2/3: enfeites, apelidos e assassinatos

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— Eu não sabia que você tinha um outdoor no rosto

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— Eu não sabia que você tinha um outdoor no rosto. — Jaeyun zoou Mia assim que ela chegou com bobes na franja, deixando sua testa à mostra.

— Oi para você também. — Indiferente, porém sem perder a educação que sua mãe lhe deu, a Choi cumprimentou-o e tirou uma chave do bolso de seu moletom.

— Você aluga para colocar anúncio na testa? — Ele insistiu em irritá-la, enquanto a garota destrancava as fechaduras do salão de festas.

— Acordou inspirado hoje, né, Jaeyun? — A loira perguntou, irônica, e abriu as portas do local.

— É o espírito natalino! — Travesso, o Shim respondeu e seguiu a outra para dentro.

— Espero que essa criatividade toda apareça na hora de decorar o salão. — Resmungou Mia e parou ao lado das caixas de papelão no centro da sala. — Aqui está tudo que vamos precisar, segundo Sunoo.

— Vamos começar logo, aí terminamos logo. — O moreno ditou e foi até uma das caixas, já abrindo-as. — Ei, cadê a árvore de Natal?

— Estava esperando você chegar para me ajudar a descer, vamos lá. — A Choi explicou e dirigiu-se de volta para a entrada, deixando a porta entreaberta após Jake passar.

Havia nevado múltiplas vezes nos últimos dias, de modo que a temperatura estava abaixo de 10 graus e uma brisa gélida relembrava-os disso. Os dois caminharam até a entrada e suspiraram aliviados quando a porta fechou-se, cessando a corrente fria de ar que os atingia. O elevador ainda estava no térreo e eles entraram, então Mia selecionou seu andar e a cabine começou a subir.

— Como ficou a divisão de tarefas, mesmo? — O Shim tirou do bolso a lista que Sunoo havia entregue e perguntou, embora o próprio moreno tivesse determinado a função de cada um.

— Você já se esqueceu? Fiquei com os pisca-piscas, as velas, os enfeites de bengalas e os ramos de visco, sendo que nós dois vamos enfeitar a árvore. — A garota prontamente citou corretamente cada um de seus itens.

— E quanto a mim? — Jake, que havia ficado impressionado pela boa memória da Choi, resolveu testá-la mais uma vez.

— Você ficou com os festões, os globos de neve, as guirlandas e os panos de mesa. — Ele relembrou a própria fala assim que ouviu Mia e conferiu na lista, estava tudo certo.

— Uau, você lembrou mesmo...

— Sim, minha memória é boa.

Logo, eles chegaram no andar escolhido e saíram para o corredor. Então, Jaeyun seguiu a garota até pararem em frente a um apartamento, o qual ela tocou a campainha. Passos apressados foram ouvidos do lado de dentro e, em seguida, a porta foi aberta por um menino de apenas sete anos de idade.

— Mimi! Você já voltou? — Ele perguntou aos pulos com um controle de videogame na mão. — Ei, quem é esse?

— Esse é Jaeyun, um... colega de sala. — A Choi falou e Jake acenou, simpático, para a criança. — Jaeyun, esse é Hyunwoo, meu irmão mais novo.

— Vem cá, Jaeyun! — Hyunwoo foi rápido e, antes que Mia pudesse processar o que estava acontecendo, o Shim já havia sido forçado a se sentar no sofá, de frente para a TV. — Você gosta de Super Mario Odyssey?

— Nossa! Você já chegou nesse mundo? — Jake perguntou admirado, entretido com o jogo que é um de seus favoritos, e o pequeno Choi começou a explicar seu progresso.

— Hyunwoo, nós não temos tempo para isso! — A garota protestou e parou na frente da televisão, bloqueando a visão dos dois garotos.

— Mimi, você tá atrapalhando! — O irmão dela reclamou e tentou mudá-la de lugar.

— É, Mimi, a gente quer ver o jogo! — Jaeyun juntou-se à queixa do Choi mais novo, já com um controle em mãos.

— Nada disso! — Mia foi até o moreno e pegou o controle dele, o que o fez agir como uma criança e ficar emburrado. — Nós temos que descer a árvore de Natal.

— O que está acontecendo aqui? — Repentinamente, uma mulher saiu perguntando de um dos cômodos do apartamento.

— Oi, mãe! Eu e Jaeyun viemos buscar a árvore e os enfeites para decorar o salão. — A loira explicou a situação e Jake automaticamente mudou de postura, tornando-se um exemplo de etiqueta e bons-modos.

— Ah, olá! Sou Choi Haesun, mãe desses dois. — O Shim levantou-se do sofá e a Sra. Choi veio para cumprimentá-lo.

— Prazer, sou Shim Jaeyun, colega de sala de sua filha! — Mia ficou horrorizada com o quão civilizado e educado o garoto parecia, porém deixou isso de lado.

— Enfim... eu vou pegar a caixa com os enfeites e você vai levando a árvore. — Ela falou e foi até a despensa do apartamento, enquanto Jake ficou na sala de estar.

— Mas o Jaeyun vai jogar comigo! — Hyunwoo queixou-se e cruzou os bracinhos na frente do corpo, cismado com a situação.

— Filho, ele está ocupado agora e não pode jogar. — Dona Haesun controlou a birra do Choi mais novo, então Jaeyun agachou-se e mexeu nos cabelos do menino.

— Relaxa, Hyun! Outro dia venho aqui e você me ensina a chegar nesse mundo, pode ser? — Disse o Shim, suavemente, e Hyunwoo acalmou-se.

Mia voltou com a caixa em mãos e parou assim que viu a cena. Quem diria que Jake tinha jeito com crianças?

— Você promete? — O pequeno Choi colocou um bico nos lábios e pediu, inocentemente.

— Prometo! Se eu não vier, pode cobrar da sua irmã. — Jaeyun piscou para o garotinho, o qual assentiu alegremente em resposta.

— Eu não tenho nada a ver com isso. — A garota citada falou. — Já estou com os enfeites, falta só a árvore.

— Ok, vou pegar. — O Shim endireitou a postura e virou-se para a árvore de Natal, que tinha quase dois metros de altura.

Ele levantou o objeto do chão e notou que era mais leve do que parecia ser, apesar de demandar um pouco de esforço para equilibrá-lo.

— Pronto, estamos indo! — Avisou Mia, já deslocando-se para a porta.

— Tchau, Sra. Choi! Até mais, Hyunwoo. — Gentilmente, Jaeyun despediu-se e foi atrás da Choi.

Assim, os dois saíram do apartamento e voltaram para o elevador. O Shim pousou a árvore no piso e perguntou, interrompendo o silêncio:

— Ei, Mimi, — ele resolveu utilizar o apelido que ouviu mais cedo, a fim de provocar a loira — por que você não é tão legal quanto o seu irmão?

— Não sei, talvez vocês tenham se dado bem por terem a mesma idade mental. — Sem ficar para trás, Mia rebateu e o outro soltou uma risada cínica.

— Pelo menos você sabe contar piada. — Jaeyun disse e o elevador parou, chegando de volta ao térreo.

A Choi apenas revirou os olhos e saiu da cabine, segurando a porta para o garoto passar. Cuidadosamente, o Shim carregou a árvore de Natal para fora do elevador e, em seguida, da entrada. Mia acelerou o passo para alcançá-lo, porém o chão estava escorregadio devido à neve. Desse modo, a garota deslizou pelo chão e, no processo de evitar a queda, a caixa voou de suas mãos. Ela conseguiu equilibrar-se antes de cair, mas já era tarde demais para as bolinhas da árvore de Natal. Essas eram feitas de um material frágil e apenas uma ou duas não se quebraram em pedacinhos.

Assustado pelo barulho, Jaeyun virou-se rapidamente e encontrou os enfeites de Natal estilhaçados e a caixa no chão. Mia ainda estava estática quando ouviu o Shim dizer, de forma dramática:

— Você... você assassinou as bolinhas da árvore de Natal!

rival de natal; jakeOnde histórias criam vida. Descubra agora