O jovem que saiu do portal aparentava estar no começo dos seus vinte anos, era mais alto que Martin e possuía cabelos ruivos. Ele tinha uma expressão de confuso no seu rosto, e parecia estar mais assustado com tudo do que o próprio Martin, que presenciou aquela estranha cena acontecer em sua casa.
-Por favor senhor- falava o jovem rapaz, com uma expressão preocupada- me diga onde estou e como faço para voltar para West River City.
-West River City? Ora, mas é exatamente onde estamos!
O jovem ficou assustado ao ouvir aquilo, e pôs-se a olhar ao seu redor, mas via que tudo era diferente.
-O senhor tem certeza?- disse o rapaz, após olhar tudo o que podia- Não tem como ser possível! É verão em West River City e não há como nevar!
-Verão!? Estamos no início de janeiro de 1926!
Aquelas palavras empalideceram o jovem, que ficou em silêncio por longos e longos minutos. Ele não sabia mais o que falar, apenas olhava para todos os cantos da cozinha, vendo que a decoração e tudo o que se encontrava no local seria considerado antiquado no seu tempo, mas que naquele lugar parecia tão comum. O mesmo se aplicava para as roupas que Martin usava. Também viu que ainda haviam alguns vestígios de uma decoração de natal, e notou que o calendário na parede marcava o dia quinze de janeiro de 1926, e a neve lá fora deixava ainda mais óbvio que era inverno. Foram uns quinze minutos de silêncio, sem que Martin e o rapaz trocassem uma só palavra, até que o silêncio finalmente foi quebrado.
-Eu venho do ano de 2021, e me chamo Thomas Brooks. Eu não sei como vim parar aqui, mas garanto que não foi por bruxaria ou coisa do tipo, e eu quero muito ir para a minha casa. - O rapaz começou a chorar na frente de Martin.
-Calma homem, e por favor não comece a chorar, isso não é muito masculino. - Martin vai até a sala e rapidamente volta de lá com um porta-lenços, oferecendo a Thomas - Eu irei ajudá-lo a voltar para o seu tempo, só não sei como fazer isso, mas garanto que vou descobrir.
Thomas olha para Martin, limpando as lágrimas. Ele então pergunta:
-Verdade? Eu ficaria muito agradecido!
-Claro! Só preciso descobrir como, mas hoje não posso fazer nada porque já é tarde da noite e eu já estava indo para a cama.
-Ah, eu entendo. Eu também estou muito cansado e com fome, não lembro se comi antes de aparecer aqui tão de repente.
-Bem, ainda sobrou um pouco do jantar, pode comer a vontade e dormir no quarto de hóspedes. Seria a primeira vez que esse quarto seria usado.
Thomas abriu um sorriso e abraçou Martin, em sinal de agradecimento. Martin ficou surpreso e não quis demonstrar muito afeto, até mesmo porque não conhecia direito aquele rapaz e um homem abraçar outro não era uma coisa que ele via com bons olhos, devido aos ensinamentos que o seu pai lhe deu quando criança.
-Obrigado... É... Como se chama? -Dizia Thomas, bem feliz.
-Martin, Martin Jones
Thomas se serviu do que sobrou do jantar e então se dirigiu ao quarto de hóspedes, acompanhado por Martin. Ele estava fascinado com a decoração da casa, e viu várias coisas que despertaram-lhe a curiosidade. A casa era muito bonita, e a cama do quarto de hóspedes era muito confortável, e logo ele caiu no sono ao deitar na mesma.
Após ver que seu hóspede já dormia, Martin apaga todos os lampiões da casa e vai para a sua cama, onde dorme confortavelmente. De certo modo, aquela visita inesperada o deixou bem feliz.
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A Casa no Bosque Darkwoods
FantasíaMartin Jones é um jovem escritor que vive em uma casinha situada em um bosque que todos os habitantes de West River City têm medo. Ele vivia triste e deprimido por não ter ninguém que o fizesse companhia, mas certo dia Thomas aparece e vira a vida d...