Capítulo 04

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Vanessa Morgan

Essa foi a noite em que eu dormi mais mal em toda a minha vida. Eu acordei diversas vezes durante a madrugada, sempre por sentir calafrios e às vezes por estar suando feito um porco. Foi extremamente estranho, tenho certeza que meu corpo não está bem.

- Bom dia, querida.- meu pai entrou todo feliz no meu quarto, já vestindo um terno preto para o enterro- Você já está pronta?

- Quase, só preciso colocar meus sapatos.

- Então faça isso rápido, não podemos nos atrasar.- ele sorriu e saiu do meu quarto, mas antes de sair completamente, ele parou na porta e me olhou- Aconteceu alguma coisa noite passada? Ouvimos o barulho do chuveiro várias vezes.

- Eu não estava conseguindo dormir. Acordei várias vezes extremamente suada e fui tomar um banho para esfriar o corpo.

- Você está sentindo alguma coisa?- ele veio até mim e colocou a mão na minha testa, checando minha temperatura.

- Eu estou bem, deve ter sido o clima.

- Se sentir qualquer coisa me avise, ok?

- Ok.

Dessa vez ele foi embora, consegui ouvir o barulho de seus sapatos batendo contra a madeira da escada.

Terminei de pentear meu cabelo e fui até o armário para pegar um par de tênis brancos. Calcei e peguei meu celular, conferindo mais uma vez minhas mensagens. Tinha apenas uma no grupo.

"Eu já estou aqui na mansão Petsch, venham logo!- Camila"

Mandei um emoji aleatório e desci para a sala. Meus pais já estavam me esperando. Meu pai pegou a chave do carro e saiu na frente, minha mãe foi por último porque tinha que trancar a porta.

Eu entrei no banco de trás e coloquei o cinto de segurança. Enquanto dirigíamos até a mansão Petsch, passamos pela frente do cemitério. Tinham divisórias bem na frente e alguns seguranças, ao redor estava uma onda de repórteres. Todos querendo capturar a última imagem antes do caixão ser enterrado.

Na mansão Petsch, o número de repórteres era bem menor. Deviam ter uns dez, no máximo. Acredito que os que estavam ali iriam acompanhar o caixão até o cemitério, deviam ser os únicos que estavam fazendo uma cobertura ao vivo. Eu acho isso uma falta de respeito absurda, não só com os familiares, mas com a própria Madelaine. Eu sei que ela odiava câmeras e repórteres, estava sempre os evitando.

Meus pais estacionaram na fila de carros que já estava sendo formada para a saída. Michele decidiu que todos iriam em seus carros, seguindo o carro da funerária que estava com o caixão. Foi uma escolha inteligente, visto que tinham câmeras em praticamente todos os lugares. É uma boa maneira de preservar a imagem deles e a nossa também.

- Oi!- Lili veio até mim, com um sorriso singelo no rosto- Dormiu bem?

- Não muito e você?

- Não foi uma das minhas melhores noites.

Eu passei meu braço por suas costas e a afaguei. Eu sei que Lili luta constantemente com seu sono, é como uma batalha contra sua própria mente. Ela têm pesadelos bizarros todas as noites, só consegue dormir tranquilamente com um remédio que seu médico indicou. Ela não toma sempre, aquele medicamento a derruba demais. Ela perde a concentração com facilidade, fica com sono o tempo todo e fica grogue.

- Você viu a Cami? Ela disse que já estava aqui.- perguntei, dando uma olhada ao redor para ver se a encontrava.

- Ela estava procurando a Erinn, já deve estar vindo.

I'm still hereOnde histórias criam vida. Descubra agora