Capítulo 13

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Shaun Petsch

Segunda-feira

- Shaun?- ouvi a voz da minha mãe e logo a maçaneta começou a ser forçada- Querido, você está aí dentro?

- Merda, é a minha mãe.- sussurrei para Vanessa, que ficou com uma cara extremamente assustada- Se esconde, ela não pode te ver aqui.

- Shaun?- minha mãe continuou forçando a porta, tentando abri-la.

- Já vou, mãe!- gritei para que ela parasse de forçar a porta e desse mais tempo para eu me acalmar- Embaixo da cama, rápido!

Vanessa se apressou em se esconder embaixo da cama e eu cobri com o lençol. Tentei disfarçar um pouco a minha cara de assustado e fui até a porta. Destranquei e abri, encontrando a minha mãe com uma expressão confusa.

- Porque trancou a porta?

- Eu estava trocando de roupa e não queria que nenhuma das funcionárias abrisse e me visse pelado.- minha mãe sorriu, mas pareceu não ter aceitado muito bem a minha desculpa- Desculpa, eu sei que vocês não gostam que eu faça isso. Prometo nunca mais trancar a minha porta.

- Tudo bem, só não a tranque quando seu pai estiver em casa.- balancei a cabeça em concordância- Você ainda vai sair? Eu precisava pegar umas coisas no supermercado. 

- Vou sim.- merda, se minha mãe for comigo, eu não vou conseguir tirar Vanessa da minha casa- Mãe, eu posso pegar o que a senhora precisa.

- Você sabe que eu gosto de ver tudo que vou comprar, pode estar vencido.

- Eu faço isso, vou olhar a data de validade de todos os produtos.- ela me olhou com a sobrancelha franzida, estranhando o meu comportamento- A cidade está cheia, está tendo um evento na prefeitura e está lotado de jornalistas.- apelei para o lado medroso da minha mãe.

- Que droga.- ela passou a mão no rosto e respirou fundo- Então compre tudo, mas não esqueça de olhar a data de validade.

- Deixa comigo.

Peguei a lista de compras da minha mãe e guardei no bolso da minha calça. Ela sorriu e voltou para o quarto, onde ficará trancada pelo resto do dia. Quando ela não está no quarto, fica no de Madelaine revendo as coisas dela. Minha mãe não sai de casa desde o dia do velório, ela fica com medo das pessoas a encararem ou alguém acabar interrogando-a sobre o acontecido.

Após ouvir a porta do quarto dela sendo fechada, eu fiz um sinal para que Vanessa saísse de baixo da cama. Fomos as escondidas até a garagem, tomando cuidado para que nenhuma das funcionárias nos vissem. Ela se escondeu no banco de trás e eu saí de casa.

Deixei Vanessa em casa e fui até o mercado. Fiz o que minha mãe pediu o mais rápido que consegui, eu também não estava gostando dos olhares que estavam me lançando. Já no caixa, encontrei com Camila, uma das amigas de Madelaine.

- Oi, Shaun!- ela veio sorridente até mim, me cumprimentando com um abraço rápido- Como você está?

- Estou bem e você?

- Estou bem. Como seus pais estão?

- Minha mãe ainda está tentando lidar com tudo, você sabe como ela era ligada a Madelaine.- Camila assentiu- Meu pai está bem, ele voltou ao trabalho.

- Isso é bom, talvez ele esteja tentando distrair a mente.- concordei, por mais que eu não achasse que ela estava errada- Eu tenho que ir, meus pais estão precisando de um vinho.- ela revirou os olhos divertida- Fica bem.

- Camila.- a chamei, fazendo ela se virar- É uma pena que você não acredite em Vanessa.

Logo ela ficou séria e eu fui embora com as compras da minha mãe. Coloquei tudo no carro e voltei para casa. Me tranquei no meu quarto até que fosse a hora do jantar e comecei a pensar em um plano para acessar o carro do meu pai.

I'm still hereOnde histórias criam vida. Descubra agora