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- Se não disser quem é eu não abro, está cheio de ladrões por aqui. - senti uma lágrima ao ouvir a voz do moreno mais uma vez, essa frase era literalmente a cara dele.

E como senti falta de ouvir coisas parecidas com essas.

- Sou eu... - minha voz saiu abafada por conta do choro e não fazia ideia se ele iria reconhecer minha voz daquela maneira.

Mas no mesmo instante o portão se abriu revelando seu rosto e finalmente ficamos cara a cara. Baji estava diferente, um pouco mais magro, muitas olheiras e bastante pálido.

- Você é real? - ele perguntou triscando um dedo em meu braço, talvez ele estivesse pensando que era um sonho. - ou é apenas mais uma alucinação? - ele esfregou a mão contra os olhos com bastante força.

E ali eu pude ver seus braços cortados, havia cicatrizes e cortes ainda em fase de cicatrização.

Eu fui a culpada de tanto sofrimento?

- Eu estou aqui. Sou real. Me desculpa. - puxei o moreno para perto e o abracei bem forte.

- Então não é uma enganação da minha mente? - ele perguntou próximo ao meu ouvido, eu finalmente estava de volta. - Quem são esses? - ele perguntou olhando para meus novos amigos.

- Uma longa história. - o moreno assentiu e pediu para que eles entrassem.

- Eu preciso de alguns minutos com ela, podem ficar vendo tv por um tempinho? - baji perguntou ao ligar a televisão e deixar os meninos sentados no sofá.

- Claro! - os três responderam ao mesmo tempo.

Rapidamente ele puxou minha mão me levando até meu quarto, ao entrar lá dentro estava um pouco diferente. Estava empoeirado e a cama ainda estava bagunçada assim como deixei antes de sair de casa naquele dia.

- Eu deixei assim, tive medo de nunca mais ter algo que me lembrasse você. - ouvir isso me fez sentir mil coisas diferentes, meu coração ardia por dentro, parecia estar queimando. - Você não sabe o quanto senti sua falta.

Não segurei minha emoção e comecei a chorar, de qualquer maneira não adiantava segurar. Eu sou um ser humano assim como qualquer pessoa.

- Me desculpa. Eu senti muita sua falta, pensava todos os dias em você. Me perdoa... - abaixei minha cabeça, tenho vergonha que ele me veja chorando, aposto que eu estou duas vezes mais magra que antes. Meu rosto não está tão limpo como antes. Meu cabelo não está mais tão macio.

Talvez eu não sirva para ninguém. Talvez ele comece a me odiar assim como meu pai e minha mãe.

E ele teria razão em me odiar, eu sou a culpada dele ter levado uma facada. Sou culpada dele estar nesse estado.

- Por que você se desculpa tanto? Foi minha culpa por ter sido tão fraco... - ele colou sua testa na minha, eu queria ficar ali pra sempre.

Senti muita falta disso. Muita mesmo.

- Eu estou de volta. - o abracei muito forte, não quero e nem vou soltá-lo nunca mais. - Cadê a vovó yumi, ela está bem?

- Ela teve um infarto ao saber que eu estava hospitalizado, ficou internada três dias e assim que me viu bem ela se foi... - meu coração acelerou ao ouvir a notícia. - ela perguntou por você antes de ir, eu disse que você já estava vindo.

Tudo em mim doía, mas eu sempre estive acostumada com isso. Mas me acostumei tão rápido a vovó yumi que está machucando.

- Eu queria estar com ela nesse momento... - me lembrei de todas as vezes que ela me tratou tão bem, nenhuma outra pessoa fez isso por mim em toda a minha vida.

Eu meio que já aceitei esse fato, nunca tive vocação para grandes alegrias.

- Está tudo bem. Se não estiver, vai ficar. - ele sussurrou para mim.

Tudo que eu tenho sempre se acaba no final, nada fica por muito tempo em minhas mãos. Qual é a porra do meu problema?

- Eu te deixei triste? - perguntei olhando em seus olhos e ainda o vi negando com a cabeça. - o que é isso tudo? Você está diferente, tá fazendo coisas ruins a si mesmo. Como posso ficar bem sabendo que fui o motivo disso tudo...

Na real eu sempre sou culpada pelas pessoas me abandonarem, eu acabo as rasgando e as partindo em mil pedaços, e no fim não sobra nada que a façam ficar.

- Você não é culpada de nada disso, eu fiz isso quando notei que não conseguia viver sem você. - cada palavra dele eram como facadas em meu coração. - Eu queria ir junto de vovó yumi mas eu fiquei, e foi por você. Precisava te ver novamente, te sentir, estar perto e ouvir sua voz mais uma vez.

Ouvir isso era muito para mim. Alguém realmente se importava tanto comigo a esse ponto?

- Eu não consigo viver sem você. Vinte dias sem você foi como se fossem um ano. - ele dizia me olhando nos olhos e eu me dei conta que não pensava tão diferente dele. A todo momento quando estava lá com kisaki, eu sempre pensava nele. Me mantinha forte por ele.

- Você é a razão para que eu esteja aqui, obrigada por ter me salvo naquele dia no beco. - Eu disse sentindo toda aquela tortura de anos indo embora. - Obrigada por ter salvo minha vida, você me concertou quando eu estava quebrada, você me fez sentir algo bom novamente. - Eu estava chorando assim como ele.

Parecia que meu coração estava finalmente livre de todos aqueles muros que foram criados pelas pessoas ao meu redor.

- Seu coração de gelo derreteu, está quente aqui. - Eu ri, dei uma risada como nunca havia feito antes. Ele me fez rir mais uma vez, só baji é capaz de algo assim. - Eu amo seu sorriso. - essa foi a última frase que ele disse antes de tomar meu lábios para si como nunca fez antes.

Nossas bocas foram feitas uma para a outra, é incrível como ele conseguia me ter em mãos com apenas um beijo. Sua boca é tão macia e sua língua conhece todos os cantos da minha boca. Eu amo beijá-lo, fiz isso poucas vezes mas posso afirmar com certeza.

Senti muita a falta dele, assim como ele sentiu a minha. Era evidente que tudo exalava sentimentos, até mesmo quando ele me apertava em seus braços eu sentia o quanto sou importante pra ele.

Isso me fez perceber uma coisa. Mãe e pai, vocês estavam errados o tempo todo.

Eu posso ser a felicidade de alguém.

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Baji é um anjo, com certeza alguém como ele não existe na terra.

Me desculpem por qualquer coisa.

𝐀 𝐃𝐑𝐄𝐀𝐌, baji keisuke - EM CORREÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora