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Entrar, observar e reportar
Essas palavras repetiam e repetiam na minha cabeça enquanto eu segui pelos corredores escuros atrás de um homem cujo nome não sabia. Eu estava em alerta a cada movimento que ele fazia e estava ciente do próximo movimento que faria, se precisasse lutar contra ele eu daria conta, afinal não posso contar que Azriel venha me salvar o tempo todo.

A lua era a única fonte de iluminação que entrava atrás das cortinas, haviam milhares de cantos com sombras o que era ótimo para nossa movimentação.
As sombras estavam escondidas por debaixo da saia do vestido já que reprimir elas seria arriscado demais para mim. Meu corpo fraco não aguentaria o esforço por tanto tempo.

O homem parou na frente de uma porta dupla imensa, adornada em ouro e madeira de cedro.
No interior havia um pequeno Salão com um enorme lustre no centro e uma mesa redonda de reunião, os arcanos e feéricos exilados conversavam e bebiam despreocupados em torno da sala que tinha mais guardas que o comum.

-olá senhorita, irei guia-lá, o barão desejava vê-la- um homem que parecia ser um mordomo se pronunciou, e o velhote de cabelos ruivos foi embora sem dizer uma palavra

-desculpe, mas eu poderia ir ao banheiro antes ?

-oh...-ele me avaliou de cima a baixo e eu tentei fazer a melhor cara de inocente que eu podia - claro, por aqui

-estarei aqui na porta quando sair, seja rápida, vossa alteza odeia esperar

Me olhei rapidamente no espelho que também era de ouro como tudo nessa maldita mansão, respirei fundo e verifiquei minhas armas.
Uma adaga na coxa direita e grampos de cabelo Estrategicamente afiados decorando o penteado desajeitado que eu eu havia feito mais cedo.

Não vou falhar, não posso falhar, faço isso por mim e por eles, minha corte.
Não posso falhar.

Lavei as mãos e sai do banheiro da mesma forma que entrei, majestosa e intocável .

Andar nunca havia sido tão difícil, gostaria de negar, mas não podia, andar pesava e meus pés doíam uma dor que eu pagaria milhões para não sentir, mas então lá estava eu, olhando diretamente para o velho pançudo e careca, que não era nem velho e nem pançudo.

-barão ?-gostaria que minha voz não tivesse parecido tão questionaria, mas já era. fiz uma reverência longa demais

Não podia ser... ele podia ?

-senhorita ?

Ele virou e de repente eu estava tão em transe, tão inerte que aceitei o que me era oferecido, uma taça de vinho.

-eleonora yustaf

-oh que belo nome

Apenas sorri
Certo, deve admitir que talvez eu não conseguisse fazer nada mais do que sorrir, pois ele era lindo. Digo lindo de verdade, sorriso brilhante e cabelos dourados bem cortados, seus cílios pareciam fitas de ouro que cobriam levemente seus olhos que eram tão dourados quanto seus cabelos, era como olhar para alguém feito a mão de ouro lapidado e vivido .

Respirei fundo, uma, duas, três vezes
Respire
Respire
Respire

-gostaria que encurtássemos as formalidades, barão

-me chama apenas de Alexandre... então senhorita yustaf, como soube ?

-perdão ?

-não brinque comigo, querida, não desse jeito ...como soube a senha ?

Merda
Merda
Merda

-oh certo -ri o mais genuinamente possível- bem, é vergonhoso de se falar... mas ouvi de um nobre outro...com que estive...

Improvisei, Azriel diz que fofoca corre solta na nobreza espero que se aplique a qualquer tipo de reino.

-oh então você é desse tipo...-ele pareceu contemplativo por alguns segundo e então sua expressão mudou.

Eu estremeci e sentir algo borbulhar dentro de mim.

-sim sim, não é de se espantar de alguém com tamanha beleza, que tal um brinde antes de partimos, sua companhia é estonteante.

Não tinha veneno, tinha ?
Por que teria ?
Eu sou apenas uma nobre vulgar qualquer que se destacou pela beleza certo ?
Certo.

Bebi
Cada
Gota.

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Sumi e voltei como se nada, porém com combo pq é tudo sobre equilíbrio 😔✊🏻

Corte de luz e sombras Onde histórias criam vida. Descubra agora