2

40 0 0
                                    

Já passou um mês que saí de Aveiro, a direção da empresa foi compreensivo em relação ao meu pedido sem que eu entrasse em promenores da minha vida privada. Vim para Évora um escritório que estava com problemas na equipa, e com risco de encerrar, tinha perdido muitos clientes nos ultimos tempos, considerei o melhor que me podia acontecer, assim estaria a mil por cento para levantar a empresa, para dar formação aos colaboradores, eu ia conseguir ultrapassar este obstáculo, estava em algo que dominava, e para mim o trabalho era a melhor terapia.
 Tenho conseguido melhorar o escritorio, temos tido alguns clientes a regressarem para a empresa, e tambem novos clientes, o amor para mim não deu certo, mas graças ao trabalho e tambem á amizade do Daniel já não  adormeço a chorar. Virei a página desde o dia que abalei de Aveiro, esperei o Vitor sair de casa para o bar entrei em casa, trouxe as minha coisas, roupas, computador, e algumas lembranças e fotos do meu pequeno Martim.

Nunca mais vi o Vitor desde aquele dia, entrei com os papeis do divorcio, dei uma procuração ao meu advogado para tratar de tudo por mim sem que eu tenha que me encontrar com ele, não quis ficar com nada, só com o meu carro, de resto ficou com ele, desde o negocio dele, que por lei tinha direito, a casa.

Chego a casa e ligo o meu computador par trabalhar um pouco mais, sobre um projeto que tem que ser entregue no final da semana, com uma multi nacional que está a expandir-se em Portugal e tem a sede em Évora, o sr Azevedo, o meu patrão encarregou-me deste projeto, a imagem da empresa, reparo que tenho um e-mail, quando abro fico paralisada é do Vitor, desde que eu o apanhei em flagrante, não tinha falado com ele, nem tinha tido contado com ele, tenho tido noticias do processo de divorcio pelo meu advogado, pois ele tem estado a criar dificudades, mas já dei instrução ao advogado para entrar com uma acção e o divorcio ser litigioso, não quero saber dele, até mudei de numero de telemovel.

Contei até três e comecei a ler o e-mail.

"Meu amor, minha Vida...

Tu e somente tu foste e sempre serás a meu único, grande e verdadeiro amor...

És a minha luz a minha calma, a razão pela qual continuo a lutar. Sei que não mereço o teu amor...mas acredita que sofro todos os dias, por teres ido embora, tive que encontrar coragem para te contactar, mas como não tinha outro contacto, teve que ser assim.

O teu advogado esteve aqui no bar, disse se não assinasse os papeis do divorcio tu irias pelo litigioo, que estás mesmo decidida a separares-te de mim, mas amor, não sei como será a minha vida emti, pois este mês tem sido um vazio enorme, chegar a casa e não te ver a dormir, pareces um anjo a dormir, sabias?

Nunca te disse mas sempre que vinha da discoteca, vinha esgotado com o trabalho ia tomar um banho e depois ficava tempo incerto a admirar-te a dormir, e encantado o quanto é bela, mas agora sinto um vazio nesta casa. nem tu nem o Martim cá estão... estou tão só, neste momento não vivo sobrevivo cada dia na esperança de tu voltares, para mim, já que o pequeno Martim não pode.

Sei que fiz asneira, nem sei porque fiz, só sei que o fiz... mas arrependo-me imenso.

Não me deixes

Perdoa-me..."

Parei de ler , estava com um nó na garganta, desaebi a chorar, como pode ser cinico, eu vi o quanto ele não estava a querer, enquanto gemia de prazer, enquanto penetrava a outra, nem respondi, sabia bem enquanto ela o sugava como uma faminta.

Nem correu atras de mim, nem me procurou, eu estive sempre no escrtorio e ele nem apareceu, nem ligou, eu tinha ainda o mesmo numero, agora vem com falinhas mansas, o que ele pretende? Eu sei que não tem sido um mouro, sei bem que tem andado com outras, as meninas do escritorio da outra vez disseram-me mesmo eu dizendo que se era para falar nele desligava o telefone. Nem acredito que falou no nosso filho para fazer chantagem emocional, nem respeita a memoria do pequeno Martim, e que me via a dormir, acredito que em tempos sim, mas ultimamente eu não conseguia dormir enquanto ele não chegava, tinha medo, pesadelos, mas não queria que ele soubesse, que eu sempre tive medo de estar sozinha á noite e que tentava ser forte quando Martim estava entre nós, e depois disso tinha vergonha de admitir que tinha medo, aos 32 anos, para ele se rir e criticar como sempre fazia, o sr perfeito, e sei bem que ele não se punha a olhar para mim, pois eu fingia que adorrmecia e via que ele se deitava, e virava-me as costas, eu abraçava-o e ele dizia que tinha calor... só que naquela altura eu estava cega que não via os sinais, tinha perdido o meu filho, e acreditava que Vitor estava cansado, nem ouvia quando ele dizia que eu devia de ter vergonha de estar gorda, que devia de fazer algo, que parecia gravida com as roupas, que era bem feita eu não encontrar roupa... magoava-me mas não o levava a serio, eu não me sentia bem assim mas também não me sentia com força para lutar, por isso acomodei-me, agora sou Linda diz ele... algo não bate certo... mas tambem, não quero saber, tenho que trabalhar isso é a unica coisa que me importa agora, e daqui a pouco o Daniel liga, e não quero preocupa-lo com a minha voz embarcada, de estar a fazer força para não chorar.

Não prometo nadaOnde histórias criam vida. Descubra agora