𝗙𝗔𝗞𝗘 𝗕𝗢𝗬𝗙𝗥𝗜𝗘𝗡𝗗 - Vinnie Hacker

25 || MELISSA.

Suspiro baixo, passando uma das minhas mãos pela cara e encosto a porta atrás de mim.

— Desculpa por esta confusão toda. — Falo e Vinnie sorri levemente, enfiando as mãos nos bolsos.

— Não precisas de pedir desculpa. — Murmura, fitando-me atentamente e eu pouso a mão na maçaneta da porta. — Tens a certeza que ficas bem? — Questiona mais uma vez, recebendo um aceno afirmativo da minha parte. — Ok... Amanhã falamos? Se precisares de alguma coisa, liga-me. — Fala, aproximando-se de mim e eu dou-lhe um sorriso fraco.

— Obrigada. — Agradeço num murmúrio, aproximando-me para deixar um beijo no canto da sua boca, antes de me despedir dele e voltar a entrar dentro de casa.

Agora, Poseidon encontra-se sentado no sofá, as suas mãos cobrem a sua cara e o mesmo parece perdido nos seus pensamentos. Hera, fita-me atentamente, bebendo a água que se encontra no copo de vidro que tem na mão.

— Aqui. — Murmura na direção do nosso irmão mais velho, que tira as mãos da cara, para agarrar o copo e agradecer baixo.

— Vais pagar tudo aquilo que partiste. — Atiro rudemente, caminhando na direção da cozinha e oiço-o suspirar.

— Considera tudo pago. — Dirige, concordando com a cabeça e eu encho um copo com vinho tinto, antes de voltar a entrar na sala. — Desculpem... Quando te vi com aquele filho da puta, descontrolei-me completamente. Nunca foi minha intenção fazer-vos passar por esta confusão toda. Ele não é quem tu pensas, Mel. A única pessoa de quem ele gosta, é dele mesmo. Aliás-

— Porque é que não começas por olhar para ti mesmo e explicares quem és tu, realmente? Ou vais continuar a usar o Vinnie como assunto de conversa? — Interrompo-o, bebendo parte do vinho presente no meu copo. O meu tom de voz é calmo e o meu olhar desinteressado. 

Estou tão cansada.

— Não era suposto vocês terem visto aquilo. — Começa por falar, desta vez, num tom baixo, repleto de arrependimento e Hera fita-o.

— Pois, mas vimos. — Responde, acabando a água presente no seu copo.

— Querem saber a verdade? Ok. Eu forneço drogas a vendedores, fico com parte do dinheiro e para ser honesto, se compararmos o ordenado que recebo da empresa com o que faço com a venda de droga, ganho muito mais. — Admite, falando de uma só vez e eu abano negativamente a cabeça, ouvindo um riso nasal da parte de Hera. 

— Isso não explica os baldes com ossos e ácido. — Insisto, bebendo de uma só vez todo o vinho presente no meu copo.

— Ser fornecedor de droga tem os seus pontos maus. Não vou dar mais detalhes porque quanto menos vocês souberem, melhor. — Finaliza, olhando-nos e eu pouso o copo em cima da mesinha de centro. — Podem dizer alguma coisa, por favor? — Pede baixo, levantando-se e assim que se aproxima de Hera, esta afasta-se rapidamente. 

— Não tenho nada a dizer. — Murmura, a sua voz é chorosa e a mesma funga, antes de sair rapidamente da sala.

Mordisco os meus lábios nervosamente, avançando na direção do sofá e sento-me, suspirando.

— Mel. — Sussurra, agachando-se à minha frente e pousa uma mão no meu joelho.  — Desculpa ter-vos mentido. O mundo em que ando metido é perigoso e não podia sujeitar-vos a fazer parte dele. Fiquei irritado contigo porque o Vinnie não é de confiança, ele é tóxico e tu mereces muito melhor que ele. Não te vou explicar para já tudo acerca dele, prefiro que tentes obter respostas vindas diretamente dele mas não vou deixar que nada de mal vos aconteça. — Continua, acariciando o meu joelho e eu levanto o olhar para o moreno, encontrando os seus olhos castanhos escuros.

— Porque é que te meteste nisto? Tinhas uma empresa para gerir, estavas finalmente estável e independente... Porquê? — Questiono, sentindo um nó formar-se na minha garganta.

— Desculpa. — Fala, encostando a sua cabeça às minhas mãos e eu afasto-me do seu aperto, suavemente. — Não é algo de que me orgulhe. — Admite, num tom baixo e eu fito-o, cruzando os braços.

— Se não é algo de que te orgulhas, porque é que não abandonas? — Pergunto, ao mesmo tempo que acaricio o meu próprio braço e Poseidon desvia o olhar de mim para o chão.

— Não é assim tão fácil. — Suspira, levantando-se e eu engulo um seco, acenando lentamente com a cabeça.

Magoa-me.

Magoa-me que o meu irmão se encontre novamente numa situação tão perigosa, como se encontrava há alguns anos atrás.

Quando eu pensava que ia finalmente puder sentir-me segura quanto ao seu estado mental, de saúde, financeiro... Ele prova-me precisamente o contrário. 

Prova-me que preciso de me preocupar, que preciso de me mentalizar de possíveis situações que me abalem, que me deixem sem chão.

— Acho que é melhor ires embora. — Proponho, de forma ríspida e Poseidon fita-me, parecendo entrar num ciclo tóxico de desespero.

— Melissa. — Respira fundo, aproximando-se de mim, as suas mãos elevam-se ligeiramente no ar como se estivesse prestes a agarrar-me e o mesmo dá passos cuidadosos na minha direção.

— Não tornes isto mais complicado. Tanto eu, como a Hera, precisamos de tempo para assimilar isto. É a única coisa que te peço. Tempo. — Antes que ele possa dizer algo mais, corto-o, afastando-me novamente e aproximo-me da mesa da sala para agarrar o meu copo de vidro.

— Muito bem. Se é isso que vocês precisam... — Acaba por ceder e eu agarro na garrafa de vinho, enchendo novamente o meu copo.

— Poseidon. — Chamo-o, quando este vira costas, começando a caminhar na direção da porta e ele volta-se, para me olhar. — Não faças nada estúpido. — Peço num murmúrio, sentindo lágrimas invadirem os meus olhos e um nó formar-se na minha garganta.

— Eu amo-vos com tudo de mim. Vocês as duas são o mais importante que tenho na minha vida e não sei o que faria se vos perdesse. Espero que vocês saibam disso. — Pronuncia uma última vez, antes de fechar a porta atrás de si e eu bebo parte do vinho diretamente da garrafa, deixando algumas lágrimas descerem pela minha face.

☕︎

ఇ capítulo meio triste... o que acharam?

ఇ o que sentem em relação ao Poseidon?

ఇ obrigada pelas 7,72 mil visualizações !!

ఇ até o próximo capítulo 

५ slutformalik ⊹