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Estava jogada na cadeira, tentando me concentrar na professora de literatura em minha frente, as aulas antes do intervalo eram sempre um tédio, tudo parecia em câmera lenta, e meus olhos ficavam cada vez mais pesados. Quando fui despertada por Beatriz me passando um bilhete.
"O que acha de matar aula?"
Sorri para ela, e concordei com a cabeça. Levantei a mão e pedi para ir ao banheiro, com a autorização saí com pressa da sala e corri até o banheiro.
Rabiscava a parte de dentro da porta da cabine, junto com os meus desenhos havia vários outros, como nomes e datas, seios e pintos, pude ouvir três batidas na madeira e uma das torneiras serem ligadas, o que era meu sinal com Bea de que estava tudo vazio.
Sai de lá tendo vista de minha amiga, que estava com nossas mochilas em mãos.
- Quer ficar o dia inteiro fazendo merda por SP?
- Óbvio Parizotto!
- Então, vem comigo! - Segurando um dos meus pulsos começa a me puxar pelo corredor.
A secretaria não tinha nenhuma segurança, resultando em muitos alunos fugindo durante o horário de aula, assim como nós duas.
Enquanto andávamos, ela parou em minha frente e colocou o indicador na frente da boca, pedindo silêncio, então apontou para sala do diretor, que tinha aquelas portas que era dividida no meio.
A parte inferior estava fechada, mas a superior aberta para ter vista das pessoas que podiam entrar e sair da escola. Nós nos abaixamos e engatinhamos até a saída.
Saímos correndo e rindo pela rua, Bea agora segurava minha mão fazendo meu rosto esquentar, e me guiava até um restaurante self-service na rua ao lado.
Montamos nossos pratos e nos sentamos nas mesas mais afastadas e vazias, para não sermos notadas por nenhuma pessoa conhecida e indesejada.
Revirei os olhos ao ver azeitonas na minha salada.
- Você quer? - Perguntei apontando com o garfo, ela aceitou e pegou do meu prato.
- Já ouviu falar que almas gêmeas sempre tem uma que odeia azeitonas e outra que ama? Talvez nós sejamos almas gêmeas.
- Sim... - Mordi o lábio constrangida - Como amigas, né?! - Falei um pouco mais baixo.
- Como amigas - Ela concordou parecendo um pouco decepcionada com meu comentário.
Comíamos quietas, o silêncio me deixava com mais vergonha daquela situação, olhava ao redor tentando arranjar algum assunto.
- Olha lá! - Apontei para uma máquina de pegar pelucias, ao lado tinha duas de chiclete com algum brinde - Eu adoro essas máquinas, roubam todo meu dinheiro, mas eu adoro.
Andei até ela tirando uma nota de dois reais do bolso da calça, a máquina pegou o dinheiro e começou a piscar.
Movia a garra tentando colocar o mais perto possível de um polvo roxo, apertei o botão e a garra desceu, pegando o polvo por um dos tentáculos.
Comemorei, começando a dar pulinhos de alegria, me abaixei e peguei minha nova pelúcia, a esbanjando para Bea, que me assistia apoiada em uma das mesas sem ninguém.
- Gostou dos meus dotes de pegar polvos? - Ela mexe a cabeça positivamente sorrindo. Seu sorriso é maravilhoso, o mais lindo de todos - Quer tentar? - A entrego uma nota de dois.
Via seu reflexo pelo vidro em sua frente, suas sobrancelhas estavam arqueadas, e sua língua estava um pouco para fora da boca, parecendo estar concentrada. Triz conseguiu uma ovelha.
- O Murphy vai amar - Ela diz com o brinquedo em mãos.
O resto da tarde ficamos passeando e entrando em lojas de roupas, experimentado vários acessórios e tirando fotos e nos gravando.
Também andamos por alguns shoppings pegando degustações grátis de praças de alimentação, e parques brincando com cachorros desconhecidos, e até usando os brinquedos das crianças.
Pegamos casquinhas em uma barraquinha de sorvete, e sentamos nos balanços.
- Acho que a gente tem que ir embora logo - Avisei ao ver o horário em meu celular, após terminar a sobremesa.
- Podemos esperar um pouco? - Ela fala pousando sua mão em minha coxa, me deixando em completo pânico interno - Não planejei te falar isso hoje, mas eu tenho guardado isso a muito tempo, e acho que não consigo mais...
Suspira e me encara, deixando minhas pernas moles, agradeci por estar sentada.
- Eu gosto de você [seu nome], muito, tudo bem se não sentir o mesmo, vou entender com- - A interrompo juntando nossos lábios, segurava suas bochechas com certa urgência.
Triz colocou suas mãos em volta de minha cintura, me trazendo para mais perto. Sentia o gosto de seu sorvete de morango, em sua língua ainda gelada.
Nos separamos pela falta de ar, aquela imensidão azul estava na minha frente, e não consegui conter o sorriso.
- Isso deixa meio óbvio que eu gosto de você também.
- Vamos embora? - Pergunta juntando nossas mãos.
Saímos de mãos dadas e conversando, em direção a nossas casas.