: Acha que eu não notei? Não seja imbecil! Você tá me evitando?! Por quê?! 

Yaguchi: Oshiro, é que… É que… – eu nem conseguia me pronunciar enquanto ele me encarava daquele jeito. Era uma mistura de olhar curioso e furioso que me deixava cada vez mais aflito, porém não posso dizer a verdade agora… Ainda não – Eu quero me afastar de você, mas dessa vez é sério. Não quero ficar perto de alguém que se rendeu ao clube de "fotografia".

Ren: Mas o que… Como assim, Yacchan? Você… Você acha que…

Yacchan: Sim, eu acho que está se rebaixando! Olha só pra você, cara! Tanto faz se suas notas são boas ou ruins, não tira o fato de você ser uma puta megera do caralho! Vê se cresce, merda!

De repente, apenas sinto um soco sendo desferido em meu peitoral e me fazendo cair de bunda no chão. Quando olhei pra ele, vi a merda que fiz: Oshiro chorava muito; chorava de soluçar e sua mão apertava seu suéter laranja no lado esquerdo. Nem tenho o que falar, fui totalmente escroto, mas tudo porque eu não consigo contar a verdade. De repente, ele jogou algo em mim e saiu correndo dali. Quando vi o que era, meu coração deu uma travada: era a nossa pulseira da amizade que ele mesmo havia feito. É dourado com umas tiras bronzeadas, nossas iniciais, K e R, da cor azul e, embaixo, estava escrito "parceiros na saúde e na doença". Caramba, que merda eu fiz?! Isso… Isso dói tanto… 

Narrador POV

Na sala do clube estava Ren. O que fazia? Chorava de soluçar com a cara afogada em uma almofada lilás. Ele nem acreditava no que tinha acabado de acontecer: um de seus melhores amigos e primeiro amor havia falado coisas terríveis sem nem pensar duas vezes. É sério que só tinha o chamado para isso?! Para xingá-lo sem dó nem piedade?! Não podia acreditar… Porém, simplesmente do nada, sentiu uma mão afagando seus cabelos e, quando viu, era Itome com uma expressão, apesar de tranquila, bem preocupada:

Ren: I-Ito-sen-sen-senpai?

Itome: O que aconteceu, huh? – ele ajudou Ren a se sentar e se sentou ao lado dele – Quer falar sobre isso?

Ren: É… É que… Um a-am-amigo me-meu – tentava parar de chorar e soluçar, mas estava muito difícil – fa-fa-falou coisas muito fe-fe-feias pra mim! POR QUE AS CO-COI-COISAS SÃO ASSIM?!

Itome: Shhh… – o mais velho, sem hesitar, abraçou o mais novo e ficava afagando suas madeixas – Relaxa… Tá tudo bem agora… 

Asahi: Ito-kun, eu ouvi um cho- REN! – o ruivo correu até seu amigo e olhou para seu rosto – O que aconteceu?! Quem foi o filho da puta?!

Itome: Asahi, se acalme… Nervosismo só vai piorar as coisas.

Asahi: Calma?! Um babaca magoou meu melhor amigo!

Akemi: O que tá acontecendo?! – o loiro entrou acompanhado de Shikatani e Tamura:

Itome: Eu não sei, apenas encontrei Ren chorando. Falou que um amigo dele falou coisas feias a ele.

Tamura: Caralho… – o azulado, com calma, trocou de lugar com Itome e ficou abraçado ao Ren – Falar nada não pra não ser cuzão contigo.

Akemi: O que aconteceu, Baby Ren? Uhm? – perguntou com tranquilidade olhando o mais novo – Quem falou coisas ruins pra você?

Ren: Yaguchi… Fo-Fo-Foi ele… 

Shikatani: O Yacchan?! – o arroxeado indagou e o loiro apenas concordou ainda em lágrimas – Caralho…

Asahi: Filho da puta… 

Akemi: Asahi-kun, você tem que relaxar. Sei que deve estar querendo muito bater no Yacchan, mas tem que aguentar pelo bem do nosso Baby Ren!

Asahi: Eu sei… Ele não ia gostar que eu batesse nele.

Akemi: Muito bem! Baby Ren, sabe o que pode te dar uma animada?

Ren: Um sorvete?

Akemi: Também! Mas antes, iremos apresentar o novo membro!

Asahi: Mais um?

Akemi: Uhum! Ele foi transferido. Pode entrar, Kau

Kau: Pô, ia fazer uma entrada triunfal, mas já que pediu… – o rapaz entrou tranquilamente e com uma cara de tédio – E ai. Sou o Kau.

Continua… 

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