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- Jovem mestre. - toc, toc, toc - Jovem mestre.

- Só um minuto.

- Eu não tenho todo o tempo do mundo para vc. - a jovem falou do lado de fora do pavilhão e ainda sussurrou achando que o jovem não ouviria "Sua aberração, se não fosse por seu talento, ninguém perderia tempo com vc" e depois gritou novamente - O mestre quer vc no jantar de hj, a família Jeon já está a caminho, é pra vc comparecer. - virou-se e saiu sem esperar resposta.

Dentro do pavilhão um jovem cultivava sua energia interna, estava sentado com as pernas cruzadas dentro de um pequeno lago com muitas ervas medicinais, as absorvendo junto com as partículas magicas que pareciam ser atraídas para ele. 

Ao ouvir a voz que veio do lado de fora do pavilhão, ele suspirou e saiu de dentro do lago medicinal enquanto se perguntava em meio a murmúrios - Será que haverá um dia em que vcs se arrependerão de me tratar assim?

Deixando a vista para quem quisesse ver, lá estava o belo corpo brilhando pela água. Não era grande ou musculoso, mas se olhasse direito perceberia o quão bem trabalhado o corpo era.

Era magro, mas com os músculos muito bem definidos. Cabelos brancos lisos que iam até a cintura e lindos olhos azuis, tão azuis que nem pareciam reais. Combinando perfeitamente com o rosto que mais parecia ter sido desenhado a mão. Sem nenhuma imperfeição. A pele lisa e delicada realçava a boca rosada carnuda juntamente com os olhos penetrantes.

Sem dúvida alguma, uma beleza que prejudicaria nações se fosse mostrada em público. Mas que só duas pessoas já viram em todo o mundo.

Deixando seu corpo secar, sem se importar em pegar uma toalha, andou até em frente ao espelho gigantesco que tinha no canto do quarto. Olhou seu corpo por um tempo e então suspirou indo pegar alguns cremes.

Sentou-se em um banquinho em frente ao espelho e espalhou por algumas áreas em seu rosto e pescoço um espécie de tinta roxa, que escondeu boa parte da sua beleza natural, o deixando realmente parecido com uma aberração.

Quando terminou de pintar o rosto fechou os olhos por alguns segundos e quando voltou a abri-los não eram mais azuis, mas sim cinzas. Tão cinzas que muitos diziam que ele tinha os olhos mortos, por não ter ou refletir nenhum brilho de luz neles.

Ainda suspirando pegou sua túnica com as cores de sua família e a colocou, tão larga quanto possível, escondendo todo o seu corpo bem trabalhado. Passou as mãos suavemente pelos cabelos, que secaram instantaneamente, os bagunçou um pouco e cobriu levemente o rosto com eles. 

Depois de tudo terminado, ao olhar-se no espelho voltou a suspirar.

- Estou tão feio como sempre. - riu depreciativo e acenou com a mão a sua volta. O que fez, quase imperceptivelmente, ondulações no ar seguido de um click da porta que se abriu.

Passou pela porta e da mesma forma que do lado de dentro, acenou novamente, bloqueando a porta e saindo.

Se uma pessoa muito poderosa olhasse para ele notaria as ondulações em volta dele toda vez que ele fazia seus movimentos, por menores que fossem. Por isso tbm nunca se movia rápido de mais.

Andou vagarosamente e de cabeça baixa, como sempre fazia até chegar no salão onde era servido o jantar.

Quando chegou, percebeu todos se calando e o olhando, o que só resultou em, ele fazendo uma simples reverencia sem abrir a boca e em seguida sentando-se onde era o seu lugar.

Depois que ele sentou, as conversas voltaram como se não tivessem parado em primeiro lugar.

Pouco tempo depois, o jantar foi servido, e quando estavam todos satisfeitos ele ouviu a voz de seu pai.

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