—Não abra os olhos ainda, ok?
—….Ok…?
—E… Pode abrir!
Quando Edyth finalmente teve a permissão de abrir os olhos, ela viu, além dos belos e brilhantes olhos violetas de sua amada, um vaso com flores, flores estas que eram raramente vistas por causa do clima gélido de Shillihild após o Icehild.
—Uau! Você realmente encontrou! — indagou Edyth, desacreditada.
—O que eu não faço por você, não é mesmo?— brinca Amélia — Afinal, o que pode me fazer mais feliz do que ver um sorriso genuíno seu?
—Oh….Hum…
Se ouve uma gargalhada.
—Ora, minha querida, não seja tão tímida — afirma Amélia enquanto faz cafuné em Edyth, que corresponde o ato carinhoso com um abraço.
Assim são todos os dias de Amélia e Edyth, todos eles cobertos de carícias e beijos, ambas sendo carinhosas e cuidadosas uma com a outra, claro, cada uma de seu próprio jeito.
Sempre que perguntavam a elas sobre sua relação, tinham orgulho de dizer que estavam noivas. Elas tinham o romance que todos invejam e desejam ter no futuro, eram o casal perfeito.
Para Edyth, isso tudo era um sonho, ela sentia como se tivesse ganhado na loteria de tão sortuda que se sentia por ter uma noiva tão linda, incrível e inteligente ao seu lado, nem as maiores e mais belas pinturas dos mais famosos pintores conseguiriam chegar perto da beleza de sua amada, ela não se sentia merecedora de ter alguém tão especial ao seu lado.
—E então, gostou do presente? — questionou Amélia, já ansiosa pela resposta de Edyth
—Claro que sim! —afirmou eufórica—E-eu nunca pensei que ganharia algo tão incrível!
Amélia abre um sorriso e, ainda abraçada em Edyth, sela seus lábios aos de sua futura esposa.
—Eu já disse que eu te amo? — diz Amélia enquanto olhava para as orbes negras de Edyth, que cora com o comentário.
—Eu também te amo, meu amor.
Era tão bom esses momentos, Edyth queria apenas parar o tempo para ficar ali com Amélia para sempre. A sensação de estar nos braços de sua noiva eram tão reconfortantes, ela se sentia segura ali, era tão bom vê-la novamente….
Os pássaros começam a cantar na janela da garota de olhos negros, era um sonho de novo. Ela deveria saber, já fazia alguns meses que sua amada saiu em uma expedição com novos recrutas pela floresta, não fazia sentido ela ter voltado. Edyth, por sua vez, devia admitir, sentia sua falta, sempre que podia lhe escrevia cartas, mesmo sabendo que nunca as enviaria.
Após um longo período se espreguiçando, Edyth decide se levantar, ela olha pela janela de seu quarto, está nevando, assim como todos os outros dias, e, mesmo que o dia esteja com um ótimo clima para continuar deitada, ela está decidida a terminar seus afazeres que a tanto tempo ela procrastina.
Após algum tempo fazendo suas tarefas, Edyth vai ao pátio de sua casa e vê um dente-de-leão, ela se lembra dele como "a flor que realiza desejos". Cautelosamente ela colhe a flor, faz seu pedido e assopra, fazendo com que as pétalas do dente-de-leão voem pelo ar. Pra ela, fazer pedidos para um dente-de-leão virou rotina, e sempre era o mesmo pedido: Fazer com que Amélia voltasse pra casa em segurança, era seu único desejo. A garota perdeu as contas quantas vezes ela já pediu a mesma coisa.
Ela sabe que é só uma lenda, além do mais, ela não é mais uma criança, porém, é mais fácil levar a vida de forma fantasiosa e inocente, a deixa mais leve e um pouco menos amedrontadora.
Após a pequena cessão de terapia, Edyth continua suas tarefas domésticas, agora um pouco mais calma e despreocupada, com um pouco mais de esperanças sobre a volta de sua amada. Estava certa de que ela voltaria, as expedições nunca levaram a nada, porque agora levariam? Não havia nada a se preocupar.
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Quando ficou tão escuro lá fora? A mulher de cachos negros ficou tão ocupada com as tarefas acumuladas que nem viu o tempo passar. Vendo a hora, ela decide então tomar um banho e descansar por hoje, ela já fez o suficiente, merece relaxar.
Após um longo banho com água quente, Edyth come algo e apenas se esparrama na cama, exausta, e não demora muito tempo para apenas dormir.
—Foi um dia cansativo hoje...
