doces pesadelos.

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Logo após saber do meu real estado de saúde, eu entrei em um tipo de negação .

Apesar de saber que não adiantaria em nada, negar o inegável e que não ajudaria muito me portar daquela maneira eu só queria fica sozinha .

foi uma batalha para todos ao meu redor .

Não queria mais comer, nem ver a luz do sol ou beber água, tudo que eu queria fazer, era simplesmente fica ali parada olhando a luz branca do hospital.

O doutor Bernardo achou uma loucura da minha parte quando me recusei a tomar os remédios contra dor.

Todos os dias minha mãe levava algum tipo de comida, que pensasse que eu gostaria de comer mais era inútil .

Todos os esforços dela para me animar eram perca de tempo , eu não via cor em nada e tudo era completamente diferente .

Eu só conseguia chorar o tempo todo e era um pesadelo incessante, um tipo de sonho que nunca iria acabar só me consumir com o tempo.

Mais para ser completamente honesta, eu ficava feliz uma vez na semana, todas às quintas feiras..

O príncipe Charlie ia me visitar, ele sempre trazia um buquê de flores brancas .

Conversava comigo por horas e me dava toda atenção do mundo, era tão gentil e carinhoso comigo

Chegava a ser estranho, o quão interessado ele parecia estar na minha recuperação.

Não estou dizendo que ele sozinho me deixava feliz por que felicidade era uma coisa que eu parecia ser negada a sentir ..

Então em uma dessas quintas feiras a noite ele apareceu silencioso e cabisbaixo como nunca tinha visto antes .

Seus olhos insistiam em fugir dos meus, e seu rosto estava voltando ao chão chegando a corar....

Tentei não ligar para isso, e ignorar esse estranho comportamento dele mais foi ficando cada vez mais difícil já que ele não estava sendo mais o Charlie que me adaptei a ver .

- o que você tem ? Você não está normal hoje ?

Ele hesitou de novo, e encarou a porta da frente.

- não, eu estou bem é só que eu preciso te contar uma coisa.

- então fale , eu tenho todo o tempo do mundo nesta cama .

Ele forçou um sorriso mais não se saiu bem.

Então ele recomeçou a voz nítidamente mais pesada e o corpo travado .

- eu fiz uma coisa , uma coisa errada , na qual eu estraguei a vida de uma pessoa....

- eu não tô conseguindo dormir mais , é um pesadelo real eu não me alimento mais direito e nem consigo cumprir meus deveres , estou sufocando...

- hora então me diga quem você prejudicou tanto assim , talvez ainda de tempo de você se desculpa ou seila reparar o erro .

Antes que ele conseguisse continuar um outro rapaz entrou no quarto às pressas acompanhado do doutor Bernardo.

- A família dela está lá fora , não é seguro falar abertamente sobre isso agora levante - se e vamos .

- eu preciso falar ... A verdade .

- pare !! Eu estou dizendo nossa família já está resolvendo o assunto vamos .

Então ele se levantou e saiu acompanhado do outro , nem sequer disse "tchau" às coisas ficaram estranhas .

O doutor Bernardo mal me olhou também e se foi corredor a fora.

Não dormi mais naquela noite, os meus pensamentos me consumiram a madrugada toda .

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