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Tobirama viu quando ela caiu impotente, cruzando os braços com um expressão vazia enquanto a observava se rastejar praticamente aos seus pés. Era maravilhosa a sensação. Semicerrou os olhos quando o corpo parou, tendo um espasmo antes de se esticar totalmente sobre o chão ao seu lado e da mesa onde o chá ainda estava fervendo na xícara e no bule. Esperou mais alguns instantes para enfim se aproximar, quando teve certeza que Quimera de fato já teria desfalecido ali mesmo consigo sendo sua plateia.

Pegou-a pelo casco do pé, começando a arrastar a soberana de Konoha para dentro do quarto, tirando a mesma da varanda. Fechou a porta que levava até o cômodo externo e largou a híbrida no solo do próprio quarto enquanto sabia que o veneno tinha dado o seu efeito desejado.

Os Senju's além de bons guerreiros, além de tudo, eram bons curandeiros e médicos, produziam poções de quaisquer tipos: medicinais, para plantações ou animais e também venenos de variados modelos, como pesticidas e também alguns como o que tinha usado contra a híbrida. Não tinha sido difícil ameaçar a empregada que preparava chá para Quimera e sabotar a bebida que ela consumia todo santo dia, em todas as tardes da semana.

Quis rir e cuspir na cara dela, mas se contentou em guardar aquilo para momentos seguintes. Sabendo que ela não iria acordar tão cedo, saiu do quarto tão sorrateiramente quanto chegou na varanda e começou a procurar por Izuna, queria pegá-lo antes que alguém visse alguma coisa e o ameaçasse, fazendo o Uchiha de refém, mas seu objetivo principal era somente vê-lo novamente.

Abriu um leve sorriso de canto assim que parou em frente à porta que sabia que dava acesso ao cômodo em que ele estava. Se ele precisasse ou escolhe-se ficar ali e se esconder, a única coisa que precisava era enxergar o seu corpo e beijar o seu rosto o quanto pudesse.

E então abriu a porta.

- Izun...!

Seus pés que estavam prestes a correr pararam, o sorriso sumindo ao mesmo tempo em que sua lógica não acompanhava o que os olhos viam. A sala estava fria, congelante, e sua respiração denunciava tal coisa, o bafo sendo visível ao mesmo tempo que começava a ofegar baixinho, as sobrancelhas se unindo quando seus pés começavam a dar os primeiros passos em direção ao corpo congelado.

Izuna como disse antes estava congelado dos pés a cabeça até o último fio de cabelo; sua expressão aterrorizada combinava de certa forma com a mão erguida para a frente, o corpo deitado sobre o chão, uma cena macabra e parada de alguém desesperado para chegar até a saída. Ele nem deve ter gritado, estava se agonizando demais para isso.

Se ajoelhou ali em sua vanguarda para conseguir enxergá-lo melhor. Fungou e se aproximou mais até sua mão encostar com a dele, as testas se encostarem até escorregar o próprio rosto pelo gelo até chegar ao pescoço. Não temia congelar ali também, não quando estava mais ocupado abraçando a estátua que deveria ser seu dileto para o resto de suas vidas. Uma lágrima desceu quando beijou a têmpora, passando a mão por sua bochecha e não aguentando enxergar mais o rosto tenebroso e dolorido do outro e encostando as testas novamente, fechando os olhos enquanto apertava a mão que antes clamava por ajuda.

- Prometo que vou trazer você de volta... Eu prometo, meu amor.

×××

Ao sentir o líquido gelado esbarrar contra seu rosto, o mesmo se contorceu e a sensação fez com que acordasse assustada e atordoada. Quando conseguiu entender que tinha apagado antes, olhou ao redor, logo dando de cara com uma pessoa com uma áurea nada discreta jogando um balde no chão ao seu lado enquanto lhe olhava de cima, e então percebeu que estava amarrada e sentada no chão.

Amarrada não seria a palavra certa, pois suas mãos na verdade estavam presas e cobertas por algum tipo de cilindro que sentia ser mágico de alguma forma, algo para paralisar os seus poderes ou algo do tipo, soube quando tentou esfriar as mãos, mas elas continuaram suando lá dentro.

Era de Quimera (TobiIzu)Onde histórias criam vida. Descubra agora