𝘄𝗮𝗻𝘁 𝘆𝗼𝘂 𝗯𝗮𝗰𝗸;𝗺𝗶𝗻𝘀𝘂𝗻𝗴

nossa última noite

- Jisung Hyung? - Yeonjun chama meu nome no banheiro e Minho tampa minha boca

- Shh - ele faz sem fazer barulho

Alguns segundos depois a porta é fechada e Minho solta sua mão. Dou um suspiro recuperando o ar.

- Que porra? Qual é o seu problema, caralho? - falo irritado

- Você. Você é o meu problema, Jisung. - eu olho pra ele confuso

- O qu...

- Você chega na porra da minha festa - ele me interrompe - Com um menino de 18 anos? Flerta com ele na minha frente. Chega com ele segurando sua cintura. - a cada palavra eu fico mais confuso.

- Você está bêbado. - o empurro

- Talvez um pouquinho - ele sorri besta - Por que? Por que fez isso? Por que faz isso?

- Minho eu não sei do que você está falando. - respondo sincero

- Você... - ele coloca o rosto em meu ombro, demonstrando um mínimo de carinho desde a primeira vez que nos encontramos. - Queria saber... - ele se recompõe e volta a pose de frio - Yeonjun é tão bom quanto eu? Porque um menino de 18 anos deve ser meio desastrado ainda - ele ri irônico

- Yeonjun tem 22 anos - eu o encaro -  E não ele não tão bom quando você, ele é melhor - minto e Minho morde o lábio - Por que está tão preocupado aliás? - tento parecer frio como ele

- Não estou... apenas me pergunto se em algum vez nesses 10 anos vocês conseguiu transar com alguém sem me ter preso em seus pensamentos

- Eu me pergunto a mesma coisa sabia?! - me aproximo dele - A última vez que você me tocou Minho. Não consegue se esquecer não é? - chego perto o bastante para sentir sua respiração que falha por um segundo - Meu cheiro impregnado em você, o meu gosto que não sai de sua boca. - passo meus lábios em seu rosto lentamente -  Ainda me lembro dos nossos corpos nus e suados - me encosto nele - Nós dois fodendo como se não houvesse amanhã. - suspiro em seu ouvido - Você é quem não consegue esquecer não é? E por isso não consegue me deixar em paz.

- Eu...

- Você quer tanto se convencer de que me odeia que tudo que consegue fazer é me humilhar, não é Lino? - pronuncio seu nome artístico de maneira diferente - A última noite em que estivemos juntos. O dia que você fugiu de casa pra ir me ver. 1 semana antes da festa de formatura. Você me beijou. Fez amor comigo. Olhou nos meus olhos e disse que nunca ia me deixar. Disse que ia me escrever uma música. Que me fizesse lembrar de você. E na semana seguinte você me destruiu. - tento segurar o choro e ele olha confuso por um segundo - Nunca vou te perdoar.

- Não pedi seu perdão - ele fala com a voz mole

- Você não vai mudar, não é? - deixo minhas lágrimas caírem - Ah Minho... - coloco minhas mãos em sua bochecha - Honestamente? Ainda dói - soluço e ele me olha com um tipo de carinho, me fazendo chorar mais - Mas, agora percebo que você ter ido embora foi a melhor a coisa que me aconteceu - ele me olha triste e pela primeira vez consigo enxergar o Minho de 10 anos atrás - Estabeleci uma nova vida sem você, que é a melhor que já vivi. Te agradeço por não ter ficado. - minto. Uma mentira nunca doeu tanto de ser contada. Mas eu precisava dizer isso para mim mesmo.

Para me convencer de que é isso que preciso fazer.

Estabelecer uma nova vida sem ele.

Mesmo que 10 anos depois.

- Você não entende - ele fala - A carta. Você não leu a porra da minha carta. E quer vir falar de dor? Sabe quantos anos... Quantas noites eu fiquei sem dormir esperando alguma resposta sua? Imaginado que você tinha apenas lido e não se importado com os meus sentimentos? Você acha que eu sou a prova de balas, mas você sabe como me machucar também. E eu te odeio, eu te odeio tanto por isso!

- Eu... - minha voz falha - Eu não sei que carta é essa Minho.

- Sim. Continue a mentir. Eu sei... EU SEI QUE A CARTA CHEGOU ATÉ SUA CASA! - ele grita bravo e eu me encolho - Eu vi você abrindo ela! Eu vi!

- Eu não...

- Já chega. - me silencia - Saia da minha festa - fico parado - SAIA! - grita e eu me afasto
Saio correndo do lugar, pegando um táxi na rua.