Silence

chapter four

Assim que chegou em casa, Jeongguk deixou de pensar no menino de cabelos negros e se dirigiu ao seu ateliê de pintura.

Lá, deparou-se com o imponente quadro da mansão da cidade ainda inacabado.

Enquanto mergulhava na pintura, Jeongguk não conseguia desviar os olhos dos ponteiros do relógio que teimavam em avançar, ansioso pelo momento de reencontrar Taehyung.

Desde o instante em que seus olhos escuros cruzaram com os do baixinho de bochechas rosadas, Jeongguk soube que algo havia mexido com ele.

Mesmo sem ter trocado muitas palavras com Taehyung, as lembranças do olhar penetrante e intenso, porém inocente e sereno, permaneciam vivas em sua mente.

O coração ardia em seu peito ao pensar em Taehyung, enquanto a vergonha o invadia ao recordar do passado; das ações cruéis que cometera naquela noite fria de Agosto.

Questionava-se como pôde ter sido tão desumano.

— Esqueça isso, Jeongguk! São novos tempos e você acabou de ter uma oportunidade de convidar Kim Taehyung para o cinema. Você pode se redimir... — murmurou Jeongguk, passando a mão nervosamente pelos olhos.

Dirigiu-se ao banheiro e lavou o rosto, respirando fundo em seguida, desejando afastar de uma vez por todas o fantasma daquele passado sombrio.

Ao retornar ao ateliê, decidido a focar em sua pintura, seu celular vibrou no bolso. Ao pegá-lo, um sorriso surgiu em seu rosto ao ver uma mensagem de Taehyung na tela.

Deixando momentaneamente a pintura de lado, passou a tarde toda conversando com Kim, abordando diversos assuntos.

À noite, após o jantar, engajaram-se em uma longa conversa por telefone sobre suas experiências durante os anos em que estiveram separados.

Taehyung revelou que não havia feito muitas mudanças significativas em sua vida e explicou os motivos que o levaram a retornar à cidade natal.

Para Jeongguk, o restante da semana arrastou-se lentamente. Sua mente estava tomada pela imagem de ter Kim nos braços, beijá-lo com paixão e estar ao seu lado.