Pov Minho 🐰
Desde o momento em que sai do estúdio de música não consigo parar de pensar em tudo que Jisung disse.
Eu sei... eu senti que ele estava realmente arrependido e que ele também não sabia sobre a carta. Mas eu ainda senti raiva.
E isso tudo é tão demasiadamente irritante!
Tudo que eu consigo sentir é raiva. O tempo todo. Desde que minha mãe morreu, o sentimento que mais percorre o meu corpo é a raiva.
E por mais que muito tempo eu tentei voltar a ser como antes. Volta a ser, como Jisung disse, o garoto por quem ele se apaixonou, eu não consegui.
Eu não tinha mais um motivo para sorrir e para ser feliz, então apenas me fechei em uma bolha só minha. Onde ninguém poderia me machucar.
Mas eu ainda era frágil, frágil demais, sempre prestes a afundar como a areia. Me aparentar forte era a maneira que eu achava para não me perder completamente.
E a verdade estúpida é que eu sou tão idiota. Que eu sou tão ruim pra ele.
Demorei muito tempo pra conquistar o que conquistei, e sinceramente, durante esses 10 anos, o mais próximo de felicidade que eu senti, foi quando e o Bin abrimos a empresa. Eu pensei que eu finalmente fosse achar um propósito.
Mas não foi exatamente isso.
A empresa é muito importante pra mim. Mas eu acabo usando ela como uma desculpa para ser ainda mais ignorante do que já sou.
E todos esses pensamentos...
Há exatamente 5 meses atrás, eu não nem permitiria começar a pensar nisso. Mas depois que Jisung reapareceu em minha vida, tudo mudou de novo.
No momento em que eu o vi naquela maldita festa, eu senti meu coração começar a se derreter novamente.
Ele estava gracioso. O corpo perfeito. Os olhos brilhantes de felicidade. O sorriso contagiante.
Mas no momento em que ele me viu toda essa luz foi embora, e eu senti meu coração se congelar de novo.
Tudo que eu não havia sentido nos últimos 10 anos, eu senti em 10 segundos quando vi ele.
Tristeza, amor, ciúmes, e sobretudo, raiva.
Eu não poderia não sentir raiva dele.
Raiva por estar tão perfeitamente bem sem mim, por estar tão lindo como nunca esteve, de estar sorrindo e abraçando a todos. Todos menos a mim.
Mas tudo que eu desejei naquele momento, era poder abraçá-lo.
Pedir perdão.
Falar que eu amava tanto quanto Romeu amava Julieta.
Poderia até mesmo me ajoelhar em sua frente e pedi-lo em casamento ali mesmo.
Mas meu orgulho é forte. E meu ego mais ainda. E arrumei um jeito de me aproximar dele, mas sem demonstrar tudo que eu estava sentindo.
E eu vi o quanto ele me odiou naquele momento, dentro daquele banheiro. E tudo em que eu pensei foi "Pare de ser idiota e apenas peça desculpas" mas eu não consegui.
E continuei com isso até ver ele com aquele garoto, alto e bonito, com feições animalisticas e extremamente lindas.
E o jeito como aquele menino olhava pra Jisung... deveria ser eu.
Era errado desejar que ele estivesse tão destruído quanto eu?
Será que ele tem tomado café da manhã sozinho, assim como eu?
Será que ele tem sentido a cama vazia a tanto tempo, assim como eu?
Assim que vi eles indo pro banheiro, eu tive que ir atrás. Não poderia imaginar a ideia de Jisung beijando outra pessoa no mesmo espaço que eu estava.
E acho que aquele dia, foi o dia que eu deixei um pouco mais de sentimento transparecer. Não consegui manter a pose fria quando vi seus olhos marejarem.
E todas as palavras que o Jisung falou aquela noite, era tudo verdade. E aquilo me deixou com tanto ódio. Ódio de saber que ele entendia minhas fraquezas. Porque eu não queria que ele me visse como fraco. Queria ter essa pose inabalável e fria que nunca se deixava levar por nada.
Mas então eu mesmo fui contra meus ideais e me permiti sofrer em sua presença.
E eu tentei acreditar que ele realmente não sabia sobre a carta aquela noite, mas eu quis, eu quis sentir raiva, quis odia-lo, me permiti acreditar em meus próprios pensamentos pra ver se eu o esquecia de uma vez por todas.
E quando ele disse "Não consegue se esquecer, não é?"
Não.
Durante 10 anos.
Metade da minha vida.
Eu passei pensando nele. Pensando se ele estaria com outro alguém. Se ele permitiu que seu corpo fosse tocado por outra pessoa. Se em algum momento, quando seu corpo estava entrelaçado com o de outra pessoa, ele se esqueceu de mim.
Porque eu não.
Transei com muitas pessoas. Muitas mesmo. Acordava com alguém diferente todo dia, mas sem nada para dizer.
Quando se tem um coração partido, se tenta preencher com sentimentos vazios. E era isso que eu fazia.
E eu não mudaria.
Pensei que nunca mudaria.
Então ele vem e muda tudo.
Todas as vezes, todas as pessoas, eu nunca deixava de pensar nele. De imaginar o corpo dele invés da outra pessoa. De imaginar os beijos dele, o toque dele. A sua voz baixinha e doce.
De depois ter nosso momento de amor, poder ouvir ele cantando, como ele sempre fazia. Fazia carinho no meu cabelo e cantava no meu ouvido.
Tive "amores" vazios e amizades fadadas ao fracasso.
Novas pessoas de novo e de novo, se vão quando a manhã chega, e elas nunca ficaram tempo demais para poder me entender. E me amar.
Eu não amei ninguém.
E ninguém me amou.
Ele me deu os melhores anos que eu pude viver.
E toda vez que eu penso que ele pode ir embora de novo, é quando eu perco o melhor de mim.
Eu preciso dele tanto quanto o ar que eu respiro.
Por muito tempo não consegui dormir sem ele ao meu lado, dançava pelos cômodos com o fantasma dele ainda presente em mim.
Éramos novos demais, bobos demais, pra entender coisas como o amor, mas agora eu sei melhor. O momento em que disse adeus, foi o momento em que percebi que não consigo mais viver a vida sem ele ao meu lado.
Mas o mais difícil, não é perdoa-lo, é perdoar a mim mesmo. Me perdoar por toda a dor que eu me permito passar e vivenciar.
E me perdoar pela dor que eu fiz ele passar.
Isso foi definitivamente meu maior erro.
Mas todos os meus erros, me levam diretamente a ele.
E eu sei que não, mas se eu perguntasse pra ele se me ama, espero que ele minta pra mim.
Mas o tempo acabou, e o final feliz é apenas um sonho.
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𝘄𝗮𝗻𝘁 𝘆𝗼𝘂 𝗯𝗮𝗰𝗸;𝗺𝗶𝗻𝘀𝘂𝗻𝗴
Fanfiction[COMPLETA!] Minho e Jisung costumavam namorar no ensino médio, mas conflitos acabaram por separar o casal. Porém em um encontro de turmas eles serão obrigados a se ver novamente, e depois de tantos anos eles nem mesmo se reconhecem. Seria possível...